22 Dezembro 2009 - 09:05

Governo de Sergipe lança linha de crédito para padarias do Estado

Divulgação

O Governo do Estado, através da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh) realizou na manhã de hoje, 21, no auditório do Palácio dos Despachos, dois importantes acontecimentos no ramo de padarias do Estado. O primeiro foi quanto ao Anúncio do Enquadramento das Padarias de Sergipe à luz da Legislação Ambiental, que confere a mudança de matriz energética da cadeia produtiva das padarias e o segundo foi o lançamento de uma Linha de Crédito Banese, exclusiva para o Sindicato das Padarias.

Para o Governador do Estado, Belivaldo Chagas, a medida traz benefícios relevantes para a questão ambiental do Estado. “As padarias terão a oportunidade de funcionar conforme rege a legislação brasileira, não comprando clandestinamente madeiras retiradas de remanescentes de Mata atlântica ou da Caatinga, e ainda ganham a partir da linha de crédito a modernidade dos fornos à gás, matriz energética de menor impacto ambiental”, explica Belivaldo.

De acordo com o secretário de Estado do Meio Ambiente, Márcio Macêdo, a assinatura da linha de crédito do Banese para compra de fornos á gás, ou transformação de fornos à lenha em fornos à gás, que implica na mudança de matriz energética é uma ação que combate a devastação da vegetação nativa do Estado, contribuindo assim com a diminuição da produção de gás carbônico (CO²) e outros gases do efeito estufa.

“Dessa forma o Governo de Sergipe intensifica ainda mais sua colaboração nas ações de enfrentamento às Mudanças Climáticas, atendendo ainda a uma antiga reivindicação da população quanto à poluição gerada pelo setor e as implicações na saúde pública. Essa iniciativa servirá ainda como modelo para a região Nordeste na medida em que serve de incentivo para a utilização de uma matriz energética menos poluente”, explica o secretário.

O presidente do Sindicato das Padarias do Estado de Sergipe, Antônio Carlos Francisco Araújo, considerou a iniciativa do Governo do Estado de extrema relevância para a classe. “Tudo aconteceu quando as padarias começaram a ser fechadas esse ano pela Adema por não estarem tecnicamente corretas para funcionarem, poluindo gravemente o ar com particulados. Buscamos junto ao secretário do Meio Ambiente, Márcio Macêdo, algum caminho para continuarmos trabalhando conforme rege a legislação. Hoje estamos aqui com a solução na mão. Temos uma linha de crédito que irá atender a necessidade de todos em empresários do ramo de padarias para que eles entrem na lei”, relata.

Crédito

Os empresários terão acesso a uma linha de financiamento de até R$72 mil, com amparo do fundo de Aval do governo do estado. Serão cobardos juros de 6.75% ao ano com rebate (redução de juros) de 15% para as padarias que estão localizadas fora do território do Semiárido e de 25% para as padarias situadas na região do Semiárido.

De acordo ainda com o secretário, é na região do semi-árido que a busca pela madeira nativa, como a Caatinga e remanescentes da Mata Atlântica. De acordo com o presidente da Associação das padarias do Estado de Sergipe, Elliotério Perreira, a medida oportuniza ainda a modernização do próprio empreendimento. “Iremos mudar não só a matriz energética, de lenha para gás, como também adquirir maquinários mais modernos para o estabelecimento”, comemora.

Segundo o presidente do banco Banese, Salmíneo Nascimento, o financiamento atende os anseios do ramo de padarias e melhora significadamente a produção de pães. “Com a troca da matriz energética a capacidade de ampliar ainda mais a produção de pães é positiva. Com certeza o Governo atende a lei ambiental estadual e ainda abre a oportunidade de as padarias melhorarem a produção diária”, justifica Salmíneo.

Problemática

Usualmente a matriz energética utilizada para assar o pão nosso de cada dia é retirada da lenha, e esta, nem sempre tem a origem florestal controlada. Muitas vezes as padarias se utilizam da lenha nativa, retirada da Mata Atlântica ou da Caatinga. Uma medida extremamente irregular, ilegal à luz da legislação brasileira.

Como o pior acontece, é prática ainda de alguns proprietários de padarias a utilização de resto de construção em seus fornos, a exemplo de portas envernizadas e tacos. Esses materiais quando queimados lançam substâncias nocivas. A fumaça escura emana particulados como gases SOx e NOx, que quando frequentemente inalado acumula-se no pulmão, resultando graves consequências respiratórias.

O Governo do Estado, através da Semarh/Adema vinha fechando padarias que mesmo sendo autuadas não se adequavam tecnicamente. A perspectiva da ação a partir do anúncio do enquadramento das padarias à legislação com a oportunidade da abertura da linha de crédito, é que das 850 padarias que funcionam em todo os Estado, as que ainda não estão de acordo com a legislação tenham a oportunidade de ser reenquadradas.

por Semarh-Se

Comentários comentar agora ❯