O estilo de Jack Welch é conhecido e reconhecido como modelo de gestão por pessoas dos diversos segmentos administrativo, econômico e financeiro mundial, razão do título de gestor do século XX que lhe foi agraciado pela revista The Fortune, dos Estados Unidos da América.
Wech foi admitido na GE em 1960 para o cargo técnico de engenheiro químico, sendo alçado a cargos de maiores relevâncias administrativas até alcançar o cargo de presidente da empresa em 1981, transformando-a em uma das empresas mais lucrativas do mundo empresarial, Aposentou-se em 2001, após concluir o processo de escolha do seu sucessor na empresa.
Conhecemos pessoas de diversas formações técnicas que nada têm em comum com administração empresarial, mas que se transformaram em referências de modelos de gestão, seja local, regional, nacional ou internacional.
Através de cursos específicos, leituras, palestras, conversas ou qualquer outra interação, podemos observar que uma das características dessas transformações é que essas pessoas não relegaram os conhecimentos técnicos das suas formações originais, mas que reconheceram da necessidade de novos saberes, ou seja a interdisciplinaridade dos conhecimentos das ciências exatas, humanas e sociais aplicáveis na gestão organizacional.
Atualmente não é mais possível imaginar dirigentes, seja qual for a sua formação, que queiram se destacar no segmento em que atuem, sem tratar com distinção a eficiência, a gestão e as pessoas nas suas organizações.
A eficiência é inerente a qualquer função que se exerça nas organizações ou início de atividades profissionais autônomas, pois dela depende a lucratividade do negócio. Ainda que se possa mostrar às pessoas qual o melhor modo de realizar suas funções, o aprendizado da eficiência inicia-se desde a infância, quando elas começam a querer conseguir os melhores resultados do que pretendem, no menor tempo possível utilizando-se dos recursos que têm. A prática e a orientação constante dessa premissa no dia-a-dia das pessoas aprimoram essa habilidade que proporcionará melhores resultados independentemente do setor em que estão exercendo suas funções.
Pela importância que as pessoas, hoje tratadas como capital intelectual, representam para as organizações a maioria dos gestores, com ou sem formação principal em gestão organizacional, entendeu através da experiência ao exercer cargos de gerência, que quanto mais elevada for a educação melhor será a performa dessas pessoas na organização.
Partindo dessa direção esses gestores elevam, quando a organização tem condições financeiras de remunerar melhor seus colaboradores, a exigência de formação superior, como condição mínima às contratações também para as funções que não sejam próprias de formação específica, mas que demandam de discernimento para serem realizadas. Essa decisão é motivada porque os cursos superiores exigem, com mais intensidade, que seus alunos pensem de forma racional, independente do seu campo específico, o que facilita aos graduados a refletirem e tomarem as decisões com maiores níveis de acerto, pois esse desenvolvimento cognitivo as credenciam a prática do conhecimento sistêmico. Que em conjunto com a criatividade constituem as habilidades que impulsionam as pessoas para alcançarem os cargos de maiores responsabilidades empresariais.
Gostaria de destacar que a permanência desses colaboradores nas organizações dependerá de suas regras organizacionais de gestão de pessoas, que já tratamos anteriormente nesse espaço.
Resta lembrar que na falta de uma metodologia própria de gestão, que é a prática de conhecimentos adquiridos com as adaptações necessárias à funcionalidade própria que toda organização tem em si, seu capital tangível será desvalorizado e o intangível desestimulado, causando reflexos negativos na sua performa. Podemos sintetizar que a boa gestão é a que pratica a inovação constante, pois a repetição sistematicamente dos métodos de gestão utilizados no passado ou nas empresas administradas anteriormente têm prazo de validade curto. É por isso que não encontramos na gestão de Welch o “cola-copia”.
Escutar opiniões, ponderar e decidir com convicção de acerto infelizmente não surgem sem estudo e aprendizagem contínuas..
Alexandre Cedrim, administrador de empresas e consultor organizacional.