O clima entre médicos, dentistas e enfermeiros que atuam no Programa de Saúde da Família (PSF) em Penedo não é dos melhores. O motivo da discórdia foi a aceitação da oferta de R$ 500 e mais 100 litros de combustível por mês, proposta feita pelo prefeito Israel Saldanha (DEM) apenas para os médicos. A compensação das medidas de arrocho salarial implantadas pela prefeitura em abril deste ano azedou a relação entre as categorias, deixando as excluídas no acordo revoltadas com o corporativismo dos médicos e mobilizadas na busca da isonomia.
O assunto foi tratado durante reunião realizada no início da noite desta quarta-feira, 08, na sede do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Penedo (Sindspem). Ao final do encontro marcado por duras críticas aos colegas de PSF, dentistas e enfermeiros concordaram com a sugestão do presidente do Sindspem, Francisco Sousa Guerra, o dr. Tico, em convocar o prefeito para debater o assunto com enfermeiros e dentistas. A proposta é agendar o encontro para a próxima terça-feira, 14. Na oportunidade, as categorias irão reivindicar o tratamento igualitário e cobrar a reposição das perdas, principalmente dos 30% cortados há seis meses da gratificação do pessoal do PSF.
Considerando que a redução atingiu as três categorias na mesma proporção, nada mais justo que as compensações efetivadas também sejam aplicadas igualitariamente. Em estado de calamidade, a situação da saúde pública em Penedo é crítica. Das 20 unidades do PSF, sete continuam desfalcadas de médico e para que o município não perca o Núcleo de Apoio à Saúde da Família (Nasf), é preciso ter pelo menos 16 equipes completas. Dos 13 atuais profissionais de saúde em atividade, apenas 3 não concordaram com a proposta do prefeito que teria ainda a redução em um dia de trabalho, mas também somente para os médicos.
A revolta de enfermeiros e dentistas também remete ao passado recente, quando as categorias demonstraram união na luta por direitos, com ganhos significativos para o pessoal do PSF que em maio deste paralisou as atividades dos postos de saúde durante uma semana. A greve acabou com a aceitação da proposta da prefeitura em repor as perdas, à medida que o município fosse superando a crise financeira. Como o prefeito não sinalizou com qualquer proposta para dentistas e enfermeiros, ao contrário do tratamento dispensado aos médicos, a insatisfação entre profissionais do PSF de Penedo está de volta