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Maceió

Ações conjuntas de órgãos de saúde garantem atendimento a gestantes

Uma reunião entre os gestores estaduais e municipais de saúde discutiu entendimentos junto a direção do Hospital Universitário (HU) para a abertura da UTI Neonatal e Maternidade de Alto Risco, fechadas após suspeita da presença da bactéria Acinetobacter baumannii, que contaminou vários pacientes. Nove pessoas que morreram no hospital este ano – entre elas, quatro recém-nascidos – tinham a bactéria.

Na pauta, a normalização a assistência às gestantes e crianças em situação de alto risco em Alagoas. Uma equipe da Vigilância Sanitária esteve no HU para levantar se a Comissão Interna de Infecção Hospitalar já havia conseguido resolver o problema. Os técnicos irão se reunir com a direção para encontrar uma medida de saná-lo. Isso porque, a interdição da UTI Neonatal e Maternidade de Alto Risco do HU, tem ocasionado a superlotação de outras unidades, a exemplo da Maternidade Escola Santa Mônica, responsável pelo atendimento de 60% de gestantes de alto risco de Alagoas.

Para sanar o problema de infecções causadas por bactérias multirresistentes nas unidades hospitalares públicas e privadas de Alagoas, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) criou uma Central de Informações para reunir e administrar futuras ocorrências na rede. Ela funciona todos os dias, no Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs) e está interligada à Vigilância Sanitária Estadual, visando adotar medidas que possam solucionar eventuais surtos.

De acordo com o secretário de Estado da Saúde, Alexandre Toledo, os gestores do Estado e do município de Maceió estão unidos para solucionar o problema do HU. “Não estamos medindo esforços para reabrirmos o mais rápido possível os leitos da UTI Neonatal e da Maternidade de alto risco do HU, que vai contribuir para desafogar a Maternidade Escola Santa Mônica”, frisou.

Para secretário-adjunto de Saúde de Maceió, André Born, todas as medidas estão sendo tomadas em parceria. “Neste momento, dada às circunstâncias, coube ao município intensificar a observação sobre os leitos disponíveis para o atendimento de alto risco, promovendo a transferência de pacientes para outros hospitais conveniados ao SUS. A médio e longo prazo, porém, estaremos investindo na melhoria da assistência às gestantes, com a otimização do pré-natal nas unidades de saúde, reduzindo assim as situações de risco na hora do parto”, afirmou.

Participaram do encontro ainda, o diretor da Santa Mônica, Telmo Henrique, a coordenadora do HU, Margareth Monteiro, a reitora da Uncisal, Rozangela Wyszomirska, a coordenadora do Programa de Atenção Integral à Saúde da Mulher na SMS, Lusitânia Barros, e os superintendentes estaduais de Atenção à Saúde, de Auditoria e Regulação, de Vigilância em Saúde e de Gestão e Participação Social.

Ao final da reunião a assessoria de comunicação da Secretaria de Estado da Saúde informou, por meio de nota, as seguintes deliberações:

1 – A Unidade de Cuidados Intermediários Neonatal (UCI) do Hospital Universitário será provisoriamente dividida para absorver a Unidade de Cuidados Intensivos (UTI) e retomar atendimento à população nos próximos dias;

2 – Os recém-nascidos com suspeita de infecção serão isolados em outras áreas até a devida alta médica;

3 – Na terça-feira (19) a Maternidade do Hospital Universitário retomará assistência às gestantes de alto risco tanto na UCI como na UTI Neonatal;

4 – O município de Maceió garantiu disponibilizar profissionais (médicos pediatras) para ajudar na evolução dos pacientes;

5 – A Vigilância Sanitária do Estado e do município de Maceió constataram após inspeções apenas a necessidade de adequações físicas mínimas e melhorias nos procedimentos de fluxo;

6 – Que as 9 mortes ocorridas no HU, nenhuma até o momento está confirmada como sendo provocada pela bactéria acinetobacter baumannii;

7 – Às gestantes de médio e baixo risco serão atendidas normalmente na rede básica e nas maternidades conveniadas.