Eduardo Motta

Eduardo Motta

Eng. de Pesca da Codevasf, pós-graduado em Desenvolvimento Regional e em Aquicultura

Postado em 23/08/2009 20:06

CERAQUA - Um marco na aquicultura brasileira

Antes mesmo de sua inauguração, o Centro de Referência em Aquicultura e Recursos Pesqueiros do São Francisco – CERAQUA, localizado no município alagoano de Porto Real do Colégio, já é uma realidade.

O projeto CERAQUA, concebido pela Codevasf, foi inicialmente aprovado na I Conferência Nacional de Aquicultura e Pesca, realizada em novembro de 2003 na cidade de Luziânia/GO, pela então Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca da Presidência da República – SEAP/PR, hoje Ministério da Pesca e Aquicultura – MPA.

Considerado essencial para a difusão de tecnologia em aquicultura, em novembro de 2005 a SEAP/PR repassou à Codevasf cerca de R$ 2,9 milhões, visando a implantação do CERAQUA.

Diferentemente das demais estações de piscicultura existentes no Brasil, tanto em relação as do setor público como da iniciativa privada, que atuam com o foco na produção de alevinos para o fomento da atividade de piscicultura, o CERAQUA, além de visar a produção em larga escala de alevinos de interesse econômico e ecológico, é também um centro de prestação de serviços aquaculturais, de ciência e pesquisa, de capacitação e difusão de tecnologia, passando assim a ser um diferencial na atração de investidores para o setor de aquicultura e, dessa forma, preencherá um importante e estratégico elo da cadeia produtiva da aquicultura do baixo São Francisco.

A partir da prioridade adotada pela Codevasf objetivando promover a revitalização da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, a Companhia passou a investir recursos adicionais de aproximadamente R$ 6,2 milhões, com o objetivo de tornar o CERAQUA um dos mais avançados centros tecnológicos do país, apto a atender as demandas do setor produtivo. Além disto, em decorrência da avançada degradação do meio ambiente no vale do São Francisco, o CERAQUA será de grande relevância na recomposição da biodiversidade aquática.

Para atender essas necessidades, o CERAQUA está sendo munido de equipamentos laboratoriais de última geração, de infraestrutura produtiva e para pesquisa, de recursos humanos de alto nível nas áreas de: genética, nutrição, patologia, qualidade de água, biotecnologia e de reprodução.

A crise do atual modelo de desenvolvimento mundial tem se mostrado desigual, excludente e esgotante dos recursos naturais. Por sua vez, a degradação ambiental e as desigualdades sociais refletem, como consequência, a insustentabilidade da vida no planeta.

Nesse contexto, a busca da sustentabilidade no uso dos recursos naturais da Bacia do São Francisco, configura-se como caminho possível para reverter o quadro atual de degradação, tornando inadiável a tomada de decisão, objetivando a construção de um novo modelo de desenvolvimento.

Diante dessa perspectiva, enquadra-se a importância do CERAQUA como alternativa de desenvolvimento econômico para o baixo São Francisco, com ênfase na inclusão social e sustentabilidade ambiental.

Outra inovação é o modelo de gestão compartilhada a ser adotado no CERAQUA, inédito no Brasil, que terá carater multi-institucional, cujo tema trataremos em um próximo artigo.

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  • JOSUE SANTOS COMO TÉCNICO, PRESTANDO SERVIÇOS DE ATER AOS PEQUENOS PRODUTORES DO BAIXO SAO FRANCISCO EU DIRIA QUE ESSA CONVERSA JA E VELHA, QUEM NAO SE LEMBRA DO GLORIOSO MERCOVALE ONDE NO QUAL DAVA ENFASE A PISCICULTURA DO BAIXO SOA FRANCISCO E ATE HOJE PERGUNTO: CADÊ TAL INVESTIMENTO?, CADE A FABRICA DE PESCADO ONDE ESTAVA PREVISTO (EMBORA ESTEJA CONSTRUIDO)TONELADAS E MAIS TONELADAS DE PESCADO A SER BENEFICIADO, GERANDO COM ISSO EMPREGO E QUALIDADE DE VIDA PARA O PISCICULTOR, CADE OS FINANCIAMENTO PARA OS PISCUCULTORES TRABALHAR! OLHE, HOJE DIGO COM CONVICÇAO QUE A PISCICULTURA DOS PROJETOS DA CODEVASF ESTA FALIDA, SO DEUS SABE AS CONDIÇOES QUE ESSES PRODUTORES DE PEIXE VIVEM. OBRIGADO!
  • Frederico Nunes Da mesma forma acredito que essa instituição, desde a chegada do então Senhor Ministro Altemir Gregolin é só balela. Muita conversa, muito bla bla bla e nada acontece. Já vieram não sei quantas vezes a Alagoas e os abestalhados ficam todos iludidos. O projeto que eles estavam apostando muito em Pernambuco já tá fracassando, que é a produçã de beijupirá em tanques-rede em alto mar. É tanto bla bla, que a Qualimar ta com muitas toneladas desse peixe em Recife e não tem a quem vender. Por isso, vocês precisam cair na real e parar de querer iludir esse povo do São Francisco e fazer realmente um projeto sério, com os pés no chão e parar de querer fazer mídia de coisas que não acontecem.
  • Jorge Felicio O desenvolvimento da pesquisa e da tecnologia é um fator fundamental para a viabilização para um polo de psicultura no baixo são francisco.
  • Maria da Anunciação Com a chegada da ufal, com o curso de eng. de pesca e agora a viabilização do CERAQUA, passos importantes foram dados, mas muito ainda precisa ser feito pela CODEVASF, pelo governo federal, pelos gov. de Alagoas e Sergipe para que o polo de psicultura se transforme num fator gerador de emprego e renda para o povo do baixo são francisco.
  • Luiz Eduardo Sá Barrteo Acredito que à partir do empenho e apoio dos envolvidos (aquicultores, técnicos, pesquisadores e agentes da extensão, etc) e do comprometimento dos governos com a atividade, o Centro é uma ferramenta importante para a consolidação da aquicultura nessa região
  • Jose Quirino Mendes Nobre Entre erros e acertos, tenho convicção de que acertamos muito mais. Aqui no Norte de Minas Gerais, com duas Estações de Piscicultura, desde 1980, a CODEVASF é referência no setor. Graças a pessoas que acreditam no progresso da ciência e tecnologia, assim como Eduardo Mota, Albert Bartolomeu, Athadeu Ferreira e inúmeros outros colegas, disponibilizamos à sociedade, não só emprego e renda, mas alternativas proteicas derivadas do pescado abundante em todo o vale do São Francisco. Parabéns.