01 Março 2021 - 01:00

É falso que casos de Covid caíram 50% em AL após exigências do Ministério da Saúde

Divulgação
Boletins epidemiológicos não apresentam redução

Circula nas redes sociais a informação de que o número de casos de Covid-19, em Alagoas, teria reduzido em 50% após novas exigências do governo federal no registro de identificação de pacientes. O conteúdo compartilhado é falso. A nova medida do Ministério da Saúde, citada na mensagem, foi suspensa e os boletins epidemiológicos da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) não mostram redução de casos.

Com o título "CPF cura Covid", a informação é compartilhada em formato de imagem com uma foto do governador Renan Filho com o seguinte texto: "Inacreditavelmente, depois que ministro da Saúde exige CPF e cartão do SUS, os números de mortos e infectados em Alagoas caem em 50%". Apesar da imagem conter a marca do perfil de humor Maceió Ordinário, a postagem não foi feita pela página.

A mensagem possivelmente se refere à alteração da ficha dos pacientes no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) realizada pelo Ministério da Saúde na terça-feira (28). A nova ficha seria distribuída às vigilâncias de saúde municipais e estaduais com a exigência obrigatória de dados, como número do Cartão Nacional de Saúde (Cartão SUS), CPF e se o paciente já foi vacinado contra a Covid-19.

No entanto, o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) informaram na quarta-feira (24) que solicitaram ao Ministério "a retirada temporária da obrigatoriedade do preenchimento" de novos campos.

“Isso viabilizaria um período de transição para adequação do registro destas informações nos serviços de saúde. A solicitação ocorreu pela ausência de comunicado aos estados e municípios em tempo oportuno”, argumentaram os conselhos em nota. Ainda na quarta-feira (24), o Ministério da Saúde comunicou que a implantação da nova ficha foi suspensa.

O coordenador do InfoGripe, plataforma da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Marcelo Gomes, explicou em entrevista ao Portal G1 que a mudança pode provocar atraso de notificação de casos e de óbitos. "Facilita a limpeza de duplicidades e identificação de casos suspeitos de reinfecção, mas o impacto na ponta é muito grande por conta da falta de acesso fácil ao CPF e CNS de todos os pacientes internados", disse.

Casos não diminuíram em AL

Os boletins epidemiológicos divulgados pela Secretaria de Estado da Saúde de Alagoas (Sesau) não apresentam redução de casos por causa da alteração proposta pelo Ministério da Saúde na ficha dos pacientes. No dia em que foi divulgada a mudança, 23, o boletim registrou 540 novos casos e 20 mortes. Já no domingo (28), foram registrados 734 novos casos e 22 mortes.

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por Agência Alagoas

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