01 Julho 2017 - 10:05

Ações do governo garantem sobrevivência e produção de sergipanos no campo

Na comunidade Quilombola Serra da Guia, no município de Poço Redondo, no Alto Sertão sergipano, o agricultor Sandro Silva Santos já preparou a terra e iniciou o plantio das sementes de milho e feijão distribuídas pelo governo do Estado a agricultores da região. Na comunidade, cerca de 150 pequenos produtores receberam 2.250 Kg de milho, 750 Kg de feijão e 225 horas máquina que ajudarão a produção local. Com a chegada das chuvas, a previsão é que o feijão e o milho já possam ser colhidos entre o fim do mês de agosto e setembro. “As sementes são de qualidade. Nossa expectativa é boa. Se a chuva continuar até agosto, com a ajuda de Deus, teremos uma boa safra”, afirmou Sandro Silva Santos.

A partir do investimento do Estado e com as condições climáticas adequadas, a estimativa é que a produção na comunidade quilombola seja de 1.500 sacos de milho, o que equivale a cerca de 75.000 kg do grão, e 300 sacos de feijão, o que corresponde a 15.000 kg da leguminosa. “Quando a produção é boa, usamos o milho para fazer silagem, para o consumo e armazenamos um pouco para plantar. Com o feijão a mesma coisa, e quando a plantação da boa a gente além de usar na alimentação também vendemos”, contou o agricultor de Poço Redondo. A comunidade na qual Sandro vive também foi beneficiada pelo governo do Estado com material forrageiro, limpeza de barragens e entrega de sistema de dessalinização de água. As ações fazem parte do Plano Detalhado de Resposta aos Efeitos da Seca, elaborado pelo governo. A ampliação do abastecimento de água por meio de carros-pipa, perfuração de poços e linhas de crédito emergenciais do Banese também estão dentre as ações para melhorar a vida da população afetada pelo longo período de estiagem.

Só para aquisição do material forrageiro distribuído em Poço Redondo, neste ano, foram investidos R$ 452.473,45 para beneficiar 702 agricultores com 600 toneladas do alimento animal. “O material forrageiro chegou em uma boa hora. A gente não aguentava mais comprar ração para dar aos animais e já estava uma situação tão ruim que nem para comprar a gente achava mais. E o povo aqui vive disse, da produção de leite, não podíamos perder o gado. A recuperação da barragem também foi muito importante para gente, porque no verão a água é muito difícil e precisamos comprar, o que sai caro. Essa barragem é uma riqueza e está enchendo com as chuvas. Mesmo se tivermos 3 anos de verão forte, agora teremos água para dar aos animais e usarmos na limpeza da casa”, informou Sandro.

Já com a instalação do sistema de dessalinização no povoado, os moradores têm acesso à água potável. “Foi outra coisa muito importante. Porque a água é boa, sem doença. A gente usava água da cisterna ou dos poços e dava muita diarreia nas crianças principalmente. Mas a água dessalinizada é tratada”.

O sistema de dessalinização é fruto do Programa Água Doce (PAD), uma parceria entre o Estado e Governo Federal que tem como meta a recuperação, implantação e gestão de 33 sistemas de dessalinização, beneficiando mais de 13.800 pessoas com investimentos de R$ 6,6 milhões.

De acordo com o secretário da Agricultura, Esmeraldo Leal, as ações levadas pelo governo do Estado, ao interior sergipano asseguram a produção do homem do campo. “É uma série de ações do governo do Estado para o campo: distribuição de sementes, sistemas de abastecimento, Dom Távora, Garantia Safra, que garantem o apoio à produção dos trabalhadores do campo. Essas ações que levamos é o reconhecimento do papel desses trabalhadores”.

Sementes e horas máquina

A edição 2017 do Programa Estadual de Distribuição de Sementes e Mecanização Agrícola, ao todo, distribuirá 730 toneladas de sementes (300 de milho, 100 de feijão e 330 de arroz) e contratará 14.545 horas de trator, para atender agricultores no preparo 7.272 hectares, em 25 municípios do semiárido – os produtores estão inseridos no Fundo Garantia de Safra.

