10 Dezembro 2009 - 15:13

Brasil tem 24,6 milhões de fumantes

ASCOM - Santa Casa de Maceió
Pneumologista Fátima Alécio, do Instituto de Doenças Pulmonares

Cerca de 24,6 milhões de brasileiros com mais de 15 anos são fumantes. A maioria é de homens, tem entre 25 e 44 anos, é preta ou parda, vive em áreas rurais, predominantemente na Região Sul e não tem a intenção de largar o hábito no curto prazo.

As informações são da Pesquisa Especial do Tabagismo, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), uma publicação inédita que usou metodologia internacional com objetivo de auxiliar em políticas de combate ao fumo. A pesquisa foi feita com os dados do Ministério da Saúde e da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad).

De acordo com o documento, os fumantes no país gastam, em média, R$ 78 por mês com o vício. Cerca de 87% fumam regularmente, consomem entre 15 e 24 unidades por dia e o primeiro cigarro costuma ser aceso entre os seis e 30 minutos depois de acordar.

A maioria começou a fumar entre 17 e 19 anos. Atualmente, a faixa de 25 e 44 anos concentra 42% do percentual de fumantes e o número de homens é o dobro do de mulheres. Em 2008, eles somavam 14,8 milhões de fumantes (21,6% da população masculina) e as mulheres eram 9,8 milhões (13,1% das mulheres). Quanto à raça, predominam pretos (19%) e pardos (15,3%).

De acordo com o nível de instrução, as proporções mais expressivas de fumantes estavam entre aqueles sem nenhum tipo de estudo ou com pelo menos um ano de escolarização (25,7%). Quanto à renda, 70% vivia com até um salário mínimo.

De acordo com uma das responsáveis pela pesquisa, Marcia Quintslr, o fumo está ligado a fatores sócio-econômicos e não somente culturais. "Ficou claro na pesquisa que os fumantes se apresentam em maior percentual entre aqueles com menor escolaridade e rendimentos", destacou.

A Região Sul apresentou o percentual mais elevado de fumantes, 19%. Menos pessoas fumam no Centro-Oeste (16,6%) e no Sudeste (16,7%). Dos 10,4 milhões de fumantes da Região Sudeste, a maioria (20,4%) está na área rural.

NAT

Para fazer frente à essa realidade, o Núcleo de Atenção ao Tabagismo (NAT) da Santa Casa de Maceió comemora o índice de 70% de fumantes que abandonaram o vício graças ao tratamento medicamentoso e psicoterápico oferecido pela instituição.

Realizado pelo NAT em parceria com o Ministério da Saúde e a Secretaria Estadual de Saúde, o tratamento dura entre um e três meses, mas cerca de 50% a 60% largam o vício nos primeiros 15 dias.

“Os medicamentos amenizam a dependência da nicotina; o tratamento psicoterápico também ajuda, porém, a decisão de deixar o fumo ainda é do paciente”, diz a pneumologista Fátima Alécio, coordenadora do programa.

O NAT, fundado pelo ex-fumante e diretor médico da Santa Casa de Maceió, Artur Gomes Neto, destina-se exclusivamente aos usuários do SUS, daí a crescente procura da população.

Com uma lista de espera que reúne mais de 600 interessados, Fátima Alécio frisa que conveniados e particulares devem procurar o Instituto de Doenças Pulmonares da Santa Casa de Maceió, que desenvolve projeto semelhante. A metodologia adotada pelo instituto é a mesma aplicada pelo NAT no tratamento aos clientes do Sistema Único de Saúde. Mais informações pelo (82) 2123-6288.

por ASCOM - Santa Casa de Maceió

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