Evento enfatizou o avanço das Políticas para as Mulheres
Entre palestras, grupos de trabalho e debates, cerca de 500 participantes se reuniram na 4ª Conferência Estadual de Políticas para Mulheres de Sergipe, realizada nesta quarta-feira, 17, no auditório do Hotel Orion. Realizado pela Coordenadoria Estadual de Políticas para Mulheres da Secretaria de Estado da Mulher, Inclusão, Assistência Social, do Trabalho e dos Direitos Humanos (Seidh) e pelo Conselho Estadual dos Direitos da Mulher (CEDM), o evento enfatizou o avanço das Políticas para as Mulheres no estado de Sergipe e no Brasil, tendo como base o tema central “Mais direitos, participação e poder para as mulheres”.
A superintendente executiva da Seidh, Adriana Leite, reforçou a importância da participação da mulher nos espaços públicos, através da ruptura com os padrões culturalmente impostos pela sociedade. “Hoje, mais de 37% das chefes de família e mais de 50% da população são mulheres. No entanto, somos menos de 10% na Câmara dos Deputados e zero por cento em Estância, por exemplo, na Câmara de Vereadores. Vamos rasgar o véu do acobertamento cultural que nos cerceia em nossos legítimos direitos. Vamos em busca da igualdade de gêneros”, disse Adriana.
Em seguida, a coordenadora Estadual de Políticas para a Mulher, Edivaneide Lima, discorreu sobre a importância do momento para o necessário debate sobre as políticas para mulheres. “Essa conferência é a culminância das conferências territoriais e municipais que já aconteceram ao longo do ano de 2015. Hoje, com a realização da Conferência Estadual, nós iremos coletar as propostas que foram trabalhadas nos municípios e territórios para que se consolidem aqui cinco propostas que serão posteriormente encaminhadas para a Conferência Nacional”, detalhou.
Ainda de acordo com ela, a relevância da conferência abrange não só o público feminino, mas o estado como um todo. “Acredito que esse tipo de discussão é fundamental, já que o levantamento de questões a respeito da autonomia da mulher deve ser constantemente trabalhado para que, assim, elas possam conquistar seu empoderamento. Aqui em Sergipe, apesar de sermos um estado pequeno, temos avançado muito no que diz respeito às políticas para mulheres, e isso acontece em decorrência do trabalho realizado pelo nosso Governo, que dá muita ênfase à questão. Inclusive no tocante ao “Ligue 180″, nós ocupamos o terceiro lugar no ranking nacional em chamadas para a Central de Atendimento à Mulher”, destacou.
Presente ao evento, a coordenadora Geral da Diversidade da Secretaria de Políticas para Mulheres do Ministério, Janaína Oliveira, pontuou que as conferências servem para tratar especificamente dos avanços em relação à política para mulheres e como essa política incide, de fato, nos espaços – sobretudo o que ainda é preciso ser feito para que ela ocorra cada vez mais. “Mas não é só isso. Hoje as mulheres estão tendo a oportunidade de dialogar no seu Estado a respeito da importância da inclusão do público feminino nos espaços, no mercado de trabalho, e da garantia de igualdade financeira entre homens e mulheres. O debate é coletivo e é um momento importante de diálogo e reflexão sobre o fortalecimento dos organismos de políticas para mulheres, que são fundamentais, já que sem esses instrumentos nós não conseguiríamos avançar progressivamente”, concluiu.
Também para a presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da OAB/SE, Adélia Moreira Pessoa, a Conferência é fundamental porque simboliza a participação da sociedade civil na elaboração das políticas relativas à mulher. “Nós temos várias leis existentes no Brasil, inclusive em nível de Constituição Federal, no sentido de dar igualdade de direito, entretanto a equidade de gênero ainda está longe de ser obtida. É necessário que essas leis saiam do papel e se concretizem no viver social e, para isso, é preciso que todos nós, homens e mulheres, nos debrucemos nesse dia no sentido de refletir sobre os problemas que existem em relação à mulher no Brasil”.
Ainda durante a Conferência foram eleitas, para representar o Estado na 4ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres, 44 delegadas. Dessas, 60% são representantes da sociedade civil e 40% representam o governo. A Conferência Nacional ocorrerá em Brasília, de 15 a 18 de março, e será coordenada pela Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres do Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos e do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher (CNDM).
