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A presença das mulheres no futebol: história do futebol feminino

O futebol ainda é um esporte predominantemente masculino, mas cada vez mais as mulheres estão conquistando seu espaço. Contudo, ainda há uma caminhada muito grande quando se trata de reconhecimento e equidade em relação aos homens no futebol.

Não há como negar que a presença de um trio de arbitragem feminina em uma partida oficial da FIFA foi um marco histórico. A conquista de apitar um jogo de Mundial de Clubes, o primeiro, em 2021, mostra como ainda há o que avançar.

Quando falamos da presença feminina no futebol, não podemos deixar de falar das protagonistas: as jogadoras. A Copa do Mundo Feminina de 2019 foi palco de diversas manifestações a respeito da desigualdade de gênero na modalidade.

Até mesmo o conhecimento que se tem sobre o futebol feminino é defasado. Um teste da casa de apostas Betway com as jogadoras do Real Betis Féminas mostrou que jogadoras profissionais entendem do assunto e estão conectadas com o que acontece em suas ligas, seleções e os grandes nomes do esporte hoje, como a brasileira Marta.

É também citada a sensacional jogadora inglesa Lucy Bronze, três vezes campeã europeia pelo Lyon e melhor jogadora da Europa em 2019. Mas infelizmente esse conhecimento ainda não caiu na boca do povo.

Se perguntarmos quais foram as principais jogadoras da Copa do Mundo Feminina de 2019, por exemplo, poucas pessoas saberão. Voltando ao teste com as jogadoras do Betis, é tocante ver que todas elas no fim comemoram o crescimento recente, mas ainda citam os desafios que existem.

Por isso, é extremamente importante conhecer a história do futebol feminino.

História do futebol feminino no Brasil

Uma conquista histórica que não deve deixar de ser mencionada é a liberdade para a prática do futebol em 1979. Ainda que a primeira partida oficial tenha sido realizada em 1921, as mulheres foram proibidas de jogar futebol no governo Vargas, em 1941.

Sob alegação de que o esporte de contato poderia ser prejudicial à saúde e fertilidade das mulheres, foram anos de proibição da prática do esporte. O período de 1941 a 1979, ano da extinção do decreto, fez com que muitas mulheres praticassem o esporte ilegalmente.

A prática ilegal fez com que muitas mulheres fossem presas na época em que este decreto estava em vigor.

Foi só em 1988 que foi criada a seleção brasileira feminina de futebol. Já a primeira participação na primeira Copa do Mundo Feminina aconteceu em 1991. Neste mesmo período, a seleção masculina já tinha conquistado três títulos da Copa do Mundo.

E foi somente a partir de 2013 que os clubes brasileiros femininos puderam disputar a primeira edição do Campeonato Brasileiro Feminino.

O que ainda falta avançar?

O Brasil está longe de ter a mesma tradição no futebol feminino como tem na modalidade masculina. Diferentemente dos Estados Unidos, país que estimula meninas desde pequenas a praticarem o esporte. Não é à toa que o país conquistou quatro títulos das oito edições do torneio.

A falta de popularidade e reconhecimento do esporte e das jogadoras faz com que muitas delas saiam do país. Além disso, a busca por melhores condições de trabalho e estrutura para se profissionalizarem é um fator determinante.

Este foi o caso de Marta, que garantiu o título de melhor jogadora do mundo por seis vezes. A alagoana que já fez carreira na Suécia atualmente é jogadora do Orlando Pride, time americano.

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) anunciou o pagamento de salários iguais para homens e mulheres. Parece bom, não é mesmo? Mas isso é válido apenas para jogos oficiais das seleções.

Na realidade dos clubes brasileiros as mulheres ganham 118% menos que os homens. As jogadoras de grandes equipes brasileiras recebem o equivalente a um jogador da Série C do Brasil.

Mas engana-se quem pensa que esta é uma realidade exclusiva do Brasil. E este cenário é claro quando pegamos os principais jogadores das seleções feminina e masculina. Enquanto Marta recebe cerca de R$ 1,47 milhão por ano, Neymar recebe aproximadamente R$ 396 milhões.

O que está sendo feito para dar visibilidade ao futebol feminino?

Algumas ações, mesmo tímidas, estão sendo feitas para dar mais visibilidade ao futebol feminino. Um exemplo claro em nosso futebol sul-americano é a exigência feita para os times que quiserem participar da Copa Libertadores da América. A organizadora, a Conmebol, exige que os clubes tenham um time brasileiro para participarem do torneio.

Além disso, a transmissão de eventos oficiais faz com que mais espectadores tenham acesso ao futebol feminino.

A questão não é obrigar todo mundo a gostar de futebol feminino, mas de dar espaço e visibilidade. Com isso pode ter certeza que o apreço pelo esporte e o que as mulheres entregam entre as 4 linhas cairá no gosto de muitas pessoas.