27 Janeiro 2022 - 08:37

OAB aciona Corregedoria da PM para apurar supostas ações truculentas da polícia em Penedo e outras localidades

Assessoria
Advogado Roberto Moura, presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB

Após uma série de denúncias de abordagens truculentas, a Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil em Alagoas (OAB-AL) acionou a Corregedoria da Polícia Militar (PM) para cobrar providências. Somente em 2022 foram registradas cinco acusações de supostos abusos praticados por policiais e uma morte em confronto.

Além de acionar a Corregedoria da PM, foram encaminhados ofícios com Termos de Declarações das vítimas das abordagens para o Ministério Público Estadual (MPE) e para o Delegado-Geral da Polícia Civil, solicitando o acompanhamento dos casos.

O advogado Roberto Moura, presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB, avalia as denúncias como graves. Segundo ele, todos os casos serão apurados. “Os representantes da Corregedoria da PM se comprometeram a instaurar os procedimentos cabíveis, buscando a apuração dos ocorridos, punindo aqueles que cometeram qualquer infração”, explica.

Moura acrescenta que a OAB vai acompanhar as vítimas para evitar que elas sofram qualquer tipo de pressão ou represália durante a investigação. “Recebemos informações de que equipes policiais estariam rondando a região em que os denunciantes residem e entendemos isso como algo muito grave. Estaremos vigilantes”, observou.

Entre as denúncias de abordagem truculenta está o caso de um gari baleado na Vila Emater. Os familiares da vítima informaram que a vítima chegava à comunidade quando foi baleada por policiais militares, que não teriam oferecido socorro.

Morte em Penedo

Além das denúncias de truculência, houve o registro de uma morte durante operação da polícia na cidade de Penedo. Sobre isso, o 11º Batalhão de Polícia Militar informou que após diligências conseguiu descobrir o paradeiro do acusado de ter matado Bruno Henrique Lemos, 25 anos, no dia de seu aniversário, 09 de janeiro. E que ao se aproximar do local onde o mesmo estava escondido, no povoado Carapina, na zona rural de Penedo, avistou o elemento, acompanhado de outro homem, tentando fugir. Houve perseguição e, ainda segundo a polícia, nesse momento o acusado passou a atirar em direção a guarnição, que revidou.

Baleado, ele ainda chegou a ser socorrido pelos militares, mas não resistiu e entrou em óbito na Unidade de Pronto Atendimento de Penedo. Com ele os policiais encontraram um revólver calibre 38, com cinco munições do mesmo calibre, sendo duas intactas e três deflagradas. Já o outro jovem que estava acompanhado do acusado conseguiu escapar do cerco policial, sem ser identificado.
 

por Redação com Assessoria - OAB

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  • J. Cícero Alves Vemos com frequência nos noticiários pessoas executadas nas ruas por policiais, sem esboçarem qualquer reação, sem direito à defesa e a um julgamento justo. E nada tem sido feito pelas autoridades competentes para conter a escalada da violência policial e pôr fim a essa barbárie.