Isabel Fernandes

Isabel Fernandes

Bibliotecária Especialista e Contadora de Historias

Postado em 08/09/2010 12:03

A Casa Verde de Janelas Brancas

Cone Freire - aquiacontece.com.br
A Casa Verde de Janelas Brancas

Dizem que toda casa tem uma ou várias histórias, pois vou contar a história ou as histórias da casa verde de janelas brancas.

A casa foi construída na cidade histórica de Penedo no interior do Estado de Alagoas em meados do século passado e como toda casa antiga já viu e ouviu muitas coisas.

Abrigou de inicio um casal recém casado que para lá se mudou. Acompanhou toda trajetória de vida da família, o nascimento dos filhos, dos netos, os momentos felizes e também os momentos tristes.

Até que um dia ela ficou vazia, mas enquanto no seu interior nada acontecia, no seu exterior foram acontecendo mudanças surpreendentes, já não havia mais cavalos trotando pelas ruas e sim carros, caminhões, bicicletas, motos e tudo isso fazia uma barulheira infernal.

As pessoas que antes paravam, se cumprimentavam, sorriam e conversavam. Agora eram capazes de derrubar umas as outras de tão apressadas que andavam.

E a casa pensava: Acho que estou ficando velha e não gosto do que estou assistindo.

O tempo foi passando; numa bela tarde de sol, alguns homens chegaram na casa, fizeram algumas anotações e poucos dias depois ela começou a ganhar uma nova pintura, suas paredes repletas de mofo e escurecidas receberam a cor verde e as janelas gastas pelo tempo, sol e chuva foram restauradas e pintadas de branco.

A casa ficou linda e voltou a sorrir, ela sabia, novamente seria habitada ouviria risadas e passos dentro dela, saberia de segredos que nunca seriam revelados e principalmente daria aconchego para os novos moradores e nunca mais sentiria o abandono.

Deve ter sido pintada ao longo dos anos de várias cores, mas a cor que ela gostou mesmo foi o verde na parede e o branco nas janelas porque simbolizam a esperança e a paz.