A entrega de sementes beneficiará 20.000 agricultores em todo o estado. O investimento na compra de sementes é de R$ 2.290.000,00. São sementes certificadas com ótima qualidade e produtividade, alto índice de pureza e geminação.

O pequeno produtor do povoado Lagoa Seca, em Simão Dias, José Carlos Silva elogiou a qualidade da semente distribuída pelo Estado. “O agricultor pequeno hoje tem dificuldade para adquirir boa tecnologia por causa do preço e o governo nos auxilia com essa semente de boa tecnologia, uma semente de ótima qualidade. Com uma semente assim, Deus ajudando e o inverno sendo bom, ela faz a parte dela, dá uma boa produção. Recebi 10kg de feijão e 20kg de milho pra plantar em meio hectare. Dependo do clima, consigo tirar três sacos de feijão e uns 20 sacos de milho. Isso ajuda muito na renda da família, porque é do que a gente vive, da nossa produção”.

Nas horas de trator, o investimento é de R$ 1.600.000,00, para beneficiar 7.272 agricultores do estado. Os recursos totalizam R$ 3.890.000,00. O programa é executado pela Seagri, por meio da Emdagro, com recursos do Fundo de Erradicação e Combate à Pobreza, gerido pela Seidh.

Material forrageiro

O Governo do Estado de Sergipe, por meio da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil e da Secretaria de Estado da Agricultura, via Emdagro, a produtores da agricultura familiar afetados pelos efeitos da seca no Estado.

Ao todo, serão distribuídas 6.142,5 toneladas de material forrageiro (silagem de milho) para 7.484 produtores rurais de 32 municípios sergipanos. A ação do governo do Estado tem o apoio do Ministério da Integração Nacional, que destinou R$ 4.600.000,00 à aquisição da ração animal.

Nossa Senhora da Glória foi um dos municípios contemplados recentemente com o benefício. No município do Alto Sertão, foram 371,7 toneladas de material forrageiro entregues, beneficiando 421 produtores com um investimento de R$ 278.358,97. O secretário municipal da Agricultura, Dijalci Ferreira, falou da importância desse auxílio do governo para economia da região.

“O gado não tinha mais o que comer. A forragem chegou na hora certa, porque mesmo com a chuva chegando ainda não deu tempo de recuperar o pasto e aquela poeirinha de ração que ainda havia já tinha ido embora. Então, no momento exato, que aqueles produtores mais precisados não sabiam mais o que fazer a ação do governo veio aliviar a situação. E não parou por ai, o governo também trouxe sementes, horas de trator, duplicação e recuperação de barragens. Agora a chuva chegou, as sementes distribuídas já foram plantadas, algumas já estão germinando, com o solo úmido o crescimento fica mais fácil e, se a chuva continuar, em uns 60 dias o milho, por exemplo, já pode ser colhido. O milho colhido vira ração, alimentação para o gado, que é a base da economia da região, da produção do leite; e alimentação humana, já que é rico em nutrientes. A agricultura familiar move a economia da região e o governo está presente em todos os momentos com o homem do campo. Somos sertanejos e tínhamos fé que as chuvas viriam, mas foram mais de 5 anos de seca e a presença do Estado foi muito importante para Glória e o Alto Sertão durante esse período. A parceria dos governos do Estado e Municipal foi essencial para ajudar os produtores”, relatou o secretário de Glória.

Barragens

O Programa de Recuperação de Barragens do Governo do Estado, edição 2017, recuperou 12 reservatórios este ano. Foram executados trabalhos em barragens de Frei Paulo, Poço Redondo, Cedro de São João, Carira, Tobias Barreto, Porto da Folha, Poço Verde, Canindé do São Francisco, Gararu, Nossa Senhora da Glória e Nossa Senhora de Lourdes. O investimento para recuperação dos reservatórios foi de R$ 1.240.341,64, recurso oriundo do Fundo Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza (Funcep).

