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Negócios/Economia

A ascensão da cena fintech brasileira e sua relação com jogos

As fintechs surgiram como uma alternativa rápida e não burocrática para resolver questões financeiras, o que significou, para muitas pessoas, nunca mais ter que perder horas em bancos. O próprio nome dá a entender do que se trata, sendo uma junção de “finanças” e “tecnologia” em inglês.

Hoje, as principais fintechs brasileiras servem de conta corrente, plataforma de investimentos, ferramenta de controle orçamentário, entre outros. Enquanto algumas plataformas unem essas e outras funções, outras são mais específicas, e ainda há a movimentação de compra e aquisição entre elas.

Ao que tudo indica, o cenário mais radical de substituição dos chamados “bancões” pelas fintechs está mais distante de ser uma realidade. Por outro lado, vemos a aplicação dos apps de cada uma dessas fintechs para os mais diversos fins. Hoje, fintechs como Nubank e PicPay são utilizadas para transferências rápidas com Pix, para conseguir descontos, acumular pontos de fidelidade e, acredite, até jogar jogos em cassinos online.

Isso mesmo, em 2022 já há jogos que pagam dinheiro de verdade via Nubank graças ao Pix ou às chamadas carteiras digitais. Estas, por sua vez, também são startups que atuam como intermediários entre bancos brasileiros e contas no exterior. Voltando ao exemplo dos jogos online com apostas valendo dinheiro, os saldos são mantidos no exterior por conta da atual situação dos jogos de azar no Brasil, o que exige essa intermediação para recebimentos.

Surgem cada vez mais unicórnios

Os unicórnios são as empresas desse ramo tecnológico que captam recursos que as deixam avaliadas em, pelo menos, 1 bilhão de dólares. Pode parecer muito, mas essa marca tem sido atingida por cada vez mais fintechs brasileiras. O próprio Nubank, já citado, adquiriu o status de unicórnio em 2018.

No final de 2021, a empresa fez a sua estreia na bolsa americana e ofereceu a cada usuário a chance de adquirir uma pequena cota de participação. Frente a adversidades no cenário econômico mundial e também aos desafios que o próprio Nubank enfrenta, o seu papel já desvalorizou mais de 60%.

Outra fintech que despontou nos últimos anos foi a Ebanx, que alcançou o status de unicórnio em 2019. Essa fintech é um bom exemplo de que não são só alternativas aos “bancões” que estão em destaque nesse mercado. A Ebanx é uma intermediária para pagamentos feitos entre países, muito útil quando começaram a se tornar populares as compras em sites como AliExpress e apps como a Wish.

Ainda falando de exemplos únicos, temos o caso recente da Creditas, que se tornou um unicórnio em 2020. A fintech foi avaliada em US$ 1,75 bilhão e opera na área de crédito com garantia de imóveis e veículos.

A relação das fintechs com os jogos

Para quem tem acompanhado as discussões legislativas no Brasil, é notável o crescente debate em torno da legalização dos jogos de azar. Mais do que ficar só no campo das conversas, há um projeto de lei completo avançando e com boas chances de ser aprovado. Se isso acontecer, é certo que as fintechs desempenharão um importante papel.

Primeiramente, qualquer mercado que possivelmente movimentará bilhões levará ao surgimento de novas empresas e à evolução de outras. Além disso, já funcionam por meio da internet os cassinos online que aceitam brasileiros e adaptaram seus métodos de pagamento. Embora não encontremos bancos como o Nubank entre as suas formas de depósito e saque, transferências bancárias e Pix fazem essa conexão com a fintech.

Ou seja, brasileiros maiores de idade que possuem conta em fintechs já conseguem enviar e receber dinheiro. É claro que essas possibilidades também se aplicam aos demais bancos, perfeitamente adaptados à nova realidade das transações – contrapondo a descrença de 4 a 5 anos atrás de que eles acompanhariam as fintechs.

Ainda assim, a flexibilidade das fintechs poderá colocá-las um passo à frente nessa nova fase. Mais do que isso, é impossível prever que novos unicórnios podem surgir com soluções inovadoras para esse novo mercado.

Enquanto acompanham de camarote um turbilhão de transformações tecnológicas, os fãs desse tipo de atividade estarão se divertindo. Assistir a quais fintechs sobrevivem e as inovações que trazem será um show à parte.