13 Agosto 2018 - 15:40

No Senac: redes de pesca são transformadas em peças de roupa por alunas do curso de Modelista

O descarte irregular de redes de pesca tem provocado a morte de animais marinhos em todo o mundo. De acordo com uma pesquisa realizada pela organização internacional de direitos animais, “World Animal Protection”, que examina mais de perto o impacto das redes de pescas perdidas ou descartadas no mar e suas consequências na natureza, esses utensílios podem demorar 600 anos para se decompor, uma grande ameaça à vida marinha, já que milhares de animais, como baleias, golfinhos, focas, tartarugas e aves marinhas são afogados, estrangulados ou mutilados por esses objetos.

Sensibilizada com a causa, a turma do curso de Modelista do Senac Alagoas decidiu apresentar, como trabalho de conclusão do curso, o Projeto Integrador “Moda e Desenvolvimento Sustentável”, por meio do qual as alunas desenvolveram os protótipos de vestidos (incluindo um vestido de noiva), saias, calças e acessórios utilizando como matéria-prima redes de pesca descartadas, peças que foram apresentadas ao público por meio de um desfile realizado no último dia 31 de julho, no auditório da Unidade Poço, onde as modelos foram as próprias alunas, que tiveram a make assinada pela turma do curso de maquiador. Ao todo, foram apresentadas seis peças, intituladas: Água Viva, Cavalo Marinho, Estrela do Mar, Seres Iluminados, Oceano e Noiva Concha dos Corais.

“É um trabalho pioneiro no Estado. Buscamos apresentar algo inovador, transformando o lixo em luxo, desenvolvendo, assim, as marcas formativas do Senac, como atitude empreendedora, domínio técnico-científico, visão crítica, e atitudes sustentáveis e colaborativas. Foi um grande desafio e as alunas surpreenderam”, comemora Silvânia Mendonça, instrutora responsável pelo projeto. Ela explica que as alunas levaram, aproximadamente, dez dias para a produção de cada peça. “Trabalhamos com tecido cru e produzimos peças conceituais e casuais, tudo feito de forma manual. Também utilizamos a técnica tie dye, de estampa caseira”, explica a instrutora, ao destacar que, durante o projeto integrador, as alunas tiveram a oportunidade de revisar e aprimorar todo o conteúdo do curso, agregando o desenho de moda e a costura.

A pedagoga Leila Santos foi a responsável pelo acompanhamento da turma. Segundo ela, a proposta do projeto integrador contribuiu para a construção de um perfil profissional consciente, apresentando uma solução para um problema ambiental. “Ousadia e criatividade não faltaram à turma, que conseguiu agregar as redes de pesca à construção dos moldes e peças que produziu. Estou certa de que essas alunas estão prontas para vencer qualquer desafio na profissão que escolheram”, parabeniza Leila.

Valeska de Oliveira é uma das alunas do curso. Ela conta que não imaginava ser possível transformar redes de pesca em roupas. “Foi um grande desafio e estou muito orgulhosa com o resultado. Ao finalizar o curso, sinto que o sonho de abrir meu ateliê está ainda mais perto de ser realizado”, emociona-se ela, que é graduada em História e já trabalha como costureira. Emoção compartilhada pela colega de curso, Sandra Tenório, que já se organiza para abrir uma loja de roupas. “Costurar é uma arte e, após esse curso, abri minha visão sobre esse mercado. Estou certa de que vou fazer a diferença”, garante.

“Praticar a logística reversa dentro do processo de formação profissional é um grande diferencial. Estamos muito felizes com a finalização de mais uma turma e a certeza da entrega de profissionais de excelência para o mundo do trabalho”, finaliza Eliene Sarafim, gerente da Unidade Poço do Senac Alagoas. 

    

por Assessoria

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