11 Abril 2013 - 09:23

Caso do desaparecimento de Roberta Dias completa um ano sem solução

Fellype Barreto - aquiacontece.com.br
Mãe de Roberta ainda guarda roupas do neto que não chegou a conhecer

Dúvidas, angústia e sofrimento. Esses são alguns dos sentimentos que os familiares da adolescente Roberta Costa Dias, 19 anos, sentem. A garota desapareceu há exatamente um ano. Na ocasião ela saiu de casa para ir fazer uma consulta pré-natal em uma clínica situada na Praça de Santa Luzia, em Penedo, e sumiu misteriosamente sem deixar rastros.

A mãe da adolescente, que na época tinha 18 anos e estava no início de uma gestação, recebeu a redação do portal de notícias aquiacontece.com.br em sua residência para falar sobre o caso que intriga a sociedade penedense. Ainda abalada, a professora Mônica Reis Costa contou que desde o dia 11 de abril de 2012 não consegue dormir direito e que desde então busca uma resposta das autoridades a respeito do caso.

“Não sei mais o que pensar sobre isso. Só sei que não vou descansar enquanto eu não tiver uma resposta sobre o caso e, principalmente, quando os culpados forem punidos pelo que fizeram com minha filha. Ela era apenas uma adolescente, cheia de planos, não merecia passar por isso não. Eu e toda minha família clamamos por Justiça”, declarou emocionada a mãe de Roberta Dias.

Investigação

A família da adolescente continua a se queixar da Polícia Civil lotada na Delegacia Regional de Penedo. De acordo com Mônica Costa, apesar de ter passado todo este tempo a equipe do Dr. Rubem Natário não conseguiu apontar nenhum suspeito pelo caso, mesmo tendo fortes indícios de quem seria o responsável pelo rapto e pela possível execução da adolescente que se estivesse com vida já teria parido.

Divulgação

“Eu não sei dizer porque, mas a polícia daqui não faz 
nada, não diz nada sobre esse caso. Pegaram o computador daqui e o da casa do rapaz que era namorado da minha filha, examinaram e disseram que não encontraram nada. A mesma coisa foi o com o celular dela. Mas como pode isso acontecer se no dia em que desapareceu ela recebeu várias mensagens, inclusive uma desse moço que ela tinha um relacionamento, onde ele dizia que precisava encontrar com ela, mas que não era pra dizer a ninguém”, complementou Mônica Costa.
 

A respeito das mensagens e ligações que Roberta recebeu horas antes de desaparecer, a mãe da garota contou que soube através de uma amiga que naquela tarde de 11 de abril estava com ela na clínica. “Me disseram que o celular da minha filha não parava de tocar. Até que ela se exaltou atendeu e disse que quando terminasse a consulta retornaria. As pessoas que presenciaram a cena já foram depor, mas não adiantou de nada”, explicou a professora.

Mônica Costa confirmou ainda durante a entrevista que no dia 10, um dia antes da adolescente desaparecer, ela havia recebido a visita da sogra em sua residência. Na ocasião a mãe do suposto pai do filho de Roberta teria ido oferecer remédios abortivos à garota com a desculpa de que não estaria preparada para ser avó. “Nós temos testemunhas. Ela veio aqui e queria levar minha filha para tomar um coquetel abortivo na farmácia, mas a Roberta disse que não iria porque nós já estávamos sabendo da gravidez. Com raiva ela disse que o filho era muito novo pra ser pai e que ela (Roberta) iria lhe pagar por isso. No outro dia minha filha desapareceu”, contou.

Sem esperanças

Fellype Barreto - aquiacontece.com.brQuestionado se não haveria outra linha de investigação que explicasse o desaparecimento da adolescente, Mônica Costa foi enfática em dizer que não. Para ela o motivo de tudo foi mesmo a gravidez da garota. “Tudo aconteceu por conta dessa gravidez, não tenho dúvidas disso. Minha filha era uma menina boa que não se envolvia em confusões. O único erro dela foi ter se aproximado dessas pessoas de coração ruim”, desabou.

Mônica Costa declarou ainda que não acredita que sua filha esteja viva, uma vez que Roberta saiu de casa apenas com a roupa do corpo e sem levar dinheiro. Além disso, outra coisa chama a atenção foi o fato do celular dela ter aparecido meses depois num terreno de uma casa. “É tudo muito estranho nesse caso. Até hoje nós não tivemos acesso a esse aparelho, sabemos que é o dela apenas de ouvir a polícia falar”, exclamou.

Nesses últimos meses alguns restos mortais do sexo feminino foram localizados em diferentes cidades do interior alagoano. Dois desses corpos ainda não foram identificados. “Estamos esperando sair o resultado dos exames que fizemos no Instituto Médico Legal de Maceió para saber se algum desses corpos é o da minha filha. Conversamos com os médicos que examinaram esses corpos e algumas características não batiam, mas mesmo assim vamos aguardar o resultado para que não restem dúvidas”, informou a mãe da garota.

Lembranças

Fellype Barreto - aquiacontece.com.br

Em cada cômodo da casa onde Roberta residia, uma foto com a garota sorrindo é encontrada. A cama onde ela dormia permanece no mesmo local, assim como alguns de seus pertences pessoais. Em uma das gavetas do quarto, Mônica Costa guarda as roupinhas do neto que ela nem chegou a conhecer.

“Às vezes pego essas roupinhas e fico imaginando meu netinho em meus braços. Se isso não tivesse acontecido, minha filha estaria aqui cuidando dele e enchendo essa casa de alegria, como sempre foi. Nossa vida mudou totalmente desde quando ela sumiu. Perdi a vontade de viver”, finalizou.

DEIC

Em contato com a Polícia Civil de Penedo, a redação do Aqui Acontece foi informada de que o caso foi remetido para a Divisão Especial de Investigação e Capturas (Deic) por causa da falta de estrutura da delegacia regional. Agora o inquérito é presidido pela delegada Ana Luiza Nogueira. 

“Não sabemos há quantas andam as investigações, mas sabemos que o caso corre em segredo de justiça para não atrapalhar na conclusão do inquérito policial”, finalizou Carlos Welber, Chefe de Operações da 7ª Delegacia Regional.

A família do namorado de Roberta nega que tenha qualquer envolvimento com o caso. Assim que o desaparecimento da garota foi registrado, o suposto pai do filho de Roberta foi interrogado e disse que assumiria o filho após comprovada a paternidade através de um exame de DNA.

A Polícia pede para, quem tiver alguma informação sobre o caso entre em contato pelo telefone 181 do Disk Denúncia. O sigilo do informante é garantido.

por Redação

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  • Colega indignado. :'( Uma coisa é certa, esse crime vai ser desvendado. e quando isso acontecer, não importa como, mas os culpados vão pagar!
  • alagoano isso me lembra um caso q aconteceu no povoado Itaporanga a alguns anos atras onde uma mulher foi assassinada e até hoje nunca foi descoberto os culpados Isso é q ser uma policia incompetente