05 Agosto 2009 - 16:02

Sarney se defende e diz que cumprirá mandato de presidente

Agência Senado

O senador José Sarney (PMDB-AP), em discurso no Plenário nesta quarta-feira (5), disse não ter alternativa a não ser resistir e cumprir seu mandato de presidente do Senado até o fim. Ele lembrou a herança histórica de seu governo (1985-1989) e de seus mandatos parlamentares para o Brasil, e respondeu a denúncias que têm sido publicadas contra ele.

- Na coerência do meu passado, não tenho cometido nenhum ato que desabone minha vida. Não tenho senão que resistir, foi a única alternativa que me deram. Todos aqui somos iguais. Nenhum senador é maior do que o outro e, por isso, não pode exigir de mim que cumpra a sua vontade política de renunciar. Permaneço pelo Senado para que ele saiba que me fez presidente para cumprir o meu mandato - disse.

Sarney afirmou que vem tomando todas as medidas necessárias para promover a reforma administrativa do Senado, com ênfase na "eficiência e transparência", acrescentando que problemas que vieram se acumulando durante vários anos estão sendo resolvidos.

- Nosso desejo e determinação é que possamos retomar a nossa agenda de Casa Legislativa, discutindo os grandes problemas políticos, as reformas que aguardam uma ação firme do nosso Parlamento - disse.

Sarney, que ocupa pela terceira vez a Presidência do Senado, lembrou que não é o único senador a presidir a Casa por mais de uma vez. Lamentou que "toda a mídia e alguns senadores" não falem mais em crise administrativa e sim vinculem todos os problemas a ele.

- Não dizem o que fiz de errado, por que devo receber punição, o que devo fazer para a reforma do Senado. Os jornais e a mídia em geral, que eu conheça, nunca se concentraram tanto contra uma pessoa como estão fazendo comigo, vasculhando minha vida, desde o meu nascimento e, não encontrando nada, invadem minha privacidade e abrem devassa que se estende até a minha família inteira - disse.

Sarney negou a prática de nepotismo ou que tenha favorecido a empresa do neto José Adriano, que é sócio de uma empresa de empréstimo consignado que atua no Senado desde 2005. Também negou participação em qualquer ato secreto ou irregularidade. O senador ainda criticou os métodos usados por seus adversários, que segundo ele o estariam caluniando e fazendo montagens em suas denúncias. De acordo com o parlamentar, foi montada uma suposta conversa entre ele e o empreiteiro Zuleido Veras, implicado em 2007 na Operação Navalha, da Polícia Federal.

- É uma campanha pessoal, sem respeitar minha privacidade, sem respeitar 55 anos de serviços prestados a este país e ao Senado. Em nenhum momento da minha vida faltei ou faltarei ao decoro parlamentar - disse o senador, pedindo também a pacificação das relações entre os senadores.

A reunião do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar em que representações contra José Sarney poderão ser examinadas foi suspensa para que os senadores pudessem ouvir o discurso de Sarney no Plenário
 

por Agência Senado

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