Com o objetivo de evitar um desastre ambiental no Brasil equivalente ao do Golfo do México, a ministra Izabella Teixeira, do Meio Ambiente, se reuniu nesta sexta-feira (7/5) no Rio de Janeiro com a secretária de Ambiente do estado, Marilene Ramos, para estabelecer providências e estratégias de prevenção na extração petrolífera no País. Também participaram da reunião especialistas do Inea, Ibama, Petrobras e Marinha.
Para realizar a prevenção e o mapeamento de eventuais riscos nas plataformas petrolíferas brasileiras, foram formados cinco grupos de trabalho. Dentre outras iniciativas, estão previstas a consolidação de um plano nacional de contingência, a formação de um gabinete de crise e a regulamentação do uso de novas tecnologias no combate a vazamentos, como queima de óleo e o uso de dispersantes utilizados no Golfo do México.
Nos próximos 30 dias, haverá uma nova reunião com representantes de todos os estados costeiros produtores de petróleo. O objetivo é definir novas linhas de ação.
Segundo a ministra Izabella, uma equipe do Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP) já foi enviada para o local do acidente. O grupo vai acompanhar os trabalhos e a tecnologia empregada para minimizar o impacto causado pelo desastre, e deve trazer ao Brasil o resultado destas experiências.
“Vamos debater um plano nacional de contingência, que sofreu ajustes e ainda não está consolidado. Depende de uma rodada de negociações com a Marinha, o Ministério do Meio Ambiente e com ministérios envolvidos. Esperamos consolidá-lo ainda em 2010”, afirmou.
De acordo com Izabella, técnicos do Ibama, do Inea e do IBP vão fazer um estudo para aperfeiçoar os métodos de análise de risco ambiental incorporado nos processos de licenciamento.
“Pretendemos aperfeiçoar a troca de informações entre os órgãos ambientais a fim de estabelecer critérios para a prevenção de acidentes. Vamos também estudar a viabilidade de regulamentar o uso de novas tecnologias no combate ao vazamento, como a queima do óleo e o uso de dispersantes. No Brasil, não há regulamentação para o uso dessas técnicas e pretendemos estudar essa possibilidade”, explicou Izabella.
“Ainda que a indústria petrolífera opere em condições de segurança, sempre há um risco natural, principalmente com o avanço da exploração do petróleo, como vem ocorrendo na camada pré-sal. Por riscos como este e outros é que temos que receber os royalties”, afirmou a secretária, em uma referência à emenda proposta pelo deputado Ibsen Pinheiro que, se aprovada, vai retirar do estado do Rio de Janeiro mais de R$ 7 bilhões por ano, uma parcela considerável dos investimentos na área ambiental.
