Para celebrar o Natal, os dependentes químicos em recuperação no Acolhe Alagoas assistiram na noite desta terça-feira (23) ao espetáculo sobre o nascimento de Jesus Cristo encenado no teatro ao ar livre montado na Cidade de Maria, comunidade religiosa na cidade de Craíbas. Acolhidos de 20 comunidades marcaram presença no espetáculo, acompanhados de servidores da Secretaria de Estado de Promoção da Paz (Sepaz) e do bispo da diocese de Penedo, dom Valério Brêda.
Contando com os mesmos atores que encenam a Paixão de Cristo no Morro Santo da Massaranduba, em Arapiraca, e vários figurantes, totalizando 180 artistas, a peça conta com cenários fiéis à época, com templos, vilas e a manjedoura. Além participar da celebração cristã, a ação foi uma oportunidade de os acolhidos terem acesso à cultura, vendo uma peça profissional pela primeira vez.
“Nunca se viu um espetáculo de uma beleza extraordinária como essa. Nós ficamos muito emocionados. O caminho que fizemos, passando de uma cena para outra, foi também um caminho de fé e descoberta”, disse dom Valério Brêda.
Após a peça, o bispo também deixou uma mensagem especial para os acolhidos. “Gostaria de dizer para os queridos irmãos das comunidades acolhedoras de que lembrem-se que Jesus nasceu para nos acolher. Todos somos acolhidos no regaço de amor do Pai do Céu, que enviou o seu filho Jesus. Gostaria que vocês, voltando para suas comunidades, lembrassem duas palavras que resumem muitos sentimentos: ternura e esperança. A você que está passando por um período de resgate na sua vida, tenha sempre esperança. Em Jesus, Deus nos deu a força da esperança”.
E foi esse sentimento de reafirmação do processo de recuperação que a Sepaz buscou ao estimular a participação das comunidades na encenação ao ar livre, como destacou o secretário Adalberon Sá Júnior. “São três pontos muito importantes para este momento: a integração entre as comunidades e a troca de experiências, onde eles perceberem que existem diversas outras pessoas na mesma situação e que todos se ajudam mutuamente para superar a dependência química. O segundo ponto é poderem estar juntos participando de um espetáculo como esse, que celebra o que todos celebram neste momento, que é o mistério do Natal”.
“E o terceiro ponto é justamente aquilo que prezamos no processo de recuperação dentro das comunidades, que é a questão da espiritualidade. Todas as religiões cristãs celebram o Natal e como as comunidades têm alguma ligação com as igrejas e já trabalham dentro da perspectiva dos 12 Passos para recuperação, essa experiência mística de fé, de viver isso através de uma encenação tão bem feita do nascimento de Jesus, é uma forma de eles perceberem que, dentro do momento difícil, existe esperança”, defendeu o secretário Adalberon.
