13 Abril 2019 - 16:35

Sebos de Aracaju continuam atraindo leitores e colecionadores

Divulgação

Espalhados pela capital sergipana os sebos resistem ao tempo e continuam alimentando a imaginação de leitores e colecionadores, que encontram nestes locais as mais variadas obras da literatura nacional e internacional. Além discografias variadas.

“A juventude tem que buscar esses espaços de leitura. Principalmente para obter conhecimento nas áreas de sociologia, política e filosofia. Porque esse tipo de leitura ajuda a formar argumentos”, diz o frequentador de sebos, Edil Oliveira.

Como ele, o professor de letras e revisor, Juliano Beck fez das visitas frequentes aos sebos uma oportunidade de multiplicar conhecimento e participou da criação do coletivo ‘Bonde das traças’. “Eu era frequentador de sebos. E a partir daí surgiu a ideia de criar um coletivo. Conheci pessoas que vendiam livros e passamos a trabalhar de maneira colaborativa. O projeto cresceu e encontros abertos são realizados para que os participantes comprem e troquem livros", contou.

Um dos responsáveis pela manutenção da tradição dos sebos na capital sergipana é o aposentado Natan de Albuquerque Lemos, um colecionador que resolveu abrir um negócio para multiplicar conhecimento. “Eu coleciono livros e discos desde os 13 anos, e tinha um quarto só para guardar esse material. Mas quando me aposentei resolvi abrir um sebo para trabalhar com o que gosto, que são livros e discos. As pessoas têm aqui uma oportunidade de acesso à leitura, já que os preços são muitos mais baratos”, falou.


O publicitário Orlando Garato resume a importância de conhecer os sebos e suas obras. “ Leitura é você tentar adquirir mais um pouco de conhecimento. E o sebo se transforma nisso para quem gosta ler. É um local sagrado”, disse.

A origem

A palavra sebo tem algumas origens – é provável que pelo menos um pouco de cada uma delas seja verdade. A primeira versão diz respeito ao uso da luz das velas para leitura, que antigamente eram feitas de gordura e de sebo. Conforme iam derretendo, acabam sujando os livros, deixando-os engordurados. A outra versão diz que os estudantes carregavam tanto os livros debaixo do braço que acabavam sujando-o, deixando ensebado.

Apesar de terem adquirido grande parte de sua popularidade na região Nordeste, os sebos chegaram a então capital, Rio de Janeiro, no século XIX. Mas a tendência de comercializar livros usados já era dominante na Europa, na qual a maior parte dos livreiros colocava à venda o seu próprio acervo, e o costume da troca de exemplares por outros também começou a crescer principalmente quando alguém conseguia adquirir os títulos raros, polêmicos e censurados da época.

por Portal G1

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