Das 48 atividades planejadas no de Projeto de Dinamização e Sustentabilidade do Turismo no Baixo São Francisco, que abrange 12 municípios alagoanos, 20 já foram executadas. Os resultados foram apresentados ao comitê gestor do Projeto durante reunião nesta sexta-feira (17) na Secretaria de Estado do Planejamento e do Desenvolvimento Econômico (Seplande).
Zoneamento econômico e ecológico da região; consultoria para a análise de mercados atual e potencial; elaboração de marca do projeto e manual de identidade visual; levantamento cartográfico detalhado e cursos para formação de serviços turísticos básicos, como camareiro de sala, barman, transportadores e animadores de serviços recreativos foram algumas das atividades realizadas.
Com relação ao estudo de demanda turística atual e potencial, a coordenadora local do Projeto pelo Instituto Ambiental Brasil Sustentável (IABS), Jannyne Barbosa, explicou que foram utilizados dez indicadores para elaboração de um documento com a demanda turística atual com o objetivo de estabelecer uma linha de base para monitoramento da atividade turística no Baixo São Francisco.
O documento, que contém também a caracterização do perfil demográfico e socioeconômico da região, define 28 boas práticas, sendo oito potenciais a serem trabalhados e 20 já em execução. “Para ser uma boa prática foram elaborados alguns critérios, inclusive que o produto precisa ser comercializado, estar no mercado e envolver a comunidade. Fizemos um levantamento de boas práticas ambientais, culturais e patrimoniais nos municípios do Baixo São Francisco com o objetivo de valorizar o que já vem sendo feito”, explicou Jannyne.
“O modelo de negócio que servir de referência é preciso detalhar e aplicar em outros municípios, apresentar os resultados positivos alcançados pelo vizinho é o melhor argumento para incentivar e instigar uma concorrência saudável. É necessário praticar as boas práticas e não só detectá-las”, disse o secretário Luiz Otavio Gomes.
Entre as boas práticas, pode-ser destacar a Associação dos Informantes Turisticos de Piaçabuçu, a pousada Mirante do Talhado, a Pontos & Contos (Associação das Bordadeiras de Penedo), a Usina de Angiquinho, entre outras. A Sociedade Socioambiental Canoa de Tolda, que atua em conjunto com as comunidades ribeirinhas, na discussão, elaboração e implantação de projetos voltados para a melhoria da vida e preservação do meio ambiente no Baixo São Francisco e Cânion do São Francisco são algumas das boas práticas que valem ser ressaltados, e visitados, segundo a equipe de trabalho do projeto.
“Foram realizadas diversas oficinas para sensibilização envolvendo tais práticas com gestores públicos, lideranças locais e trade turístico de Alagoas e Sergipe e o que podemos perceber é que nas conversas iniciais os municípios e os empresários se viam muito como concorrentes, e hoje eles entendem que juntos e trabalhando em parceria podem somar muito mais”, destacou a interlocutora da região do São Francisco e coordenadora do projeto pela Secretaria de Estado do Turismo (Setur), Sandra Vilanova.
Outra atividade que merece destaque é a capacitação de 40 gestores municipais para uso do plano georreferenciado do Baixo São Francisco no Portal Alagoas Geográfico. Por meio do Portal, que é um Sistema de Informações Geográficas (SIG), voltado ao ambiente web é possível ter acesso a uma gama de informações georreferenciadas, podendo fazer consultas, integrações e processos sobre as mesmas.
Para a especialista do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Luciana Botafogo, essa será uma ferramenta inovadora para o trabalho do Banco. “Nós temos muita dificuldade em saber exatamente em que ponto os recursos estão sendo aplicados, e pelo que vejo com esse Portal essa carência não existirá mais em Alagoas, ‘entraremos’ nas comunidades beneficiadas e saberemos o resultado que está sendo alcançado”, afirmou.
Projeto – O projeto é fruto de um convênio firmado entre a Seplande e o Instituto Ambiental Brasil Sustentável (IABS), que tem a Secretaria de Estado do Turismo (Setur) como responsável pela sua execução. Os investimentos para a concretização do programa são da ordem de R$ 4 milhões, viabilizados pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e pela Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (Aecid), com contrapartida assegurada pelo governo do Estado.
“Depois de um ano de trabalho o que posso dizer é que estamos todos surpresos positivamente com o governo de Alagoas, que sempre se mostrou comprometido com a causa e busca facilitar e auxiliar todo o nosso trabalho”, afirmou a coordenadora financeira do Projeto pelo IABS, Carina Palhares.
