13 Dezembro 2019 - 10:36

Municípios com ganho no PIB têm economia ancorada em commodities

A pesquisa Produto Interno Bruto dos Municípios 2017 (PIB dos Municípios), divulgada hoje (13) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), verificou, com base em dados estruturais, que de 2016 para 2017 os maiores recortes em que se observa as grandes diferenças de participação ou posição relativa vêm de municípios ou regiões em que a economia está muito ancorada em commodities (produtos agrícolas e minerais comercializados no mercado internacional). “Aí é interferência direta de preço”, apontou a gerente de Contas Regionais do IBGE, Alessandra Poça. O PIB engloba todos os produtos e serviços fabricados no país.

Entre 2016 e 2017, os municípios com maior ganho em valor absoluto em relação ao PIB brasileiro foram Maricá (RJ), Parauapebas (PA), Ribeirão Preto (SP), Niterói (RJ) e Goiana (PE). Todos tiveram aumento de 0,1 ponto percentual. Em Maricá e Niterói, o ganho de participação resultou da extração de petróleo, beneficiada pelo aumento de preço no mercado internacional. Já em Parauapebas, a extração de minério de ferro explicou o aumento em valor do PIB. Em Ribeirão Preto, o ganho se deveu às indústrias de transformação e ao comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas, enquanto em Goiana resultou da expansão da produção da indústria automobilística.

Em contrapartida, apresentaram as maiores quedas de participação os municípios de São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), São José dos Campos (SP), Belo Horizonte (MG) e Betim (MG).

A pesquisa revela, ainda, que Curral Novo do Piauí (PI) foi o município que mostrou o maior avanço entre os anos de 2016 e 2017 (evoluiu +3.400 posições), influenciado pela indústria de geração eólica. O maior recuo (-2.208 posições) ocorreu em Morro da Garça (MG), devido à redução na atividade de extração vegetal (silvicultura).

A análise do período compreendido entre 2002 e 2017 reforça que os grandes municípios (São Paulo e Rio de Janeiro) vêm perdendo participação e os menores, ganhando. “Eles vêm aumentando o PIB (Produto Interno Bruto - soma das riquezas do país), mas ganham bem menos participação que os demais municípios. A gente percebe um esvaziamento mais econômico”, indicou Alessandra Poça. São Paulo perdeu 2,1 pontos percentuais de participação na economia nacional, devido à redução relativa de atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados; já a capital do Rio de Janeiro teve perda de 1,2 ponto percentual porque seu peso na indústria nacional foi reduzido.

O maior ganho de participação no período foi encontrado em Osasco (SP), com aumento de 0,3 ponto percentual, em função principalmente das atividades de serviços, notadamente no comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas e em atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados.

por Agência Brasil

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