As barragens de médio porte e de uso comunitário atendem aos municípios onde foi decretada situação de emergência devido ao período prolongado de seca. As aguadas, depois de limpas e ampliadas acumulam a água das chuvas, que é utilizada tanto no uso doméstico quanto para a dessedentação animal. Com as chuvas, a previsão é que os reservatórios alcancem um nível satisfatório. Em alguns lugares as águas praticamente atingiram o limite da barragem, como é o caso de Frei Paulo.

De acordo com o senhor Edair José, morador do povoado Alagadiço, no município do Agreste Central, a Barragem Prefeito Manoel Soares é motivo de alegria para a comunidade. “A barragem está bem cheia. Esse era um sonho de mais de 16 anos da nossa comunidade. Tínhamos dois tanques pequenos que viraram uma barragem enorme depois do trabalho do Governo. Isso é muito importante para esse povoado, era o sonho do povo daqui. Os moradores e o pessoal dos povoados vizinhos e até da cidade estão muito satisfeitos. A gente vê alegria da população animado com a chuva e com essa obra do governo”.

O Programa de Recuperação de Barragens é uma ação conjunta entre as secretarias de Estado da Mulher, da Inclusão e Assistência Social, do Trabalho, dos Direitos Humanos e Juventude (Seidh) e da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri). A Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação Sergipe (Cohidro) foi responsável pelo projeto de engenharia e fiscalização das obras, executadas por empresa licitada.

“O programa do Governo do Estado, executado pela Cohidro, vai ampliar o tempo de resistência que o sertanejo tem à seca. Praticamente todas estas barragens secaram no ano passado. Estão situadas, todas, em municípios onde foi decretado estado de emergência devido a esta seca. Aumentando a quantidade de água da chuva acumulada nessas barragens, maior será o tempo que elas permanecerão abastecendo moradores e os pequenos criadores de gado em suas redondezas e até de bem mais longe”, reforçou o diretor-presidente da Cohidro, José Carlos Felizola Filho.

O agricultor de Poço Redondo, Antônio Alves de Souza, enalteceu este trabalho do governo e as demais ações para minimizar os efeitos da seca no estado. “Durante o verão teremos água para dar aos animais, isso é bom demais. Agora, com as chuvas, as barragens estão enchendo, armazenando a água que iremos usar quando mais precisarmos. Essas ações do governo são muito importante para nós, porque vivemos da agricultura. Se não fosse essa ajuda só Deus sabe o que seria de nós. Mas agora, o inverno está ajudando. Espero que continue chovendo, que dê tudo certo, pois já plantamos o feijão para consumo e o milho com o qual faremos silagem, está tudo certo”.

Operação carro-pipa

O municípios afetados pela seca ainda foram beneficiados com a operação carro-pipa, do governo do Estado. Foram 160.000 pessoas beneficiadas com água potável por meio de um trabalho diário e investimento mensal de R$ 418.000. Os trabalhos de abastecimento foram intensificados em Poço Redondo, Canindé do São Francisco, Porto da Folha, Gararu, Monte Alegre, Nossa Senhora da Glória e Carira.

Em maio, o governador Jackson Barreto determinou a ampliação, por mais 30 dias, da operação no Alto Sertão sergipano. Foram contemplados os municípios de Canindé do São Francisco, Poço Redondo, Porto da Folha, Gararu e Monte Alegre através de investimento estadual de cerca de R$ 365.000.

Banese

Como parte das ações de combate à seca no Alto Sertão, também foi criada uma linha de crédito do Banco do Estado de Sergipe (Banese) direcionada para os produtores rurais sergipanos localizados nos municípios atingidos pela estiagem. O produto do Banese, denominado de “Custeio Pecuário - Programa emergencial de combate aos efeitos da estiagem”, objetiva atender às necessidades do ciclo produtivo da pecuária por um período de 90 dias, através do financiamento à aquisição de ração animal (forragem), água e verba para manutenção familiar (custos operacionais).

