13 Novembro 2010 - 11:40

Líder do PMDB na Câmara dos Deputados diz que reforma política é desafio urgente

A Câmara dos Deputados terá pela frente muitos desafios importantes nos próximos anos e um deles é a reforma política, tema obrigatório e urgente nas discussões entre os parlamentares. Os candidatos que venceram a última eleição sabem que não pode haver outra com o mesmo formato porque ela enfraquece os partidos e a atividade eleitoral.

A opinião é do líder do PMDB na Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (RN), manifestada durante entrevista aos correspondentes de veículos de imprensa do Brasil na Argentina. O deputado participa, em Buenos Aires, do 6º Foro Parlamentar Ibero-Americano.

O líder do PMDB disse que fazer uma reforma política é muito difícil. “A partir do momento em que o deputado, senador ou governador se elege, já passa a pensar na sua próxima eleição”, afirmou. “Então, tudo que venha a dificultar esse próximo passo gera desconfiança, má vontade. Uma reforma política pode ser feita gradualmente. A cada eleição se atende a um dispositivo que seja um avanço, até se concluir todo o processo”, completou.

Henrique Alves acredita que se uma reforma política não for feita gradualmente, não será aprovada. “A reforma é obrigatória e urgente. Já deveríamos ter feito essa reforma mas não tivemos nem a coragem, nem a competência para fazê-la. Acho que o comando da Câmara dos Deputados tem de ter sensibilidade para conduzir esse processo”.

O líder do PMDB na Câmara disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva terá papel importante na reforma política, depois de deixar o governo. “A ajuda de Lula é inquestionável. O presidente pode ajudar participando de debates, percorrendo o Brasil e defendendo teses graças ao respeito e à força que ele tem. O presidente tem grande liderança e vai exercê-la, é lógico. Ninguém pode ignorar sua presença”.

Henrique Alves também afirmou que o PMDB e o PT já chegaram a um acordo sobre o rodízio dos partidos na presidência da Câmara dos Deputados – que permitiria a cada partido ocupar o cargo por dois biênios nos próximos quatro anos - mas ainda estão discutindo como ficaria a presidência do Senado, onde o regimento interno não permite esse revezamento.

De acordo com o deputado, o PMDB tem a maior bancada no Senado e o regimento interno da Casa estabelece que o partido com a maioria fica com a presidência. Na Câmara, não há determinação regimental, o que permite os acordos políticos. Henrique Alves disse que se o PT não concordar com o rodízio sem a inclusão do Senado, que tem regras diferentes, o PMDB irá para a disputa da presidência da Câmara.

“Acho que a ideia de um confronto com o PT não seria aconselhável”, disse. “Não seria oportuno chegar ao ponto de não haver entendimento e partir para o confronto dentro da base. Seria um desconforto, um atrito entre os dois maiores partidos da base, mas se a tese do rodízio não prevalecer, como foi feito nesta legislatura, certamente haverá o confronto. A presidência do Senado não entrará neste rodízio, como não entrou na atual legislatura”.

 

 

por Agência Brasil

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