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Sergipe

Adolescentes que trabalhavam como escravos em SP voltam a Sergipe

Adolescentes que foram explorados em São Paulo retornam a Sergipe

Acreditando que poderiam melhorar de vida e conseguir um emprego digno, cinco adolescentes sergipanos, atraídos pelas falsas promessas de um “agenciador de empregos”, viajaram ao estado de São Paulo, mas encontraram uma realidade diferente daquilo que imaginavam. Após um longo período de sofrimento, os adolescentes voltaram para o município de Itabaiana, localizado a 52 km da capital Aracaju, e puderam relatar o drama vivido.

De acordo com os adolescentes, o trabalho oferecido a eles pelo agenciador foi o de vender castanhas e sândalos por toda a região do Guarujá, no litoral paulista. Os adolescentes eram obrigados a trabalhar das 9 às 16 horas e recebiam pelo trabalho desenvolvido o valor de R$ 1,00 por dia.

Ainda segundo os adolescentes, depois de passar o dia todo na rua trabalhando, eles eram trancados em uma casa. Os garotos, que viviam em estado análogo à da escravidão, contaram também que tinham direito apenas a duas refeições diárias, sendo visível neles à significativa redução do peso.

Outra triste situação vivida pelo grupo sergipano em São Paulo ocorria na hora de dormir. Sem terem ao mínimo colchões confortáveis para descansarem após longos dias de trabalho os adolescentes eram obrigados a dormir no chão.

O caso veio à tona após três dos cinco sergipanos terem ido a Delegacia do Guarujá para fazer a denúncia. Com isso, a polícia paulista iniciou as investigações e conseguiu comprovar o fato, terminando por prender um suspeito pelo crime. Caso seja condenado, o agenciador pode pegar até oito anos de reclusão.

O agenciador, que não teve seu nome revelado, recrutava jovens nos bairros mais humildes de Itabaiana e prometia às famílias que cuidaria bem deles. Também era no município sergipano que o criminoso adquiria as castanhas usadas para a exploração dos adolescentes. O Conselho Tutelar de Itabaiana, entidade que pagou as passagens aéreas das vítimas, está acompanhando o caso e fornecendo atendimento psicológico e assistencial aos adolescentes.