12 Dezembro 2009 - 13:02

Secretário Paulo Rubim diz que tem "carta branca para trabalhar"

Agência Alagoas

No comando da pasta da Defesa Social há quase dois anos, o secretário Paulo Rubim garante que conseguiu avanços na área da segurança pública do Estado, principalmente nos investimentos para o reequipamento das polícias Civil e Militar. Até janeiro do próximo ano, serão adquiridas mais 350 viaturas para reforçar o policiamento ostensivo.

“Hoje não há mais dificuldades na questão de armamentos modernos”, diz o secretário, anunciando para esta semana a inauguração da segunda Central de Polícia, novo modelo de delegacia da capital que irá melhorar o atendimento à população.

Com relação ao combate à violência, Rubim ressalta que vem dinamizando o trabalho da polícia para melhor enfrentar a criminalidade. Segundo ele, no âmbito da Polícia Civil, o Deic (Divisão Especial de investigação Criminal) passou a ter policiais especializados na área de assaltos a banco, sequestros, furtos de veículos e na área de crimes financeiros.

“Na Polícia Militar, com a chegada das novas viaturas, iremos dar uma nova dinâmica no trabalho de policiamento ostensivo”, afirma. Ele acrescenta que, apesar da carência de pessoal, a polícia vem trabalhando e mostrando resultados.

Ao falar especificamente sobre o índice de homicídios no Estado, o secretário lembra que, ao assumir a pasta em março de 2008, a média era de 2 mil mortes ao ano, com tendência de crescimento. Este ano, as estatísticas apontam que o número de crimes contra a vida fique abaixo dessa média.

“Então, na verdade o número não está crescendo; pelo contrário, vem diminuindo”, atesta Rubim. Ele reafirma ter carta branca do governador Teotonio Vilela para realizar seu trabalho à frente da Defesa Social. “Tenho carta branca, até porque se não for assim, eu vou embora”, diz.

Repórter — Prestes a completar dois anos no comando da Defesa Social, qual o balanço que o sr. faz de sua gestão à frente da pasta?

Paulo Rubim — Do ponto de vista de gestão administrativa tivemos que arrumar todos os setores, até porque todos eles dependem de relacionamento por projetos e convênios com o governo federal, já que o Estado depende muito desses recursos. Então tivemos que alterar e estruturar os setores de projetos e financeiros. Por ter a Defesa Social o segundo maior orçamento do Estado, então a gestão financeira se tornou muito mais transparente. Efetuamos mudanças no comando da Polícia Militar para dar um novo perfil operacional, como também houve mudanças na Polícia Civil e no Sistema Penitenciário.

Repórter — A estrutura montada já está pronta?
PR — Depois da casa quase arrumada, a gente foi para a questão dos recursos materiais para colocar a Defesa Social para trabalhar. Até janeiro do próximo ano, vamos ter mais 350 veículos à disposição da segurança pública; hoje não há mais dificuldades na questão de armamentos modernos, como pistolas. Estamos reformulando o Centro de Informações Operacionais da Defesa Social (Ciods), adquirindo equipamentos de modernização do atendimento do 190. Também recuperamos várias delegacias, inauguramos a Central de Polícia de Arapiraca e vamos inaugurar outra neste mês de dezembro em Maceió (a solenidade de inauguração está prevista para o dia 16). Em matéria de investimentos, estamos também comprando um novo helicóptero grande para o patrulhamento aéreo. Enfim, o que estamos fazendo em matéria de investimentos para a segurança pública em Alagoas, nesses dois anos, o Estado não teve em muitos anos.

R — O sr. considera que houve avanços na área de gestão na Defesa Social?
PR — Muito grandes, porque comparado com o que eu encontrei — que foi nada —, hoje nós avançamos em termos de investimentos para a segurança pública.

R — E com relação às ações na área de segurança pública, que envolve o combate à criminalidade e à violência?