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  • Maria Luiza Russo, Malurusso Linda história! Deu vontade de conhecer... Entrar... e morar na casa verde de janelas brancas. Bjinhus!
  • Augusto César Linda inspiração, pena o texto ser curto, pois dar vontade de continuar lendo, lendo, lendo ... Me senti aconchegado e querendo estar na casa verde de janelas brancas!!!!!!!!!
  • Anderson Souza Penedo tem várias casasa bonitas, que já vivenciaram cenas tristes e alegres. Parabéns pelo texto. Penedo é isso, cultura, história e muita tradição.
  • Elenira Pompe O texto nos dá uma sensação de aconchego, de nostalgia... De aceitar as mudanças exteriores, mas nunca esquecendo dos nossos valores... Lindo texto, Bel! Beijinhos!
  • Prof. Israel Silva de Macedo Nossa! O texto nos permite re (viver) acontecimentos recriar) o novo. Parabéns histórios, sentimentos e sobretudo nos faz refletir sobre inúmeros aspectos desde a materialidade das coisas ao advento de novas formas de vivenciar o passado. Em cada ser exite um novo ser, que pode ser renovado e/ou impulsionado através de novas e/ou antigas percepções. Mesmo no ócio, aparentemente, das "coisas" podemos re (pelo magnânimo texto.
  • Luani Macário Bebel, Na arte de contar histórias se eterniza bons momentos, que a casa verde traga a esperança de dias melhores para todos que valorizam a história humana. Parabéns e sorte..... Lulu
  • Leitor Sinto saudades de tudo que marcou a minha vida. Quando vejo retratos, quando sinto cheiros, quando escuto uma voz, quando me lembro do passado, eu sinto saudades... Sinto saudades de amigos que nunca mais vi, de pessoas com quem não mais falei ou cruzei... Sinto saudades da minha infância, do meu primeiro amor, do meu segundo, do terceiro, do penúltimo e daqueles que ainda vou ter, se Deus quiser... Sinto saudades do presente, que não aproveitei de todo, lembrando do passado e apostando no futuro... Sinto saudades do futuro, que se idealizado, provavelmente não será do jeito que eu penso que vai ser... Sinto saudades de quem me deixou e de quem eu deixei! De quem disse que viria e nem apareceu; de quem apareceu correndo, sem me conhecer direito, de quem nunca vou ter a oportunidade de conhecer. Sinto saudades dos que se foram e de quem não me despedi direito! Daqueles que não tiveram como me dizer adeus; de gente que passou na calçada contrária da minha vida e que só enxerguei de vislumbre! Sinto saudades de coisas que tive e de outras que não tive mas quis muito ter! Sinto saudades de coisas que nem sei se existiram. Sinto saudades de coisas sérias, de coisas hilariantes, de casos, de experiências... Sinto saudades do cachorrinho que eu tive um dia e que me amava fielmente, como só os cães são capazes de fazer! Sinto saudades dos livros que li e que me fizeram viajar! Sinto saudades dos discos que ouvi e que me fizeram sonhar, Sinto saudades das coisas que vivi e das que deixei passar, sem curtir na totalidade. Quantas vezes tenho vontade de encontrar não sei o que... não sei onde... para resgatar alguma coisa que nem sei o que é e nem onde perdi... Vejo o mundo girando e penso que poderia estar sentindo saudades Em japonês, em russo, em italiano, em inglês... mas que minha saudade, por eu ter nascido no Brasil, só fala português, embora, lá no fundo, possa ser poliglota. Aliás, dizem que costuma-se usar sempre a língua pátria, espontaneamente quando estamos desesperados... para contar dinheiro... fazer amor... declarar sentimentos fortes... seja lá em que lugar do mundo estejamos. Eu acredito que um simples \\\"I miss you\\\" ou seja lá como possamos traduzir saudade em outra língua, nunca terá a mesma força e significado da nossa palavrinha. Talvez não exprima corretamente a imensa falta que sentimos de coisas ou pessoas queridas. E é por isso que eu tenho mais saudades... Porque encontrei uma palavra para usar todas as vezes em que sinto este aperto no peito, meio nostálgico, meio gostoso, mas que funciona melhor do que um sinal vital quando se quer falar de vida e de sentimentos. Ela é a prova inequívoca de que somos sensíveis! De que amamos muito o que tivemos e lamentamos as coisas boas que perdemos ao longo da nossa existência... Clarice Lispector
  • ANDREIA S. MARTINS Que linda essa história!Essa casa aqui em nossa cidade QUERIDA PENEDO,me faz como ela está agora ALEGRE,FELIZ,..Parabéns pelo texto e por mostrar uma casa BELA que fica diante de nosso olhos,pois, muitos não enxergam.Agradeço também pelo texto mais faça o próximo maior, porque a sensação de estar lá dentro da casa foi uma maravilha.Mostrar ao mundo como nós penedenses temos história,cultura e muita tradição,é pra mim uma satisfação enorme.FIQUEI MUITO FELIZ LENDO ESSA HISTÓRIA,adorei,beijos!!!
  • Margarida Menses Penedo é sem dúvida uma cidade de muitas histórias lindas, e com uma pessoa como vc p/ contá-las, tão ludicamente,fica mais linda ainda. Bel.
  • Cristiano Soares Roberto É disso que a nossa cidade precisa, de pessoas capazes de contar historia sobre nossas casas, praças, monumentos historicos e até mesmo sobre os nossos antepassados; porque ninguém vive o presente, sem ter o passado para ser lembrado, para ter uma base em sua vida, bela historia maravilhosa historia, se nossa cidade pudesse falar, teria muita coisa pra contar. Parabens pela historia !!!!!!!!!!!!!!!!!!