As ações da Secretaria Municipal da Educação de Aracaju (Semed), no que diz respeito ao Atendimento Educacional Especializado (AED) foi o tema de abertura, nesta sexta-feira, 17, do Seminário de Educação Inclusiva, evento promovido pelo Ministério Público do Estado de Sergipe (MP/SE). A secretária municipal da Educação, Marcia Valéria Lira Santana, foi representada pelo diretor do Departamento de Educação Básica, Dênison Sant´Ana.
Abordando como tema central a Logística e Ferramentas para a Efetivação da Aprendizagem, o seminário é uma iniciativa da Escola Superior do Ministério Público de Sergipe (ESMP). O promotor de Justiça Fausto Valois, da Promotoria de Educação, explicou que o evento visa apresentar as ações desenvolvidas e capacitar os educadores para utilizar as ferramentas existentes em prol da educação inclusiva.
“Este é o primeiro seminário desta natureza que o MP/SE promove em parceria com a Semed, a Secretaria de Estado da Educação (Seed) e Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência, visando as equipes de professores com poucos recursos para alunos, por exemplo, de baixa visão, audição ou mudos para que possam ser incluídos ainda mais na aprendizagem”, enfatiza.
A coordenadora de Educação Especial (Coesp) da Semed, professora Jailma Rezende da Costa Santos, expôs em sua palestra as ações da rede municipal de ensino de Aracaju no Atendimento Educacional Especializado lembrando para os participantes do evento, que conviver com as diferenças de cada um é único, e que para haver inclusão é preciso oferecer o acesso a aprendizagem e permanecer nela.
“Todos têm direito à educação”, enfatizou, fazendo em seguida um rápido relato da inclusão no Brasil a partir da história em quatro momentos: exclusão, segregação, integração e inclusão. “Em 2008 foi efetivada a inclusão dos estudantes portadores de algum tipo de deficiência com todos na mesma sala de aula”, destacou.
Jailma Rezende explicou que o Atendimento Educacional Especializado (AEE) é um serviço que identifica, elabora e organiza os recursos pedagógicos. Em relação a função do atendimento, ela relatou que complementa e suplementa a formação do aluno objetivando a sua autonomia na escola e fora dela, e não substitui o ensino regular.
O atendimento é oferecido nas salas de recursos, que são espaços físicos que contam com equipes multifuncionais. “Existem dois tipos de salas, a um e a dois. A dois, por exemplo, é para alunos com deficiência visual”, observou a professora.
Ela salientou ainda que o AEE na rede municipal de ensino é oferecido também em diversos Centros de Atendimento como o de Apoio Pedagógico as Pessoas Portadoras de Deficiência Visual (CAP) e de Atendimento a Surdos (CAS). Jailma Rezende informou que são atendidos cerca de 479 alunos com algum tipo de deficiência, sendo que 33 são autistas.
A coordenadora do Coesp concluiu a palestra destacando a formação continuada de intérpretes e cuidadores oferecida nos cursos de Autismo e Libras (Língua Brasileira de Sinais), bem como, a produção e adaptação de materiais didáticos. “É preciso aprender para viver, porque o outro é importante para nós”, argumentou Jailma Rezende.
O evento prosseguiu com a professora Maria Eugênia Melo Bahia, também da Coesp da Semed, que abordou a “Educação Inclusiva: Experiências Exitosas”. A professora Clotilde Vasconcelos falou da “Prática Pedagógica Inclusiva: Recursos Pedagógicos e Tecnológicos para Pessoa com Deficiência Visual”.
As palestras foram concluídas com Robson de Santana, da Coordenadoria de Apoio Educacional as Pessoas com Deficiência (Coepd) da Semed, abordando questões ligadas a “Tecnologia Assistiva” por meio de recursos como Dosvox, NVDA, MECDaisy e Comunicação/Smartphone.