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A MORTE NÃO É O FIM

Somos os únicos viventes deste planeta terra que indagamos sempre: de onde viemos? Para onde vamos? Essas incertezas comprovam que temos muito medo do mundo não visível, do mundo espiritual. Mesmo àqueles que se dizem preparados quando se aproxima do tempo do fim demonstram que seus sentimentos lhes era falso, enganador. Eu mesmo, quando gozava de uma saúde perfeita, isso por volta dos meus cinquenta anos, zombava da morte e afirmava com todas as palavras: não tenho medo da morte, quando ela se aproximar eu a mando embora. Bastou-me apenas uma pequena depressão e um desequilíbrio de pressão arterial para que as minhas verdades fossem postas ao chão. Fui acometido de um medo tão real que não conseguia ficar, por apenas alguns minutos, sem a presença de minha esposa. Foi um período de aprendizado e de superação de minhas ideias e crenças.

Quem não teme a morte? Jesus, por um momento, também teve medo. Estando pregado na cruz, bradou em voz alta: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?” Ali estava o Homem, o humano, concluindo sua missão, a serviço de Deus. A nossa condição humana não aceita a perda de um amigo, de um parente, de um ente querido, principalmente se a morte foi advinda de sofrimento, de desespero, de agonia. Somos humanos e temos sentimentos humanos. Nem sempre temos as respostas de todas as nossas indagações, mas para tudo tem uma explicação, até mesmo para a morte. Quantas vezes não dizemos que aqui estamos em missão; que estamos de passagem; que a nossa estada neste plano terráqueo é temporária. Acredito que cada um de nós tem uma missão a cumprir e essa missão sempre está atrelada ao bem. Entretanto, alguns usando o seu livre arbítrio, podem trilhar caminhos diversos do que aquele que deveria perseguir.

Quando uma pessoa sofre com os males de uma doença incurável, por exemplo, seu espírito também sofre porque fica aprisionado em um corpo doente. Quando se dá a morte ou o desencarne, o espírito se alegra porque se sente livre das amarras do corpo físico. O espírito que deixa o corpo pelo desencarne ou morte, não deixa de viver, ele permanece mais vivo do que nunca só que em um plano espiritual que não necessita de um corpo físico. Algum permanece por um tempo ao lado dos seus familiares e amigos mais próximos como a querer consolá-los e dizer-lhes que está tudo bem, mas a diferença dos planos: material e espiritual impede, momentaneamente esse contato.

Aprendemos, durante muito tempo, que o espírito após a morte, fica em um sono profundo e que só é despertado para o julgamento final. Entretanto, quando uma pessoa que muito amamos e respeitamos passa para o outro plano dizemos: Olhe por nós. Peça a Deus por nós. Interceda por nós. Ora, não é uma contradição? Se aquele espírito dorme, por que lhe fazemos pedidos? Por que fazemos promessas a diversos santos, e dizemos que alcançamos a graça? Para quem foi feita a promessa para espíritos inertes ou para espíritos vivos?

Acredito que o mundo espiritual é semelhante ao nosso mundo material, apenas despido do corpo que é uma espécie de invólucro. No transcorrer de minha vida já pude comprovar várias experiências espirituais o que me fez desvincular de crenças antigas que não me permitia admitir que o espírito continuasse vivo após a morte corpórea. O espírito não morre ele continua sua trajetória em busca da perfeição e não temos o direito de por obstáculo a essa caminhada movido apenas por sentimentos humanos.

A morte do corpo físico não é o fim e sim um recomeço de uma nova vida. São Francisco de Assis, em sua oração já dizia: “É morrendo que se nasce para a vida eterna”. Quanto mais nos apegamos às coisas materiais, mais doloroso nos é aceitar as coisas espirituais. Há pessoas que mesmo estando em um leito de morte ainda é capaz de consolar, de confortar, de ser exemplo. O espírito que habita nesse corpo já definhado, é superior, e espera pacientemente a sua libertação. Quando perdemos uma pessoa querida não devemos sofrer demasiadamente, mas sentir saudades pela ausência. O sofrimento prejudica o crescimento do espírito desencarnado que, ao invés de prosseguir em busca da perfeição, fica atrelado aos laços de amizade e familiares. A oração deve ser o único elo entre o plano material e o espiritual, é o alimento do corpo e do espírito. Pedir a Deus, em nome de Jesus, para que o espírito desencarnado encontre o seu caminho é uma atitude de fé, de crença de que o espirito não morre, e que ele é imortal. A fé, já dissera alguém, “É a espera contínua na confiança inabalável das promessas de Jesus. Ela se manifesta pelo amor ao irmão e pelas obras.” Orar por alguém ou por um espirito desencarnado é um gesto de amor. O choro, o desespero, a inquietação, o não conformismo com a perda, provoca sofrimento ao espírito e o faz retardar seu encontro com a Grande Luz: Jesus.