29 Março 2021 - 11:13

Morre policial que atirou contra a PM no Farol da Barra, em Salvador

Alberto Maraux
Inquérito será instaurado para investigar a ação

O comandante-geral da Polícia Militar da Bahia (PMBA) confirmou, nesta segunda-feira, 29, a morte do policial militar Wesley Góes, morto após efetuar disparos contra guarnições da PM durante um surto psicótico no domingo, 28. Segundo Paulo Coutinho, um inquérito policial será instaurado para averiguar o desenrolar dos fatos durante a ação e os procedimentos adotados pela corporação na contenção do PM.

Durante a coletiva de imprensa, o comandante da PM também rebateu as críticas de que a operação teria sido conduzida de forma "desproporcional" e afirmou que os policiais envolvidos só efetuaram os disparos quando tiveram suas vidas postas em risco pela ação do soldado Wesley.

A ocorrência que culminou na morte do soldado começou por volta das 14h do domingo, quando o militar chegou armado com fuzil e pistola, na região do Farol da Barra.

"Enquanto os disparos não estavam oferecendo riscos para a tropa e para as pessoas que circulavam, protegemos a integridade do soldado. Sempre temos esse cuidado, temos expertise de atender ocorrência dessa natureza. Foram utilizadas outras alternativas, porém ele estava com uma arma de grande poder de letalidade e em determinado momento todos os recursos de isolamento e proteção foram esgotados", avaliou.

Policial em surto

Segundo a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), a negociação com o soldado durou aproximadamente três horas e ele alternava momentos de lucidez com acessos de raiva, acompanhados de disparos. Além dos tiros de fuzil, o soldado arremessou grades, isopores e bicicletas no mar. Três viaturas de quatro rodas também foram desengrenadas e direcionadas para guarnições que isolavam o local.

Aproximadamente às 18h35, o soldado verbalizou que havia chegado o momento, fez uma contagem regressiva e iniciou os disparos contra as equipes do Bope. Após pelo menos 10 tiros, o soldado foi neutralizado e socorrido para o Hospital Geral do Estado (HGE).

"Os nossos objetivos primordiais são preservar vidas e aplicar a lei. Buscamos, utilizando técnicas internacionais de negociação, impedir um confronto, mas o militar atacou as nossas equipes. Além de colocar em risco os militares, estávamos em uma área residencial, expondo também os moradores", declarou o comandante do Bope, major Clédson Conceição.

Nas redes sociais circulam vídeos do episódio. Em um deles é possível ver o momento em que o policial atira contra os colegas e recebe o revide. O disparo por pouco não atingiu um dos policiais que tentavam negociar a rendição. Wesley era lotado na 72º Companhia Independente de Polícia Militar (72ºCIPM) de Itacaré. 

por Correio Braziliense

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