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Penedo

Acumuladora compulsiva mobiliza órgãos públicos após encher casas de lixo em Penedo

No caso registrado em Penedo, a situação chegou a um ponto em que a intervenção do poder público se tornou necessária - Foto: reprodução

A Rádio Penedo FM, por meio do repórter Rafael Medeiros, em parceria com a redação do portal aquiacontece.com.br, representada por Áurea Carvalho, acompanhou nesta quinta-feira, 11 de setembro, uma ação de limpeza em uma residência localizada no bairro Santo Antônio, historicamente conhecido como Barro Vermelho, em Penedo. O imóvel pertence a uma mulher diagnosticada como acumuladora compulsiva, que precisou ser internada para tratamento médico.

O transtorno de acumulação compulsiva é uma condição reconhecida pela medicina e pela psicologia, caracterizada pelo acúmulo descontrolado de objetos, muitas vezes sem valor ou utilidade, a ponto de comprometer a higiene, a segurança e até a convivência social do indivíduo.

Na prática, esse comportamento transforma residências em verdadeiros depósitos de lixo e entulho, trazendo riscos tanto para os moradores quanto para vizinhos, já que o acúmulo favorece a proliferação de insetos, mau cheiro e pode até comprometer a estrutura do imóvel. No caso registrado em Penedo, a situação chegou a um ponto em que a intervenção do poder público se tornou necessária para restabelecer condições mínimas de habitabilidade.

Com a articulação entre a família da paciente, o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), a Defesa Civil e outros órgãos municipais, foi possível iniciar o processo de limpeza das duas casas pertencentes à moradora. Enquanto isso, a filha da mulher tem buscado apoio junto à comunidade para garantir um espaço digno de acolhimento quando a mãe receber alta do tratamento.

De acordo com Rafael Medeiros, que esteve no local, a situação exigiu intervenção imediata.

“Pessoal, nós estivemos aqui dias atrás acompanhando a situação de uma moradora acumuladora. Os acumuladores juntam excessivamente, compulsoriamente, lixo em suas residências. Hoje estamos acompanhando a retirada de todo esse material que a proprietária trouxe para dentro de sua casa. Infelizmente, ela precisou ser internada de forma compulsória. A filha dela nos procurou porque ela passou alguns dias desaparecida, mas foi localizada e agora está em acompanhamento médico. Conseguimos o apoio do serviço público, que veio hoje fazer a limpeza das duas casas.”

O repórter destacou ainda a gravidade do acúmulo de resíduos.

“Em apenas uma das casas é impressionante a quantidade de lixo que o pessoal está retirando. A psicanálise sugere que o apego a esses objetos pode, inconscientemente, representar figuras importantes do passado ou traumas não resolvidos. O CRAS foi fundamental nesse processo. A coordenadora, Neide, está acompanhando tudo para garantir a ajuda necessária.”

Segundo Rafael, apenas uma das residências pôde ser parcialmente recuperada.

“A outra residência vai ser limpa à tarde. A filha pede que quem puder colaborar com cimento, cal, uma cama ou qualquer ajuda, entre em contato. Quando a mãe sair da clínica, ela vai precisar de um espaço digno para morar, já que uma das casas será interditada pela Defesa Civil. Quem puder ajudar pode falar conosco, e nós passaremos o contato da filha para oferecer mais tranquilidade a essa família que enfrenta tantas dificuldades.”

Confira reportagem completa: