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Augusto N. Sampaio Angelim

Augusto N. Sampaio Angelim

Juiz de Direito em Pernambuco, apaixonado por Penedo

Postado em 03/07/2010 13:15

Sempre pisando na jabulani

Neste mês de junho o mundo inteiro se reúne em torno da magia do futebol, com milhões de pessoas envolvidas, de uma forma ou de outra, no evento. Aqui no Brasil, além da alegria da Copa da África, vive-se o ciclo das festas juninas, motivo da mais genuína alegria do povo nordestino. Apesar das festas juninas e do brilho do mundial de futebol, nuvens negras andaram fazendo estragos em Alagoas e Pernambuco, deixando um rastro de destruição, dor e desespero para milhares de pessoas, principalmente dos pobres que moram nas regiões ribeirinhas dos rios Paraíba do Meio, Mundaú, Ipojuca e Una.

Tentando explicar a identidade brasileira, o alagoano Sérgio Buarque de Holanda, autor do clássico “Raízes do Brasil”, enfatiza que o brasileiro, herdeiro das tradições portuguesas, é um povo avesso a projetos de longo prazo e cuja sociabilidade é vista, praticamente, nas festas e comemorações. Apesar da obra ter sido escrita há mais de setenta anos continua a dialogar com os acontecimentos do Brasil de hoje neste particular.

De quatro em quatro anos, o país se prepara para a Copa do Mundo, assim, como todos os anos, o carnaval embala o país de norte a sul e o São João arrasta todos os nordestinos. Mas, como o mundo não é feito somente de futebol e festas, de vez em quando eclode uma catástrofe numa região do país. Fenômenos naturais vem provocado grandes problemas para a humanidade nos últimos cinco anos e a precipitação exagerada de chuvas tem resultado em tragédias previsíveis no Sudeste e no Nordeste brasileiro.

A cada episódio destes vemos o povo, de forma desorganizada, se solidarizar com os atingidos pelas calamidades, mas, assim que o fato deixa de ser noticia na televisão, as pessoas vão se desligando dos desafortunados e, de maneira quase natural, as coisas se acomodam de forma precária.

O caráter do brasileiro, sempre imediatista e a impaciência dos governos com os projetos de longo prazo, agravam os problemas causados pelo excesso de chuva e outros fenômenos naturais.

Qual das nossas cidades, pergunto-lhes, possui uma defesa civil relativamente organizada e pronta para agir em situações de emergência? Desde que começaram as chuvas, acaso houvesse um mínimo de organização civil nas cidades ribeirinhas do Mundaú, Paraíba do Meio, Ipojuca e Una, o prejuízo poderia ter sido infinitamente menor.

Alguém, algum órgão ou autoridade pública se deu ao trabalho de, passado dois dias de chuva nas cabeceiras desses rios de alertar a população dos possíveis efeitos das enchentes? Não, ninguém fez isto, nem em Alagoas e nem em Pernambuco e não fará na Bahia ou no Ceará, acaso no próximo ano, haja alguma coisa parecida.

Faz tempo que estamos pisando na bola. Daqui há trinta dias a imprensa terá deixado de contabilizar vítimas e destacar a tragédia e os desorganizados voluntários já terão se cansado de ajudar. Assim, continuamos pisando na jabulani, isto é, deixando de fazer a coisa certa e tomando atalhos que nos custam caro e comprometem o futuro.

Que tal organizar um sistema de defesa civil e de monitoramento dos rios de nossa região, senão em cada cidade, mas, pelo menos, de forma regional? Ou, então, continuemos a rezar e orar.

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  • Erbson Parabés pela lembrança do livro “Raízes do Brasil”, do ilustre Sérgio Buarqu de Holanda. Imagino que o maior problema nosso, brasileiríssimos seja mesmo uma certa, Ausencia de Identidade...herdeiro das tradições portuguesas, é um povo avesso a projetos de longo prazo e cuja sociabilidade é vista, praticamente, nas festas e comemorações. O povo brasileiro teria formado uma psicologia, em certos termos, trágica, realista, que aceita a vida como ela é, sem formar grandes ilusões nem imaginar grandes expectativas. Não haveria, assim, para esse povo, grandes motivações vocacionais no trabalho, que pode ser qualquer um, desde que traga dinheiro. Além disso, o brasileiro se caracterizaria, antes de tudo, por ser cordial, querendo isso dizer que suas relações com outros se dá pela cordialidade, sendo quase sempre pautadas pela aparência da gentileza, normalmente confundindo bons modos com boa índole. Até o intelectual brasileiro tenderia a misturar e sustentar opiniões diversas, muitas vezes contraditórias entre si, desde que pudessem se apresentar por palavras bonitas e argumentos elegantes. SE TUDO ISTO É UMA VERDADE, DEPOIS DE MUITOS ANOS, PRECISAMOS DAR UMA ARRUMADA EM NOSSA INDENTIDADE E CRIAR MESMO MECANISMOS DE DEFESA CIVIL E MELHOR ORGANIZAÇÃO DE NOSSA VIDA SOCIAL... senão teremos mesmo que rezar.
  • Maria ´Tenório Daqui há um ano, tudo continuará do mesmo jeito, infelizmente.
  • Clayton Santiago Se chuver muito no ano que vem, o desastre poderá se repetir, pois as tais autoridades...
Erbson Rodrigues

Erbson Rodrigues

Licenciatura em Filosofia e Mestre em Educação

Postado em 26/06/2010 11:46

Venceu a Irracionalidade: O Privilégio do Absurdo

O filósofo Hobbes já havia anunciado tempos passados que somente o homem tem o “privilégio do absurdo”. Isto para dizer que somente a criatura racional pode ser irracional. Irracionalidade é um processo ou estado mental — um processo ou estado racional — que falhou. Mas, entenda que o irracional não é apenas o não-racional ou aquilo que está fora do âmbito racional; a irracionalidade é uma falha dentro da casa da razão. Como isso é possível? E como isto pode ser sugerido dentro da seleção para contrato temporário na prefeitura de Penedo: primou a irracionalidade para privilegiar a alguém? Será que os critérios são acráticos?

O problema de explicar tal comportamento preocupa filósofos e moralistas pelo menos desde Platão. De acordo com Platão, Sócrates argumentou que, uma vez que ninguém age voluntariamente contra aquilo que sabe ser o melhor, apenas a ignorância pode explicar ações frívolas e nocivas. A isto chamaremos de paradoxo, mas a visão de Sócrates é paradoxal somente porque ele nega aquilo que todos nós acreditamos, a saber, que há atos acráticos(que são realizados por fraqueza da vontade). Se Sócrates está certo — se tais ações são descartadas pela lógica dos conceitos — então não há nada problemático sobre os fatos a serem explicados. Contudo, Sócrates (ou Platão) deu destaque ao nosso problema: há um conflito entre a maneira usual de explicar a ação intencional e a idéia de que uma ação pode ser irracional. Uma vez que a visão segundo a qual nenhum ato intencional pode ser internamente irracional encontra-se em um extremo no contínuo de visões possíveis. Neste sentido, se algum candidato está sendo privilegiado por já terem experiência dentro do setor, nada há de intencionalidade ou de irracionalidade, ou será que existe?

Pois bem, o que expõe o edital 01/2010 sobre os critérios para a contratação de pessoal pela SEMTHAS é, no mínimo, um ato aparentemente não intencional. Em tempos de ciência e seu status de objetividade, clarividência, etc. fazem-nos pensar que a lisura de um processo seria garantida pela claridade e objetividade dos critérios, sobretudo porque estes favorecem a todos os candidatos dirimir as possíveis dúvidas surgidas, além de ratificar a credibilidade de quem dirige um processo desta natureza. De fato, como compreender que se possa escolher de forma ciente e deliberada a opção menos proveitosa? Repito: nenhuma intenção há nisto. Trata-se apenas de um privilégio do absurdo! Simples assim...

A SUBJETIVIDADE, contrário à ciência, imperou na seleção. E veja-se que não foi intencional, nem irracional.

1. O Edital expõe como critérios:
Experiência na área de atuação – 0 - 50 pontos
Titulação (graduação, pós-graduação, mestrado, doutorado, certificados) – 0-50 pontos
Insta anotar que:

a) Convém esclarecimentos e objetividade quanto ao tempo de experiência e quanto aos pontos para cada ano ou fração de ano. QUAL EXPERIÉNCIA? “Disseram” que é experiência no setor...

b) Também deve-se objetividade quanto à pontuação para cada título e/ou certificados.
Ex.: Doutor – (x pontos); Mestre (x pontos); Especialista(x pontos); graduação (x pontos)
*** Esclareça-se ainda sobre os CERTIFICADOS DE CURTA DURAÇÃO.
Entre X horas e Y = x,x pontos (por cada certificado)
Entre Z e F = x,x pontos (por cada certificado)

c) CRITÉRIO NÃO OBJETIVO: “Os títulos que excederem o valor máximo previsto não serão considerados para a pontuação do candidato” (Edital item 4.10). QUAL O EXCEDENTE? O QUE E ONDE ESTÃO PREVISTOS?

2. AVALIAÇÃO DE REDAÇÃO
Concordo plenamente! Porém, NÃO ESTABELECE OS CRITÉRIOS. Nota mínima!

3. ENTREVISTA – AVALIAÇÃO POR PROFISSIONAL
Vê-se inadmissível em concurso público, utilizar-se do critério “ENTREVISTA”, sem qualquer regulamentação, sem caráter científico, por demais subjetivo, como meio de selecionar e avaliar o candidato. Não existe previsão legal, nem previsão no edital que estabeleça os critérios de avaliação dos candidatos pela “entrevista” - O art.. 37 Inciso II da C.F. condiciona investidura em cargo público a aprovação prévia em concurso público de provas e títulos, não a entrevista reservada e sem oportunidade de contradição, garantidas no Inciso LV do Art. 5.º da C.F. (TJMG, apel. 155.431.0, apud Jurisp. Mineira 149/286).

A CONSTITUIÇÃO FEDERAL em seu art. 37 inciso II é claríssimo ao exigir que os cargos públicos devem ser preenchidos através de aprovação prévia em concursos públicos de provas, não prevendo a possibilidade de adotar o critério de “entrevista” como meio e modo de se aquilatar a capacidade do candidato, in verbis:

“Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração.

A conclusão disso é simples: ora, de certo modo pode ser racional adotar voluntariamente uma crença, desde que seja essa a preferência do agente. O auto-engano não é seguramente racional do ponto de vista epistémico (ou cognitivo), mas pode revelar-se racional do ponto de vista prático. Resta todavia saber como é que isso é possível fazer para acreditar naquilo que se sabe (ou se suspeita) ser falso? Uma coisa é desejar acreditar numa falsidade, outra coisa é conseguir acreditar efetivamente numa falsidade. Essa questão tem alimentado um vasto debate entre os defensores do “voluntarismo doxástico”, para os quais é possível induzir voluntariamente a crença que se pretende, e os defensores do “evidencialismo doxástico”, para os quais as crenças são essencialmente determinadas por fatores causais ou epistêmicos independentes da vontade do sujeito.

Ora, por definição, a concepção intencionalista do auto-engano pressupõe uma certa forma de voluntarismo acerca da crença, uma vez que só faz sentido falar da intenção de se enganar a si mesmo sob condição que seja efetivamente possível controlar de forma voluntária aquilo em que se acredita. Assim, as explicações vinda do lado da SEMTHAS são de que não houve nenhuma intenção de privilégios. A nós cabe-nos conseguir acreditar efetivamente! Tudo é uma questão de mera coincidência irracional!
 

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  • Erbson CARO ANTONIO, não acho que devemos pensar que haja direcionamento. Acredito muito mais em uma ausencia de informação (que chamo de irracionalidade) no Edital. É sobre isto, apenas isto, AUSENCIA DE INFORMAÇÃO.
  • Maria Helena TAMBÉM ACHEI SUBJETIVO. E PODE SER PREJUDICIAL Na entrevista com a psicóloga vi pessoas que no dia-a-dia são profissionais excepcionais, muito competentes mas, não conseguiram, PELO NERVOSISMO, se apresentarem bem. Aí está a prova de que, você está certo, ao alertar sobre este critério.
  • Antonio Lins Erbson, o edital esta direcionado " a quem interessar possa" como foi os Festejos Juninos não se sabe qto gastou ainda!!!!! absurdo
  • Erbson Cara Shirley, gostei de seu comentário e observação, sou obrigado a concordar com você sobre a idéia de que OS PROJETOS FUNCIONAM. ACREDITO ACIMA DE TUDO QUE SEJA COM PESSOAS COMPETENTES, TANTO É QUE AS REFERENCIAS SÃO BOAS. Você tem razão: não compensaria gastar tempo e dinheiro. POR ISTO NÃO QUESTIONEI NEM JULGUEI AS PESSOAS QUE JÁ TRABALHAM NOS PROJETOS. Estava apenas FAZENDO observações sobre a ausencia de informação no edital. A partir de suas informações O EDITAL E TODO ESTE PROCESSO SERIAM DISPENSADOS.
  • João Gilberto Quem inventou essa maldita seleção foi o MP...E o que ele fez?Jogou nas costas da SEMTHAS a realização. Fique claro que é uma seleção temporária por tratar-se de programa federais...Penso que foi uma perca de tempo, pois colocar gente nova vai gerar mais gastos na capacitação e formação de tais áreas...E você sempre polêmico...PAssou-se o tempo de seminário, as brigas com Dom Valério na CDP..Etc...Deveria cuidar do Imaculada que está as moscas, a cada ano perdendo alunos para as demais escolas da cidade...
  • Shirley Essa seleção nunca deveria ter sido feita... A maioria das pessoas que fizeram não tem experiência e noção dos programas...E os programas já estão em andamento...Não podem parar...Deixa de demagogia meu caro!!!Nem no Imaculada você está dando conta!!!
  • Erbson Caro João Gilberto, Obrigado pela contribuição! Concordo com seus esclarecimentos... POR FAVOR, NÃO ESTOU FAZENDO CRÍTICAS ÁS PESSOAS, NEM AOS TRABALHOS QUE SÃO DESENVOLVIDOS... considero até um avanço fazer um processo dessa natureza porque significa transparência e desejo de acertar. Estava apenas fazendo observações sobre a ausencia de informação no edital. MINHA INTENÇÃO É QUE SIRVA PARA TODOS OS CONCURSOS ONDE QUER QUE ELE EXISTA. Não está direcionado a Penedo que, repito, achei um grande avanço.
  • Erbson Caro(a) amigo (a), sua contribuição será de bom grado afinal, é para isto que existem os meios hoje. Se você leu o texto, RECORDE-SE que os questionamentos expressos, não dizem respeito aos méritos de qualquer candidato, ou mesmo sobre a lisura do processo ou idoneidade de quem quer que seja. Sobre isto, nada podemos falar. E considere que o processo seletivo já representa um avanço. Estou questionando apenas A AUSENCIA DE INFORMAÇÕES NO EDITAL. Não representa erros, apenas AUSENCIA que pode ser corrigido e melhorado para os próximos. Além disso, não podemos culpar a ninguém, muito menos os que se inscreveram e foram selecionados!
  • tania carine Pois é e alem disso tudo veja só Erbson a psicologa que aplicou as provas, e todas com o nome do candidato apenas não podia colocar o nome na redação, mais a prova de psicotecnica colocava pq a redação foi apenas um H sim a psicologa era a irmá de Ana Rosa a dr Rita . que só ficou quem era pra ficar kkkkk se vc ficar Erbson é pq estam com medo de suas palavras na hora da prova.
  • Regina concordo que deveria haver UMA PONTUAÇÃO ESPECIAL PARA QUEM JÁ TRABALHA NOS PROGRAMAS. E DENIR OS PONTOS PARA CADA COISA AVALIADA. FALTOU APENAS COLOCAR ISTO NO EDITAL.
  • Marcos Paulo Concordo sobre a idéia de que os Editais de concursos, às vezes, não são claros e PASSAM A IMPRESSÃO de que está privilegiando. Recentemente saí de Penedo para fazer um concuso na Bahia e na hora da prova fui informado de que não podia fazer a prova porque um critério era SER SOLTEIRO, SEM FILHO. Não pude questionar porque estava no edital e eu não tinha lido.
  • Palhaço É lamentável, em pleno século 21 , ver um desmando destes. O prefeito que contava a historinha do príncipe que veio destruir Penedo, se referindo ao antigo gestor; agora tá mais para Bobo da Corte que para Salvador da Pátria! Fácil não deve ser, porém fazer de conta que manda....Uma seleção desnecessária...dissimular para enganar pais e maes de família....necessitados de dias melhores....aguardemos o palanque para ouvir os novos contos do circo que esta cidade está se tornando....
  • CIDADÃO PENEDENSE Erbson, parabéns pela sua inteligente e coragem demonstração de indignação, tristeza e humilhação para com os atuais administradores desta tão sofrida cidade. Bem, no próximo dia 30 de junho não teremos com certeza nenhuma novidade no resultado deste falso concurso. Observem que não haverá nenhuma mudança, uma vez que a falsidade e a falta de respeito para com os jovens de Penedo ainda permanecem na atual administração. Espero que eu esteja errado, uma vez que vejo na imagem do atual prefeito e da primeira dama pessoas inteligentes respeitadas e dignas de um futuro promissor. Não agüentamos mais decepções.
  • Erbson Tânia, não pense desta forma, TÃO NEGATIVA, eu acredito muito na competência dos profissonais que dirigiram o certame. E acredito na honestidade e boa intenção dos responsáveis... ALÉM CLARO, DE ACREDITAR NA CAPACIDADE E MÉRITO DOS QUE FAZEM PARTE DO PROCESSO SELETIVO, esteja ele no primeiro ou último lugar. Veja que, como ainda faltam a redação e a análise da psicóloga, outros candidatos certamente serão bem sucedidos.
  • Rick VEJA O EDITAL DO SAAE E CAMARA DE VEREADORES o requisito para investidura no cargo é - "Ensino Médio completo com certificado de conclusão fornecido por instituição reconhecida pelo MEC." vale a observações: O MEC não é o órgão responsável pelo reconhecimento de titulos de ensino médio. Pelo que sei, o certificado de conclusão do Ensino Médio, é reconhecido pelo Conselho Estadual de Educação.
  • Carmen Lúcia Caro Erbson um processo seletivo que tem a "intenção" de ser "simplificado", apenas simplifica a aprovação dos apadrinhados e dificulta aos outros! Vale salientar que se trata de uma contratação temporária, de maneira que não efetiva ninguém no serviço publico. Alguns destes cargos deveriam estar no concurso realizado em maio/2010, como certos cargos ESTRANHISSÍMOS contemplados,e por que não estavam? Outra, porque não usar os aprovados do concurso em cargos como Assistente Social,psicologa,.., pois tem vários aprovados excedentes, ao invés de promover uma seleção deste tipo, apenas NESTA secretária? E O CIRCO DA PREFEITURA PENEDENSE CONTINUA COM SEU ESPETÁCULO DE HORRORES!!!!!
  • Leitor Rick, vejo que você está equivocado! "ensino médio completo com certificado de conclusão fornecido por instituição reconhecida pelo mec." Leia novamente. Percebeu? Não é o certificado de conclusão que deverá ser reconhecido pelo MEC e sim a instituição que forneceu o mesmo. Como já sabemos O MEC não é o órgão responsável pelo reconhecimento de títulos de ensino médio, o certificado de conclusão do ensino médio, é reconhecido pelo Conselho Estadual de Educação. Já a instituição deve, sim, ter um registro no MEC. Gostei da sua observação porque é preciso que isso fique bem claro, só vim a acrescentar para fins de esclarecimento.
  • Rick CARO LEITOR NÃO IDENTIFICADO, não há equívoco nenhum... os certificados e, consequentemente, as instiutições de nivel médio não TEM O RECONHECIMENTO DO MEC. TEM SIM DA SECRETARIA ESTADUAL DE EDUCAÇÃO. O MEC RECONHECE INSITUIÇÕES DE NIVEL SUPERIOR.
  • Aprovado Erbson, pare de chorar e reclamar, vá estudar mais um pouquinho, pq parece que seu mestrado ainda não está fazendo diferença na hora de pontuar. Na próxima quem sabe não é?
  • Erbson Parabéns pela aprovação!
  • gerlany de vasconcelos Parabéns pelo seu questionamento!
  • cidadão decepcionado Erbson, vc é um vencedor ! Olha só a entrevista foi onde houve o aumento das notas das pessoas que já trabalhavam ou já tinham o apadrinhamento. é uma pena a psicóloga Ritinha começar a sua carreira desta forma. Eu acho que ela não estudou ou nunca viu falar em ética profissional ou pra falar a verdade saber como se comporta um profissional em uma entrevista.
  • Aluna Erbson, externar seus pensamentos e concepções demontra que ainda temos em nossa sociedade pessoas inteligentes sem medo de dizer o que pensam. Suas colocações são palusíveis. Sou sua aluna e como outros, vejo e reconheço tanto a sua capacidade como a "irracionalidade" dos responsáveis pelos critérios de seleção. Não baixe sua cabeça diante de comentários medíocres. Você é superior a todos aqueles que não suportam o seu sucesso.
João Pereira

João Pereira

Advogado, escritor e atento observador da política

Postado em 19/06/2010 08:07

Fé: A Negação do Racional

A fé, um autêntico Quixote, luta no mundo das trevas, pretendendo levar às pessoas uma luz que ela própria desconhece. É uma visão imaginária do que está na total escuridão: Deus, mistério, inacessível e inexplicável. Oradora insuperável na arte de seduzir e hipnotizar, transforma os que a seguem em rebanho das belas ilusões que migram às cegas para o El Dorado do sem fim. Em outras palavras, é uma pregadora que fala aos homens a respeito de um céu que desconhece e para o qual ninguém irá para lá. Ancorada nas chamadas escrituras sagradas, oferece aos que se sentem órfãos em um mundo brutal, desumano e hostil, como a mais sedutora personagem a narrar contos de fada capaz de anestesiá-los, fazê-los adormecer no sono da inocência, sonhar e acordar no maravilhoso mundo novo das Del celestiais.

Farei breve referência, quer pela incompatibilidade com o local da publicação, quer principalmente pela minha ignorância em teologia como será notada pelos doutos da área, sobre pontos que dão um nó górdio no meu pensamento. Atrevo-me, no entanto, seguindo o que disse, parece-me que Péricles, que embora somente poucos possam dar origem a uma democracia, todos somos capazes de julgá-la.

Vamos pelo começo. Segundo o gênesis, Deus criou o homem segundo sua imagem e semelhança. Explica-se pela teoria da analogia da causa e efeito, isto é, a criatura herda traços do criador. Naturalmente que respeitada à distância entre o absoluto e o relativo. Assim, quando dizemos que Deus é infinitamente bom, devemos concluir que também é infinitamente mau. Nossas virtudes e defeitos estão no relativo. As manifestações violentas da natureza, terremotos, maremotos, vulcões e furacões, entre outras, dizimando indiscriminadamente vidas humanas, são exemplos da maldade superlativa do criador. Acontece que nada está isento de conflitos. O nosso planeta, sem exceção, foi fruto de colisões e, segundo os astrônomos, mais cedo ou mais tarde não escapará do impacto de asteróides, cometas e meteoros que extinguirão a vida por completo. Por outro lado, nenhum animal sobre a face da terra, na água ou no ar, está livre de predadores. Não existe a permanente monotonia da paz.

Voltando à semelhança física do homem com Deus, acho que podemos muito bem concluir que não existe semelhança, mas igualdade. A propósito, observemos o que dizem os evangelhos sobre a ressurreição de Cristo. Lucas, por exemplo, cap.24 vers. de 24 a 43, narra sobre o seu aparecimento aos apóstolos em seu corpo físico, com os sinais das chagas da crucificação. Todos o ouviram e tocaram em seu corpo. Comeu peixe e um favo de mel. Segundo Lucas, antes de subir ao céu em definitivo, por quatro vezes comeu com os apóstolos. Bem, nós comemos, digerimos e depois excretamos. Devemos concluir que Cristo fez a sua digestão, etc. lá no céu. Como será a consistência do céu ? Sólido ou rochoso, gasoso ou numa dimensão invisível ao nossos olhos ?

Nas aulas de catecismo, quando crianças, aprendemos que Deus é espírito. Acontece que Cristo subiu ao céu em seu corpo físico e com o mesmo, retornará um dia a terra. Ora, se a trindade tem a mesma essência, são fisicamente iguais. Corroborando a esse respeito, disse Isaías: “Vi o senhor assentado num trono alto e exaltado, e a aba de sua veste enchia o templo”. Não parece um ingênuo conto de fadas? A concepção de Deus dessa forma é transformá-lo num nanico demasiadamente humano. Nunca convergem, na prática, as grandiosas e eloqüentes definições a seu respeito e a fragilidade de suas ações. A bíblia parece traduzir tão-só as agruras de um povo e uma preocupação de agradar a um Deus muitas vezes irado, castigador e mal humorado, condição para se atingir uma vida oposta ao sofrimento. Ao encontro desse pensamento, ilustra muito bem o apocalipse: “E Deus limpará de seus olhos toda lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas”. Os judeus, sob o jugo dos romanos, não podia o autor imaginar melhor antídoto ao sofrimento.

E pergunto: É a bíblia um livro sagrado? Em sentido positivo, pessoalmente, nunca em tempo algum, acho que poderia ser diferente do que imaginamos o seguinte; E seus autores tivessem vivido numa terra de fartura, sem grandes sofrimentos e dispusessem dos conhecimentos científicos da atualidade, qual teria sido o seu conteúdo? Teria ela existido, não se teria afirmado que Deus, para povoar a terra, criou Adão e Eva. Outros casais se faziam necessários sob pena de sermos um produto do incesto e da consangüinidade, fato que teria degenerado e extinguido o homem. Que não fez o mundo em seis dias e no sétimo descansou. Não posso conceber um Deus que cansa. Esclarece-nos a astronomia que além da nossa galáxia, com milhões de estrelas, planetas e outros corpos celestes, existem outras aos milhões, maiores ou menores. Parece-me uma empreitada que está a milhões de anos luz de distância de um Deus com características pagãs, quase nos limites do homem.

E o que dizermos da Trindade? Como explicá-la? Três pessoas diferentes com a mesma essência. Em outras palavras, segundo opinião de alguns, o Pai representa a lei viva e imutável; o Filho, a razão e a sabedoria; o Espírito Santo, a potência criadora e fecunda. Quem engendrou semelhante idéia? Os países, na sua quase totalidade, adotam os três poderes, executivo, legislativo e judiciário. Perfeitamente admissível. Podemos dizer o mesmo do triunvirato divino? Do ponto de vista monoteísta, só podemos admitir a existência de um único Deus. Duas verdades não podem coexistir, uma tem de excluir a outra. Deus, o todo poderoso, tem necessidade de dividir atribuições? Pela forma como criou a terra, dá para nos convencer.

Não menos absurdo, na minha tacanha compreensão, é o tráfico e inútil sacrifício de Cristo. Qual foi a sua finalidade? Salvar a humanidade, resgatando-a do pecado original, cometido por Adão, o bravo Santo Adão? Tem sentido que gerações subseqüentes paguem pecados da primeira? Ninguém pode ser punido por um crime que não cometeu. Até uma criança é capaz de perceber essa regra. Muito menos alguém pode sofrer as penas no lugar do delituoso. Não bastassem essas incoerências, inconcebível que concordemos com o sacrifício do filho de Deus para consertar um pseudo erro da sua criação, o pecado. Teria sido mais fácil ao entendimento que Deus, ao por Adão e Eva no éden, quis testar a qualidade da sua obra, isto é, se Adão era um homem na mais alta expressão da palavra. Nesse sentido, Adão não o decepcionou. Não demonstrou ser um acomodado e retardado mental. Acometido pela inquietação, prisioneiro do paraíso em seu insuportável enfado, rebela-se, foge e dá o primeiro grito de liberdade em busca do conhecimento e outras formas de vida. Cristo não salvou coisa alguma.

Como é possível imaginar o homem sem pecado. Sem a desobediência de Adão, a curiosidade que estimula a imaginação, a criatividade e a realização pessoal, o homem teria continuado a pastar no paraíso. Se o homem sofre, é natural que queira escapar do sofrimento e busque o prazer, bem que mais persegue para atingir a felicidade. Mas dentro de certos limites, da moderação como receitava Epicuro, que não deve ser confundido com o epicurista vulgar. Toda ação resulta numa reação na mesma intensidade. Daí porque, se fosse possível dar ao homem a possibilidade de viver no paraíso, disse Schopenhauer, a primeira coisa que ele faria ao sair era mergulhar no inferno. Não podemos pensar no bem se não existisse o mal. Como avaliar a beleza se não houvesse o feio? O alto sem o baixo? E assim por diante, em tudo se fazendo presente a polaridade de forças e valores.

Por fim, avaliando o sacrifício de Cristo, é interessante observar o comportamento do Deus do cristianismo e Zeus do paganismo grego sobre a imolação. A lenda da licantropia, na Grécia antiga, dá algumas versões sobre a mesma. Uma delas diz que Licaon, rei da Arcádia, sacrificou um de seus filhos a Zeus. Este, horrorizado, o transformou, como castigo, em lobo. Se Zeus ficou chocado com o filho alheio, inconcebível que fosse capaz de sacrificar o seu. Eis um gol a favor do paganismo, enquanto o Deus cristão cometeu o mais radical e cruel sacrifício pagão.

Em síntese, penso, sob o aspecto puramente racional, que as religiões deveriam ser, atualmente, uma memória do passado. Suas premissas têm apenas vantagem de satisfazer a imaginação infantil dos sedentos de uma vida eterna colorida. Paraíso e inferno e vida eterna são mitos que fogem às leis naturais. Tudo que nasce, morre. Até as estrelas, na longevidade de suas vidas de milhões e bilhões de anos, se extinguirão. O nosso sol, que está na metade de sua vida, restam-lhe ainda uns cinco bilhões de anos. Quando passar a ter uma cor avermelhada e em processo de expansão, atingirá a terra, incinerando-a e extinguindo a vida. Transformado em uma estrela de grandeza inferior, a terra, fora da sua gravitação, passará a vagar a esmo na imensidão do frio e escuro universo.

Só existe, portanto, uma eternidade que é a eterna sucessão das coisas. O que importa, dizia Nietzsche, não é a vida eterna, mas a eterna vivacidade . No teleférico que conduz a vida entre os dois pólos opostos, vivencio, na medida do provável ou improvável destino, um pouco de cada um. Eis porque prefiro viver na diversidade infernal desta vida, a viver na insipidez e monotonia infernal do paraíso.

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  • rodrigo eu confesso que estou, até, interessado em discutir o assunto e mostrar para o autor da matéria suas muitas contradições, e uma que me deixou chocado, já que este é um advogado, quando cita: ---- " Ninguém pode ser punido por um crime que não cometeu. Até uma criança é capaz de perceber essa regra. Muito menos alguém pode sofrer as penas no lugar do delituoso ". Todos sabemos que se um pai se negar a pagar a pensão de seu filho, quem paga é avô paterno. Desculpe meu pobre conhecimento em DIREITO, mas vulgarmente é o sabemos.
  • ANDERSON saio em defesa do dr. João, caro Rodrigo DEIXAR DE PAGAR PENSÃO NÃO É CRIME. O Dr. João cita o principio contido na Constituição Federal, e está totalmente correto. Assim, pelo o que vejo seu conhecimento em direito é realmente POBRE!!
  • rodrigo ANDERSON Como eu disse, meu conhecimento em direito é pobre asssim como sua interpretação, a questão não é a coisa juridica do fato, o dr. João falou que uma pessoa não pode pagar pelos erros dos outros, e a pensão alimentícia foi um exemplo que usei. Admiro sua literalidade, mas não a intepretação! Suponho que você entada o assunto, pode até ser que você seja estudante de DIREITO, caso seja, aprenda a interpretar a lei e os fatos, caso contrário, mude de curso.
  • Adão Parabéns: Fé Inabalavel só é aquela que pode encarar frente a frente a razão, em todas as épocas da Humanidade.
  • adriano Mais um "Professor de Deus"...
  • anderson Rodrigo, Continuo achando o seguinte.. uma pessoa não pode pagar pelos erros dos outros, e que o exemplo da pensão alimenticia foi demasiadamente grotesco....
  • Heitor de troia O Doutor tem um conhecimento de Direito, para falar do que não entende estude primeiro; no caso teologia.Tanta ignorância das coisa de Deus.é inútil viver assim.... leia a Bíblia, conhecereis a verdade e a verdade vos libertará...João. 11.32
Valfredo Messias dos Santos

Valfredo Messias dos Santos

Procurador de estado, defensor público e membro da Academia Penedense de Letras

Postado em 13/06/2010 09:46

Políticos sem compostura

Todas as vezes que se aproxima o pleito eleitoral reascende em cada um de nós o desejo de que os homens e mulheres que pretendam se lançar nesse campo minado da política brasileira, hajam com dignidade e respeito no exercício desse mister, sem a constante preocupação de locupletar-se do dinheiro público ,de apadrinhar pessoas irresponsáveis para ocuparem cargos importantes nas esferas administrativas e sem a participação emconluios com o intuito de beneficiar-se das relações espúrias com empreiteirase outros barganhadores da ética e da moral.

Temos o hábito de querer culpar o eleitor pela escolha de políticos desonestos e corruptos, como se essas pessoas tivessem recebido as informações necessárias, quer no convívio social, nas escolas, nas Universidades quanto ao mecanismo da política como a arte de promover o bem comum. Na verdade, neste País, a corrupção nasce a partir dos pequenos gestos como, por exemplo, o de pagar propina a um guarda de trânsito para não ser multado pela prática de irregularidade no veículo ou nos documentos obrigatórios do condutor . Podemos até mesmo afirmar, que a prática da desonestidade é pré-requisito para seconquistar espaço na organização política partidária. Até parece que, quem não for desonesto, não ganha eleições. É verdade que para toda regra existem as exceções e, na política não é diferente. Muitos militantes nessa área sofrem o desgaste moral e ético, pela prática imoral e antiética de inúmeros políticosque visam apenas o seu bem estar social e de seu grupo.

Por ocasião dos pleitos eleitorais o que mais preocupa à Justiça Eleitoral é, essencialmente, o abuso do poder econômico, principalmente no que se refere à compra de votos, cujo valor é inflacionado acada disputa. O desrespeito do candidato para com o eleitor nasce no exato momento em que ele se propõe a comprar o seu voto. A partir daí , o cidadão se transforma em uma mercadoria com prazo de validade vencido.

Esse hábito de compra e venda devotos está impregnado na mente da maioria dos políticos que se arriscam a serem presos, processados e desmoralizados, maculando o nome de suas famílias , mas não deixam para trás essa prática nociva que tem contribuído para o agravamento da insegurança por ocasião das eleições, causando até mortes, e para que a democracia não se afirme como o governo do povo pelo povo e para o povo.

Nas Câmaras, nas Assembléias e no Congresso Nacional é constante a venda de votos, por políticos inescrupulosos,em troca de assinatura de projetos de leis, de liberação de verbas, de emendase tantas outras práticas costumeiras. Políticos de expressão no Congresso afirmam que essa prática é cultural como bem afirmou o Presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer, presidente do PMDB: ”O patrimonialismo é uma característica da política brasileira, e esses desvios de comportamento são históricos.” Já o Senador Jarbas Vasconcelos afirmou “que o PMDB é corrupto e só pensa em ocupar cargos para fazer negócios”.

Como podemos exigir uma postura digna de eleitor, do cidadão que não sabe sequer qual o papel do Vereador, do Deputado Estadual e Federal, do Senador, do Prefeito, do Governador , e do Presidente desta República chamada Brasil ?

A mídia tem trazido para o nosso conhecimento as sucessivas práticas de roubalheiras nas Prefeituras com desvios de milhões de reais em detrimento do desenvolvimento local. A prática tem comprovado que a corrupção levada a efeito em uma Prefeitura, por exemplo, se alastra por todos os seus setores, desestimulando servidores honestos e cumpridores de sua missão de bem servir ao povo. Nesses casos a máquina administrativa trabalha em benefício do gestor e de seus seguidores, como se acoisa pública lhes pertencessem em detrimento da cidade e do povo que depositou seu voto nas urnas acreditando que o melhor seria feito.

O que nos entristece sobremaneiraé que a prática da corrupção tem ramificações nas demais esferas do poder. Recentemente,o Conselho Nacional de Justiça aplicou a pena máxima a 10 juízes do Estado deMato Grosso, dentre eles o Presidente do Tribunal de Justiça, desembargadorMariano Alonso Ribeiro Travesso, pelo envolvimento em um esquema de corrupçãode desvio de R$ 1,4 milhões.Ressalte-se que a pena máxima aquireferida,tratando-se de juízes, é aposentadoria.

Há em nosso País um verdadeiroclamor popular por mudanças. A sociedade está ficando cansada de observar, calada,as mais variadas práticas de desvirtuamento dos valores éticos e morais. Segundo Sócrates, moral, outra coisa não é que viver como reclamam a probidade e ajustiça.

A seccional da OAB de Alagoas apresentou, no dia 23 de fevereiro próximo passado, os membros da Comissão deCombate à Corrupção Eleitoral, que conforme enfatizou o seu Presidente, Álvaro Barbosa de Oliveira, dará ênfase ao interior do Estado.

Se volvermos os nossos pensamentos para o passado, observando o presente e vislumbrando o futuro político, até parece que não há mais solução. No cenário político vivenciado nas urbes, nas Capitais e no âmbito nacional não vislumbramos àqueles políticos carismáticos e éticos preocupados com o crescimento de sua cidade, Estado ou País. Em um País com mais de 127 milhões de eleitores os nomes que se cogita para a eleição presidencial, com chances de vitória, conta-se nos dedos da mão, não porque são os melhores para o País, mas porque são os melhores dentro de seus partidos. É uma pena.

Chegamos a um patamar tão desastroso que muitos dizem: “vou votar em fulano porque é o menos ruim”. Outros dizem: “vou votar em tal candidato porque é sua primeira eleição e ainda não aprendeu a roubar”. E ainda existem, aos milhares, os que afirmam: “vou votar neste candidato porque ele me deu R$ 50,00, R$ 100,00”. E o eleitor que se diz consciente, em quem deve votar?

Normalmente, a prática nos ensinaque devemos acompanhar o trajeto político do candidato em quem depositamos a nossa confiança e esperança por ocasião do pleito eleitoral. Se vereador: quais os projetos que apresentou e que foi aprovado em benefício da comunidade;quantas sessões frequentou; quais os eventos de interesse social que esteve presente;como tem se comportado como representante do povo nas questões de interesse coletivo.Até parece que é fácil, mas não é. Apesar de estarmos convivendo o tempo todo com o edil que escolhemos, o nosso dia a dia, as preocupações com a sobrevivência,o estresse vivenciado diuturnamente não nos permite executar aquela tarefa. Imaginem com relação aos Deputados Estaduais, Federais e Senadores.

Há uma necessidade urgente de entendermos que os políticos são os nossos mandatários. A eles conferimos odireito de nos representar, de lutar pelo interesse coletivo, de fiscalizar a aplicação dos recursos públicos destinados às políticas públicas necessárias à promoção do bem comum. Conferimos ao Prefeito, ao Governador ao Presidente da República,o direito de administrar os bens públicos, a utilizar, da melhor forma possível, o dinheiro público oriundo dos pesados impostos pagos por todos nós,para que os Municípios, os Estados e o País, sejam transformados em lugares seguros,de relacionamento pacífico, onde todos se respeitem e onde prevaleça a força da lei para todos, sem exceção. Onde as políticas públicas sejam elaboradas e executadas de forma a favorecer, de forma igualitária, os anseios dos integrantes das diversas camadas sociais,dando cumprimento aos mandamentos constitucionais da promoção dos direitos sociais com o um todo.Os vereadores e Deputados,Federal ou Estadual, deveriam ser os verdadeiros fiscais do povo , com a sagrada missão de zelar pela correta aplicação dos recursos destinados à construção de moradias dignas,estradasseguras,segurança pública confiável,à saúde, e outros investimentos necessários ao desenvolvimento. Entretanto o que se tem notícia é dos desvios de valoresinestimáveis,das propinas milionárias e da subserviência do Poder Legislativo ao Executivo.

Os mandatos conferidos pelos eleitores aos titulares de mandatos eletivos deveriam ser visto, por eles, como uma honraria, uma deferência especial, pois nesse mandato está embutido os votos de confiança e a certeza de que seremos bem representados. Entretanto,temos sido vítimas, a cada pleito, de um verdadeiro calote eleitoral pois o respeito , a admiração e a esperança depositada na maioria dos vendilhões de ilusões, em nada afeta a sua índole má, vez que estão sempre vestidos com pele de cordeiro mas, no seu íntimo , são lobos vorazes, parafraseando Jesus Cristo.

Certa vez, Jesus Cristo, crítico da política e dos religiosos de seu tempo, foi interpelado por seus discípulos querendo saber como seria possível conhecer os profetas confiáveis que viriamapós a sua ida deste mundo terreno. E Ele respondeu: pelos frutos. Esta regra, com certeza, poderá ser aplicada na política. Deveremos nos informar, mesmo que não tenhamos feito um acompanhamento diuturno, mas até mesmo nas últimas semanas que antecedem as eleições, quais foram os frutos produzidos pelo candidato que pretendemos depositar nossa confiança. Entendam-se como “frutos”, os projetos que resultaram em recursos para o Município ou para o Estado; os projetos que se tornaram leis eque trouxeram benefício à sociedade; a participação em debates de temas importantes nas Câmaras,nas Assembléias ou no Congresso Nacional ou se apenas ocuparam seus lugares e acenaram suas cabeças, como catengas, se posicionando apenas com gestos e não com palavras e atitudes.

O mais recente escândalo de corrupção – não sei se já não estou mal informado - tem como chefe da gangue o Governador de Brasília e,segundo os promotores que atuam na operação Caixa de Pandora, o valor desviado dos cofres públicos já chega a 500 milhões de reais.Reflitam que essa fortuna diz respeito apenas a esse escândalo no Governo do Distrito Federal que se dissemina entre alguns deputados da base aliada na Câmara Legislativa.

Ora, como distinguir o joio do trigo? Apenas na colheita é que se pode separar um do outro, porque o trigo produz frutos e o joio não, apenas cresce como uma praga , usufruindo do terreno fértil e se beneficiando dos cuidadosque são dispensados,ao trigo, pelos agricultores.

Na política,infelizmente, só é possível identificar os corruptos quando afloram osescândalos, que não são poucos, em todasas regiões deste País cujo solo é propício ,também ,às ervas daninhas da política que nada fazem ,apenas sugam aseiva que é o sangue de um povotrabalhador e sofrido, que não dispõe deuma política de saúde digna , de segurança e moradia,nem de uma educação compatível com o seu povo ,em razão dadilapidação de seu patrimônio moral e dos desvios de milhões pelos corruptos que elegemos,acreditando serem homens honestos e capazes de nos representar como cidadãos , no tão enlameado terreno dapolítica brasileira.

Neste ano,novas esperanças, novas decepções nos esperam. Sejamos prudentes, vigilantes,sábios, se possível for, para, eliminando o joio já identificado, não sejamos levados pelas promessas costumeiras, mas sim pelo bom senso.

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  • Coração de Leão Caro dr valfredo, oportuno seu comentário em um ano plitico. Entretanto, não existe solução a curto prazo para nossa política no momento. Primeiro que não temos um eleitor participativo, segundo, ele na maioria das vezes vende seu voto para o mais corrupto dos candidatos, terceiro, temos um sistema que nos leva a toda essa corrupção, quarto, não vamos mudar se a educação não começar pela base. Ou seja, precisamos primeiro educar nossos desenbargadores, depois nossos juizes, para então chegar ao eleitor. Ai sim, seremos capazes de separar o joio do trigo.
  • Nani Rodrigues Dr. Valfredo, Parabéns pela matéria! Fui aluna do Colégio Diocesano em sua gestão, e conheço seu caratér e dignidade! Quisera que em nossa sociedade houvessem políticos com uma índole tão nobre igual á sua.
Públio José

Públio José

Jornalista, publicitário, escritor e atento observador da vida

Postado em 06/06/2010 09:56

Tem alegria no silêncio?

O silêncio é associado normalmente à manifestação de um estado de tristeza. Dificilmente se vê alguém, em condições normais de saúde física e mental, mergulhado em dificuldades, angústias, apreensões, que não seja calado, introspectivo, semblante fechado. Mas será que o silêncio é sempre sinal de tristeza? Ou será que nele também cabe espaço para a alegria, para o cultivo de prazerosos instantes interiores? Com certeza, no silêncio estão embutidas altas doses de prudência, necessárias durante situações de perigo, e também nos momentos de ansiosa expectativa em função do alcance de algum objetivo. Se partirmos para uma análise mais profunda, teremos no silêncio motivo para outras práticas, inclinações para outros comportamentos. No tocante ao mundo exterior, por exemplo, podemos afirmar que o silêncio é a ausência de ruído, fato que nos desobriga a ter que ligá-lo a um estado específico da alma.

Mas será que, de algum modo, podemos associá-lo à alegria? É certo termos condições de aliá-lo à meditação. Autores, artistas, políticos, músicos, místicos e religiosos, principalmente, usam-no para dele fazerem tema, condições e argumentos para longos e introspectivos períodos de meditação. Cientistas e estudiosos da natureza humana também receitam a utilização do silêncio como terapia, lenitivo para nos contrapormos a longos espaços de tempo dedicados a atividades desgastantes. Afinal, ninguém pode ficar com a máquina mental ligada ininterruptamente. É necessário desligá-la durante alguns momentos e o silêncio é aliado imprescindível nessas horas. Ao contrário daqueles que o associam a dificuldades, angústia, apreensões, outros já o têm em alta conta para a obtenção de um estado de sossego, de calma, de satisfação. Satisfação? Pronto! Conseguimos! Eis o elo que faltava ligar silêncio à alegria!

Pois, o que é satisfação senão um formato, uma exteriorização de um sentimento de prazer, de alegria que algumas vezes se aconchega no fundo da alma totalmente em silêncio? Porquanto, se pode haver satisfação no silêncio, podemos concluir, com toda certeza, haver nele alegria! E quais os frutos dessa constatação? Afinal, pra que serve termos alegria em ou no silêncio? As pessoas sábias, bem lastreadas interiormente, fazem uso do silêncio como elemento de fortalecimento e de capacitação física e mental necessária aos desafios da vida. Levadas pelo silêncio ao fértil terreno da meditação, da reflexão, retiram da experiência lições proveitosas de como se mover, de como se estabelecer na vida para a longa batalha da existência. Entre essas pessoas, uma houve que fez do silêncio uma esplêndida ferramenta de interação entre ele e o tormentoso mundo dos homens. Seu nome? Jesus Cristo.

Por várias ocasiões, Jesus se utilizou do silêncio para criar dentro de si condições ideais de enfrentamento aos grandes desafios da vida. É natural, então, que, desse exercício, brotasse uma agradável sensação de prazer, uma crescente alegria pelas soluções obtidas e pelos novos caminhos passíveis de serem trilhados. Seria o caso de vir a ocorrer em nossas vidas, fruto da meditação, desfecho semelhante? Ou devemos argumentar que o que ocorria com Jesus é vedado aos homens em razão de sua natureza divina? A resposta é do próprio Jesus: “Tudo é possível ao que crer”. Na verdade, a prática reflexiva de Jesus – que redundava na transformação de tristeza em alegria – era a fórmula perfeita do aprofundamento de sua comunhão com Deus, condicionante maior a dar lastro à mudança de seu estado de espírito. Eis aí, portanto, a fórmula, o caminho. Trilhá-lo e praticá-lo é escolha nossa. Vai aprender?

 

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