Padre Samuel Ventura: ?A Igreja tem que está perto dos fiéis, da mesma forma como Jesus Cristo viveu?
Neste domingo (03), faz uma semana que o Papa Francisco esteve no Brasil, para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), um dos maiores eventos religiosos que o País já sediou. Estimativas dão conta que mais de três milhões de fiéis de várias partes do mundo, estiveram no Rio de Janeiro, para participar do evento que acontece a cada três anos em um país diferente. Esse, que também marcou a primeira viagem oficial do líder da Igreja e Chefe de Estado, Papa Francisco.
Fiéis da região também foram renovar a fé em Nosso Senhor Jesus Cristo, com a ajuda desse grandioso evento. Cerca de 200 pessoas pertencentes à Diocese de Penedo, destes, 20 da cidade ribeirinha, entre católicos e sacerdotes, estiveram durante uma semana em São Paulo e na cidade do Rio de Janeiro, sede do evento. E para falar um pouco da JMJ, e claro, sobre a imagem do Santo Padre, entrevistamos um veterano em Jornada, padre Samuel Ventura, líder religioso da Paróquia de Nossa Senhora do Rosário.
“Da nossa Diocese, foram cerca de 200 pessoas, entre católicos e sacerdotes. Para todos que participaram foi um momento fantástico. Estimativas da organização mostram que foram mais de três milhões de pessoas que participaram da Jornada Mundial da Juventude. Para mim, foram momentos extraordinários ver de perto o Santo Padre. Perceber o seu olhar de humildade perante o povo, os fiéis. Nos fez lembrar Jesus Cristo, cercado de simplicidade. Perceber que os jovens estavam ali procurando a palavra do Senhor, todos com um único objetivo”, descreveu o sacerdote.
Uma festa sem a necessidade de drogas e álcool para se divertir
Imagine uma festa repleta de jovens, todos se divertindo, isso sem a necessidade de drogas, nem muito menos álcool. É difícil de imaginar, não. Assim descreveu Padre Ventura. “Foi uma grandiosa festa em que prevaleceu a fé. Todos se divertiram sem a necessidade de álcool e drogas. O foco era a celebração do Nosso Senhor Jesus Cristo, renovar a fé. Uma festa sem tumulto, onde o respeito prevaleceu e, o sorriso estampado nos rostos dos jovens. Imagine você passar quase três horas em uma estação de metrô e, todos bem comportados, um respeito mútuo. Assim aconteceu toda a Jornada Mundial da Juventude (JMJ)”, disse Samuel Ventura.
Momentos de maior emoção
Padre Samuel Ventura concelebrou com mais oito mil sacerdotes, nos dia 27 e 28, missas com a presença do Papa Francisco, momentos que, para o pároco, foram estações muito importantes. “No sábado (27) e domingo (28), foram os dias mais importantes para mim. Foi quando concelebramos missas na presença do Santo Padre. Onde ficamos bem próximos a ele. Esses dias vão ser inesquecíveis”, descreveu padre Samuel Ventura.
O sacerdote ainda acrescentou: “O que me emocionou bastante, foram às palavras de ordem durante as suas pregações, onde o Sumo Pontífice afirmou que não devemos ter medo de semear a palavra de Deus. Devemos ser verdadeiros semeadores da palavra, levar aos povos a boa nova”.
Dois Papas: um pensador e um jesuíta
Durante a sua estadia, o papa Francisco deu várias demonstrações de humildade e simplicidade. Para vir ao Brasil, escolheu um avião de carreira, quebrando todos os protocolos de um Chefe de Estado e líder da Igreja. Bem como, dispensou muitas ‘regalias’ que outros não deixaram de lado. Até sua mala ele mesmo quem a transportava. Durante suas passagens pelas ruas do Rio de Janeiro, abandonou o papa móvel, que não era blindado e foi ao encontro dos fiéis, deu inúmeras demonstrações de humildade. Estaria a Igreja retomando as ruas raízes cristãs. Para o Padre Samuel Ventura, existe explicação.
“Papa Francisco não veio para anular os Pontífices anteriores. Assim como toda a Igreja. Bento XVI é um pensador, um intelectual, que tentou resguardar os verdadeiros valores da Igreja e dá fé, que estão abalados. O Papa Emérito é um teólogo. Por ser um intelectual, talvez tenha causado dificuldade em lidar com o povo. Já Francisco é um jesuíta, que fez voto de pobreza. Ele está vivendo da mesma forma desde quando foi padre, bispo e cardeal. O Papa Francisco está vivendo com sempre viveu”, explanou Ventura.
A Igreja não deve se restringir a uma ONG
Durante sermões e entrevistas na sua estadia no Brasil, para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), no Rio de Janeiro, Papa Francisco, declarou por diversas vezes que a Igreja não deve se restringir a uma Organização Não Governamental (ONG). O que significa dizer que: não deve apenas fazer doações, mas sim, evangelizar, levar a palavra do Nosso Senhor Jesus Cristo.
“Nas palavras do Santo Padre, a Igreja não se deve reduzir apenas a caridade, doações de cestas básicas e outros. Para o Papa Francisco, a verdadeira Igreja é aquela que leva a palavra de Deus aos seus fiéis. Ele quer a Igreja mais próxima do povo. A Igreja deve cercar os seus fiéis. Tornar a palavra de Deus conhecida e levá-la a todos os lugares. Isso foi que o Pontífice quis dizer quando a Igreja não deve ser reduzida a uma simples ONG”, esclareceu.
Padre Samuel Ventura, líder da Paróquia de Nossa Senhora do Rosário, ordenado há quatro anos, veterano em Jornadas. Esteve presente na de Madri, Espanha, presidida na ocasião pelo hoje, Papa Emérito Bento XVI, concluiu a entrevista que durou cerca de duas horas, garantindo que a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), trouxe várias lições. E a principal.
“O Santo Padre quer que a Igreja esteja em comunhão com todos. Não esquecendo os verdadeiros valores do evangelho. Precisamos ouvir mais os jovens, vivenciar esse protagonismo. Está perto dos fiéis. Da mesma forma como Jesus Cristo viveu, cercado de multidões. Também tomando como exemplo, a simplicidade e a humildade do Santo Padre, o Papa Francisco”, concluiu.