PR — No âmbito da Polícia Civil criamos o Deic, Departamento de Investigação Criminal com policiais especializados na área de assaltos a bancos, sequestros, furtos de veículos e na área de crimes financeiros. Enfim, a gente pegou o Tigre, que era um setor da Polícia Civil que tinha muitos policiais trabalhando numa coisa só e dividimos esses policiais em setores, o que vem apresentando excelentes resultados.

R —Quais são as estratégias para a Polícia Militar?
PR — Na Polícia Militar, com a chegada das viaturas iremos dar uma nova dinâmica no trabalho de policiamento ostensivo, mesmo com a carência de pessoal. Hoje dá para ver todos os dias pela imprensa que a PM diariamente está prendendo traficantes de drogas em todo o Estado. No relatório apresentado na semana passada pela PM, foram encaminhadas às delegacias mais de 6 mil pessoas. Também houve mais de mil armas apreendidas e mais de uma tonelada de drogas também apreendidas. Isso demonstra que estamos tendo bons resultados.

R — Mesmo com a ação da polícia, a criminalidade teima em crescer em todo o país. O sr. atribui esse crescimento a quê?

PR — O que a gente vê hoje, com toda a transparência, é que, em relação aos crimes de homicídio, quando assumimos a Defesa Social, a média era de 2 mil homicídios, com uma projeção que em 2008 o número chegaria a 2.400 homicídios; no entanto, ficou em 2.060 crimes. E pela nossa previsão, esse número vai chegar a menos de 2 mil este ano. Então, na verdade, o número não está crescendo; pelo contrário, vem diminuindo. Por outro lado, temos os crimes de assalto a banco, mas com raras exceções, em todos os assaltos a polícia vem prendendo as pessoas envolvidas. Com relação aos crimes de sequestro, não está ocorrendo nenhum no momento.
Com relação aos crimes contra o patrimônio, como roubos de celular e nas saidinhas de bancos, eles vêm acontecendo principalmente em cidades grandes. Mas estamos aprimorando a nossa investigação nessa área para que a polícia tenha mais êxito. Agora, a violência que está estampada nos jornais é o que a gente está mostrando, não estamos escondendo nenhum tipo de crime, porque tudo o que ocorre a gente divulga; nós somos o primeiro a noticiar.

R — Como a polícia alagoana vem combatendo o tráfico de drogas, já que a maior parte dos homicídios atinge jovens envolvidos com drogas?

PR — Essa questão está relacionada às dificuldades econômicas do Estado, com a falta de emprego, renda e escola, obviamente que os mais atingidos são os jovens. É uma questão com uma lógica clara, porque quando temos dificuldades de escola, saúde, emprego e moradia, quem paga isso são os jovens que acabam se envolvendo com a criminalidade, indo parar no caminho das drogas. Não existe hoje nenhuma sociedade livre das drogas. Por isso, não podemos pensar mais a questão de polícia versus drogas, porque não terá êxito.

R — Vamos falar agora dos projetos do Pronasci para Alagoas. O sr. esteve recentemente em Brasília para reunião no Ministério da Justiça para agilizar os projetos. Como andam as negociações?

R — Avançamos bastante em relação aos projetos do Pronasci. Na reunião do secretariado, que vai ocorrer agora no dia 14, iremos apresentar ao Governo as nossas propostas de gastos das reservas do fundo e do Pronasci. Só hoje (dia 9), licitamos quase R$ 4 milhões para a aquisição de 108 veículos. Vamos também comprar mais motocicletas, coletes, pistolas e munições, que serão distribuídos entre as polícias. Estamos também conseguindo avançar na compra de um grande helicóptero, que fará o patrulhamento aéreo.

R — O sr. continua tendo carta branca do Governo para desenvolver seu trabalho na Defesa Social?

R — Continuo com total carta branca do governador Teotonio Vilela Filho para trabalhar, até porque se não for assim eu vou embora. Estamos fazendo um esforço muito grande para trabalhar pelo Estado e, se não for dessa maneira, não terei mais nenhuma razão para ficar aqui
 

por Agência Alagoas - Mosael Henrique

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