O valor total destinado à linha de crédito é de R$ 20 milhões, oriundos de recursos próprios do Banese, e o público-alvo do produto abrange todos os pequenos produtores rurais dos municípios sergipanos que se encontram oficialmente em situação de emergência por causa da seca. A garantia da operação é feita através do aval solidário (grupo de três produtores) e o limite de crédito calculado de acordo com a capacidade de pagamento do produtor.

Para o presidente do Banese, Fernando Mota, a parceria entre o banco e o governo é importante porque beneficia diretamente os produtores sergipanos flagelados pela seca. “Os recursos que iremos injetar nessa campanha vão diminuir os impactos socioeconômicos causados nos municípios pela seca e contribuirão para movimentar a economia local, gerando emprego e renda na região”, ressaltou.

Conforme o secretário Esmeraldo Leal, o governo tem trabalhado para diminuir o impacto da seca não apenas com ações pontuais, mas também com ações estruturantes e voltadas a todo o setor produtivo, como por exemplo, a linha de crédito do Banese e a legalização das queijarias. “A força-tarefa criada pelo governador para priorizar o semiárido sergipano entendeu que era importante a participação do Banese e o banco de imediato se colocou à disposição. Já sinalizou a liberação de recursos para a linha de crédito para as queijarias do nosso estado, que já são mais de 120 cadastradas pela Emdagro, e além disso, se comprometeu em apoiar toda a cadeia produtiva, inclusive financiando ração animal".

Garantia Safra

O governo de Sergipe também auxilia os pequenos produtores por meio da adesão estadual ao Programa Garantia-Safra, assegurando contrapartida do aporte financeiro para a safra 2017/2018, que inicia em 01 de julho de 2017 e se encerra em 30 de junho de 2018. O aporte estadual corresponde a 12% do Fundo Garantia Safra, o aporte municipal é de 6%, o agricultor participa com 2%. Oitenta por cento correspondem ao aporte do Governo Federal.

O Fundo Garantia-Safra é destinado aos agricultores que a ele aderirem e sofram com perda de pelo menos 50% do conjunto da produção de feijão, milho, arroz, mandioca, algodão ou de outras culturas. O Estado de Sergipe tem regularmente cumprido sua contrapartida e, em dezembro de 2016, aportou R$ 1.709.010,00 (safra 2015/2016), garantindo o benefício a mais de 16 mil agricultores cadastrados. O aporte assegurou que fossem aplicados R$ 14.071.750,00 na economia do interior sergipano. O valor do benefício para cada agricultor cadastrado é de R$ 850,00.

Títulos de Regularização Fundiária

Outro benefício promovido pelo governo aos agricultores familiares é o processo de regularização fundiária. A ação é desenvolvida pelo Governo do Estado, através da Emdagro, e consiste no cadastro, georreferenciamento, expedição e entrega de títulos de propriedades para os agricultores familiares que ocupam suas terras de forma mansa e pacífica, dando-se prioridade para a regularização gratuita de áreas de acordo com a Lei de Terras de Sergipe (Lei 6.426/2008).

Ao todo no Estado, 67.774 imóveis rurais foram demarcados pela Emdagro em 31 municípios sergipanos, 18.001 títulos de propriedade foram entregues a agricultores familiares de 18 municípios nos últimos anos. De 2004 até hoje, foram investidos na Regularização Fundiária em Sergipe mais de 10 milhões de reais em convênios entre MDA/Incra/ Seagri/Emdagro.

Neste mês de junho, Ednalva Alexandrino Nascimento, moradora do povoado Salobra em Simão Dias, foi uma das beneficiadas com a regularização fundiária. “Isso é muito importante porque é um comprovante que tenho minha casa com a minha terra. Com a escritura, fico tranquila, sossegada, agradeço muito ao governo. Já moro há uns 10 anos no meu terreno, mas não tinha esse documento da regularização”.


por Agência Sergipe

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