À época do Apóstolo João, quando este já estava em idade avançada, ele era, ao que tudo indica, a última testemunha ocular do ministério de Jesus Cristo na terra. Assim sendo, os milagres realizados por Jesus ainda se consubstanciavam em fatos recentes que impressionavam sobremaneira as pessoas. Por esse motivo, alguns ventos estranhos de doutrinas heréticas começaram a assolar o meio cristão. Nessa época estava em voga o docetismo (termo oriundo da palavra grega doceo que significa parecer) que negava a existência de um corpo físico de Jesus. Acreditavam que Jesus era somente um espírito que parecia ter um corpo físico. Chegavam mesmo a dizer que ela não deixava pegadas no chão e que seu “corpo” não fazia sombra. Já o gnosticismo (derivado da palavra grega gnose que significa conhecimento), por sua vez, sustentava que tudo que fosse relacionado à matéria física era perverso, já o espírito era bom e somente os iluminados poderiam gozar dos benefícios da religião. Assim sendo, ambos os grupos não conseguiam acreditar que Jesus pudesse ter sido perfeitamente e ao mesmo tempo homem e Deus. Foi por esse motivo que João escreveu a sua primeira Epístola e, para afastar qualquer dúvida a respeito de que Jesus teve um corpo físico, assim ele inicia sua Carta: “O que era desde o princípio, o que vimos com os nossos próprios olhos, o que temos contemplado, e as nossas mãos tocaram da Palavra da Vida (…) o que vimos e ouvimos, isso vos anunciamos para que também tenhais comunhão conosco.”
Hoje, passados mais de dois mil anos dos acontecimentos narrados nos Evangelhos, talvez pelo distanciamento no tempo, a maioria das pessoas acredita que um Jesus andou na terra e até que, por suas mãos, algumas maravilhas foram operadas, contudo, não conseguem entender como era possível que Ele fosse divino. No passado a dificuldade era creditar que ele havia sido humano, hoje, é que ele seja Deus. Contudo, o que nos conforta é que a Bíblia não nos deixa errar, de modo que as próprias palavras de Jesus não nos deixam a menor dúvida acerca de sua divindade. Assim disse Ele diz aos seus perseguidores: “Antes que Abraão existisse, Eu Sou.” (João, 8-58) Todos nós sabemos que o Eu Sou é o Eterno, o Altíssimo, Aquele que era, que é e que sempre será. Ele é eterno e, portanto, atemporal. Somente alguém que foi cem por cento homem (uma vez que sentiu fome, sede, alimentou-se, dormiu e sangrou) e cem por cento Deus poderia dizer “seus pecados estão perdoados”.
Jesus ainda continua de braços abertos para todo aquele que quer ser salvo. Não importa como você está. Ele quer que você vá do jeito que se encontra, não importa que pecado você cometeu… ainda assim Ele o ama e quer a sua salvação, basta aceitá-lo como Senhor e Salvador da sua vida e seguir os seus ensinamentos. Foi para isso que Ele morreu na cruz e a Sua ressurreição é a nossa garantia da vida eterna. Que esse natal seja uma memória de que o Emanuel veio ao mundo em carne e venceu o inimigo de nossas almas e que papai Noel fique apenas no imaginário de crianças desavisadas que crescem sem saber o verdadeiro motivo de se comemorar o natal.