Roberto Lopes

Roberto Lopes

Formado em Letras, Jornalismo com pós-graduação em Comunicação Empresarial e Advogado

Postado em 17/10/2018 22:19

Rodrigo Cunha decide ficar "em cima do muro" nas eleições para presidente da República

ALE
Rodrigo Cunha decide ficar "em cima do muro" nas eleições para presidente da República
Senador eleito Rodrigo Cunha divulga carta aberta sobre eleições presidências

Em uma carta aberta, divulgada em seu facebook, o deputado estadual e senador eleito por Alagoas, Rodrigo Cunha (PSDB) disse não se sentir representado por nenhuma das candidaturas postas neste segundo turno para presidente da República. Cunha fez uma análise do que para ele significa a eleição de Jair Bolsonaro e de Fernando Haddad e afirmou que ambas são candidaturas que aguçam extremos políticos que não fazem bem ao país.

Essa é a primeira grande decisão política do senador eleito, porém, ele prefere não tomar partido, ou seja, ficar “em cima do muro”, assumindo uma postura de neutralidade. Essa decisão deverá fazer com que ele venha a sofrer críticas de ambos os lados e de boa parte de seus eleitores que já se decidiram por um dos dois candidatos com propostas tão distintas. “Infelizmente, a polarização política no Brasil ganhou contornos insustentáveis”, aponta.

Na carta, Rodrigo Cunha pede que os eleitores procurem pesquisar e analisar cuidadosamente as candidaturas postas, buscando sempre a verdade e direcionando o voto de acordo com os seus princípios e consciência, porém, ele mesmo não direcionou sua decisão para um dos lados, preferindo a neutralidade num momento tão importante para o Brasil e para os brasileiros.

Sobre Jair Bolsonaro (PSL), o novo senador tucano disse que trata de uma “candidatura apoiada em discursos que se aproveitam da insatisfação da população para propor medidas extremistas que fragilizam a democracia”. Sobre Fernando Haddad (PT) ele destacou que é “uma candidatura que não conseguiu aglutinar as forças progressistas e democráticas do Brasil à qual insiste em rotas políticas viciadas e em não reconhecer erros partidários históricos”.

É bom esclarecer que apesar do novo senador não ter enxergado isso, existem diferenças gritantes nas campanhas dos candidatos do PSL e do PT que podem influenciar decisivamente na vida dos alagoanos e dos brasileiros e neste sentido, após analisar a carta do senador eleito Rodrigo Cunha, fica um questionamento: será que sem tomar partido num momento tão importante na vida política do país, dos alagoanos e dos brasileiros, Rodrigo Cunha conseguirá ser este senador que tanto deseja? Vamos aguardar.

Leia abaixo carta aberta publicada por Rodrigo Cunha 

Carta aberta aos alagoanos e brasileiros

A política tem como função central gerar bem-estar e liberdade para as pessoas e não pode ser instrumento de propagação de guerras ideológicas desarrazoadas.

Devemos buscar incessantemente a convivência harmônica entre o respeito à diversidade e a preservação da individualidade; entre a busca da liberdade e a construção da igualdade e entre o desenvolvimento econômico e a assistência social.

Infelizmente, a polarização política no Brasil ganhou contornos insustentáveis e aponta para a necessidade urgente de um agir comunicativo inovador e que promova pontes entre os cidadãos brasileiros.

Do lado do espectro ideológico à direita, vemos uma candidatura apoiada em discursos que se aproveitam da insatisfação da população para propor medidas extremistas que fragilizam a democracia.

Como todos sabem, fui vítima da violência, mas nem por isso me associei a uma linha de pensamento propagadora do extremismo como instrumento de pacificação e como meio ameaçador da convivência plural entre os mais diversos segmentos da sociedade.

De outro lado do espectro ideológico mais à esquerda, vemos uma candidatura que não conseguiu aglutinar as forças progressistas e democráticas do Brasil a qual insiste em rotas políticas viciadas e em não reconhecer erros partidários históricos.

Quero ser o Senador do diálogo e da mediação política. Quero ser o Senador que colabore decisivamente para o Brasil recuperar um centro político propositivo, construtor de políticas públicas progressistas e geradoras de uma cidadania de resultado para os alagoanos e brasileiros.

Nosso povo pode continuar a esperar de mim a mesma independência, transparência e equilíbrio na minha atuação política. Foram elas os alicerces na minha estrada da vida.

E são estes mesmo atributos que não me fazem sentir representado por nenhuma das candidaturas postas para governar o Brasil, as quais aguçam extremos políticos que não fazem bem ao nosso país.

Por isso, minha orientação é que os eleitores procurem pesquisar e analisar cuidadosamente, buscando sempre a verdade, direcionando o voto de acordo com seus princípios e consciência.

Sigo firme em nome dos valores democráticos e confiante de que atuarei no Senado em defesa de Alagoas, do Brasil e com muita independência e diálogo com a população.

Rodrigo Cunha


 

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  • Souza Pra mim foi uma vergonha esta postura adotada por este recém eleito Senador ao qual dei meu voto e já me arrependo. O Brasil já está cheio de demagogia e discurso político evasivo e no meu entendimento ele já começou muito mal. Sim, lembrando que o mesmo participou da carreata do Bolsonaro em Maceió