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Penedo

A partir deste sábado, a travessia de balsa entre Penedo e Neópolis fica mais cara

Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) realiza estudo para detectar se os preços são abusivos

Desde as primeiras horas deste sábado (1º), os usuários do transporte aquaviário, que faz a travessia de veículos automotores, pedestres, propulsão humana e animal, entre as cidades de Penedo, em Alagoas e Neópolis, Sergipe, passam a pagar mais caro. Esta modalidade de prestação de serviço não é tabelada em nenhuma área sob a jurisdição da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq).

“Não existe preço tabelado. Em sua essência, o reajuste é livre. O que podemos fazer é coibir abusos. Recebemos várias reclamações através da ouvidoria. E, uma equipe já está analisando os valores que passam a vigorar a partir deste mês”, explicou o especialista em Regulação de Transportes da Antaq, Henrique Cintra.

A também especialista em Regulação do órgão federal, Gertrudes Lins, observa que o trabalho é complexo. “O levantamento é minucioso, precisamos analisar as particularidades, constatar o ponto de vista do que está sendo empregado. O reajuste de combustíveis, a inflação. Bem como, a manutenção de pessoal. Porém, se os preços fugirem a normalidade, as empresas serão chamadas para prestar esclarecimento e poderão sofrer sanções. Estamos acompanhando tudo que acontece na nossa jurisdição e, em breve, o processo poderá apontar se o aumento aplicado pelas balsas em Penedo e Neópolis são abusivos.”

A complexa investigação está em fase de conclusão e será divulgada entre os dias 10 e 14 de março, durante audiência pública em Penedo. “No mês de março iremos divulgar o processo conclusivo das investigações, durante audiência para a população usuária da região. Não podemos prejudicar nenhum dos dois lados, não devemos prejudicar os usuários, mas também devemos manter o operador”, concluiu o chefe da Unidade Administrativa Regional da Agência Nacional de Transporte Aquaviários (Antaq), em Recife, José Trevas.

Os estudos iniciados que buscam descobrir se os preços praticados pelas empresas – Fluvial Tupan e São Pedro -, proprietárias de três balsas responsáveis pela travessia entre as duas cidades, também analisam a questão do assoreamento do Rio São Francisco. Visto que, os bancos de areia também modificaram o trajeto entre os portos na margem direito e esquerda.

“A travessia é mais cara do que o combustível do meu carro”

Roberto Miranda - aquiacontece.com.brHá 17 anos ele é usuário do serviço prestado pelas balsas. Iniciou com o transporte de passageiros de Penedo até a capital sergipana, usando veículo de passeio. Hoje, é detentor de uma permissão fornecido pelo Estado de Sergipe, para fazer o transporte com uma van, Júnior da Besta, 35 anos, afirma que o preço é abusivo. O penedense também pontua que a qualidade no serviço precisa melhorar.

“Entendo que o valor é abusivo sim. Gasto mais com a travessia, do que o abastecimento da minha van. Vou passar a gastar diariamente cerca de R$ 66 reais. E para fazer a ida e volta entre Penedo e Aracaju, apenas R$ 55 reais com óleo diesel. Muito alto, para um percurso com pouco mais de 1 quilômetro. Mas, ressalto que não é só o valor, também a qualidade na prestação do serviço. Quando a demanda está grande, de veículos, outra balsa deveria entrar de imediato, para suprir a carência. Existe uma dificuldade tremenda para isso acontecer. Os funcionários deveriam ser qualificados, aprender a lidar com as pessoas. Fardamento apropriado e com identificação, coso seja necessário fazer alguma denúncia aos órgãos competentes. Cumprir os horários pontualmente. Deveria ser a cada meia hora, a partir das 06hrs, até as 19hrs, quando o fluxo é intenso. E se tivesse de aumentar, que o valor fosse justo e a qualidade do serviço bem superior. Estão lidando com pessoas, não apenas de Penedo, mas também com turistas de diversas partes do Brasil”, analisou Júnior da Besta.

“Faço o percurso diariamente para Aracaju e o Estado determinou uma van a cada meia hora de Neópolis para a capital, e se os que estão com a concessão não estiveram aptos a fazer, o poder público sergipano coloca outra van em seu lugar. Existem milhares de pessoas querendo entrar para o transporte complementar. Então, como as balsas são poucas, os proprietários fazem o que bem entendem, não existe concorrência. O usuário tem que se sujeitar ao serviço fornecido por eles”, criticou o usuário.

O outro lado do prestador

Desde a zero hora de hoje (1º), os usuários começaram a pagar mais caro pela travessia entre Penedo e Neópolis. Então, tentamos entrar em contato com um dos proprietários de umas das empresas. E o dono da Fluvial Tupan, Paulo Passos, até que tentou conceder entrevista e justificar através de contato telefônico, o reajuste. “Um dos fatores para o aumento é o preço do óleo diesel, o aumento do salário mínimo…….(a ligação silenciou por alguns segundos)”.

Roberto Miranda - aquiacontece.com.brInesperadamente a entrevista foi interrompida e o telefone foi passado para a sua esposa, identifica apenas por Cláudia. E em poucas palavras, ela afirmou que não daria mais nenhum esclarecimento por telefone.

“Nenhuma informação será mais fornecida por telefone. Se você quiser saber algo sobre o reajuste, se dirija até a cidade de Neópolis, ao escritório da Tupan, que fica localizado na Rua Alberto Vaz, nº 367. E tenha uma boa noite”.

Assim encerrou o que poderia ter sido uma entrevista, via telefone, que não durou mais que dois minutos. Em que o empresário Paulo Passos, iria explicar o reajuste já em vigor.

A nova tabela de preços

Os preços foram expostos desde o mês de dezembro de 2013, em um cartaz, afixado em local visível nas balsas que fazem a percurso.

– Pedestre – R$2,50;
– Bicicleta – R$2,50;
– Motocicleta – R$5,00;
– Motocicleta com reboque – R$6,00;
– Trator giríco – R$22,00;
– Automóvel de passeio – R$22,00;
– Automóvel de reboque pequeno – R$25,00;
– Automóvel de reboque grande – R$28,00;
– Caminhão (F4000, Mercedes, outros) – R$33,00;
– Micro ônibus – R$33,00;
– Trator traçado – R$33,00;
– Trator com grade – R$45,00;
– Caminhão toco/ truck – R$45,00;
– Maquinas agrícolas e outros – R$45,00;
– Ônibus – R$45,00;
– Caminhão com inflamável – R$50,00;
– Jamanta – R$50,00;