Depois de retornar de uma visita ao Oriente Médio na semana passada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou hoje (22) que o Brasil pode ajudar no processo de paz na região. “Pela boa relação que mantém com todos os países e com todas as facções políticas do Oriente Médio”, explicou, em seu programa semanal de rádio Café com o Presidente.

Segundo Lula, a paz é o único caminho para que haja desenvolvimento econômico, distribuição de renda e justiça social em regiões como Israel, a Jordânia, o Irã e a Palestina. “Não é que o Brasil queira se meter na discussão”, disse, ao destacar que discutiu o tema com líderes locais durante a visita.

O presidente voltou a afirmar que o processo de paz deve ser liderado pela Organização das Nações Unidas (ONU) por meio da demarcação de fronteiras e definição de parâmetros e de acordos. “Na medida em que a ONU não cumpre esse papel, existe um vácuo. Todo mundo fala sobre a crise do Oriente Médio, mas ninguém resolve. O Brasil só pode se meter na crise do Oriente Médio se for convidado”, afirmou.

Lula lembrou que o Brasil abriga, atualmente, colônias com cerca de 200 mil judeus e 10 milhões de árabes “que vivem em harmonia”. Segundo ele, esse é o exemplo a ser levado para o Oriente Médio. Ao final do programa, o presidente se disse otimista em relação ao processo de paz na região.

“Não acredito em coisas impossíveis. Acredito em coisas difíceis. E, para resolver as coisas que são difíceis, a política precisa estabelecer política de diálogo, de conversações, de entendimento. Não existe nada nesse mundo que não seja consertado. A gente pode dar uma contribuição enorme para a paz no Oriente Médio”, reforçou.