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Penedo

Acusado de matar trabalhador de usina em Penedo é condenado a 20 anos de prisão

Julgamento aconteceu nesta terça-feira, 26, no Fórum Desembargador Alfredo Gaspar de Mendonça

Terminou por volta das 16h40min o julgamento de Maciel Feitosa dos Santos, acusado de matar o funcionário da Usina Marituba, Dênio Cruz de Lima, o “Nêgo”, 32 anos, executado com um tiro na nuca em 08 de julho de 2013. O Conselho de Sentença acatou os argumentos do Ministério Público e condenou o réu a 20 anos, 3 meses e 22 dias de prisão.

Assim como pleiteado pelo representante do Ministério Público, o promotor de Justiça Sitael Jones Lemos, o júri entendeu que Maciel Feitosa cometeu homicídio duplamente qualificado, pelo fato do crime ter sido cometido por motivo torpe e mediante recurso que impossibilitou a defesa da vítima.

Em meio as lágrimas, familiares da vítima ouviram o magistrado Ygor Vieira de Figueiredo prolatar a sentença e deixaram as dependências do fórum certos de que a Justiça dos homens foi feita. “Acreditamos que a Justiça foi feita! Ele agora vai continuar preso para pagar pelo que fez contra meu irmão. Nada alivia nossa dor e nem nossa saudade, mas a certeza de que o crime não ficou impune nos conforta nesse momento. Esperamos que ele fique atrás das grades por muito tempo”, declarou Denise Cruz, irmã de Dênio.

A defesa de Maciel Feitosa tentou convencer o Conselho de Sentença, formado por sete penedenses, sendo dois homens e cinco mulheres, de que o disparo que atingiu a cabeça da vítima ocorreu de forma acidental. No entanto, os argumentos caíram por terra durante a explanação do experiente e dedicado promotor de Justiça Sitael Jones, que durante os debates, baseado nos autos, conseguiu convencer a todos da forma covarde pela qual o crime foi perpetrado.

Relembre o caso

Na noite do dia 08 de julho, Dênio Cruz de Lima saiu de sua residência para procurar um homem de quem tinha adquirido uma motocicleta FAN de cor Preta, mas não mais foi visto com vida. Um dia depois, ele foi encontrado morto com um tiro na nuca. Quando saiu de casa, o penedense avisou a seus familiares que iria encontrar com o antigo proprietário da moto porque quando tinha ido passar o veículo para seu nome constatou um débito de quase R$ 3 mil.

A forma como a vítima foi executada, leva a crer que o tiro foi deflagrado por uma pessoa que seguia no banco do passageiro da motocicleta. Dênio Cruz pode ter sido atraído ao local com a promessa de que receberia o dinheiro para quitação dos débitos da moto na Penedo Agro Industrial, local de trabalho do principal suspeito, Maciel Feitosa dos Santos, que após o crime desapareceu.

Arquivo pessoalO corpo de Dênio Cruz foi encontrado na região conhecida por adubeira, pertencente à usina. A vítima ainda estava com o capacete na cabeça. O veículo foi levado por quem cometeu o crime e encontrado 12 dias depois em uma região de cana-de-açúcar, pertencente à Cooperativa II Núcleo, zona rural de Penedo, ao lado de uma outra motocicleta que havia sido alugada a Maciel Feitosa. Após o crime, o acusado fugiu e só foi localizado pela polícia em maio de 2014, 10 meses após o homicídio.

Agora condenado pela Justiça, Maciel Feitosa permanecerá preso no Presídio do Agreste, já que teve o direito de recorrer em liberdade negado pelo magistrado Ygor Vieira de Figueiredo, titular da 4º Vara Criminal de Penedo e presidente do Tribunal do Júri na comarca local.