27 Abril 2010 - 10:41

Brasil estuda aquifero três vezes maior que o Guarani

Cada vez mais, o Brasil vem se apresentando como a grande potência ambiental da humanidade e um local onde a natureza não economizou em nada. O País é dono da maior biodiversidade do planeta, possui a maior floresta tropical do mundo, o maior rio em volume de água e dispõe também da maior quantidade de água doce. Somos donos de 11% de toda água doce disponível no mundo. E, para completar, temos ainda o Pantanal, considerado a maior planície de inundação.

Uma nova e recente descoberta vem ampliar ainda mais o poder brasileiro quando o assunto é disponibilidade de água. Trata-se do Aquífero Amazonas, um reservatório transfronteiriço de água subterrânea, que o Brasil divide com o Equador, Venezuela, Bolívia, Colômbia e Peru.

Sua extensão é de quase quatro milhões de quilômetros quadrados (3.950.000) sendo constituído pelas formações dos aquíferos Solimões, Içá e Alter do Chão. Com uma extensão três vezes maior que o aquífero Guarani, o Amazonas é uma conexão hidrogeológica, com grande potencialidade hídrica, mas ainda pouco conhecida.

Segundo dados da Gerência de Apoio ao Sistema de Água Subterrânea do Ministério do Meio Ambiente, a formação Alter do Chão participa no abastecimento das cidades brasileiras de Manaus, Belém, Santarém e da Ilha de Marajó. A utilização do Solimões é principalmente para o abastecimento doméstico, sendo fonte importante para a cidade de Rio Branco, no Acre. A formação Içá abastece a cidade de Caracaraí, no sul de Roraima.

Os estudos até agora realizados atestam que a qualidade química da água do Sistema Aquífero Amazonas é boa. Entretanto, vem correndo risco de contaminação devido ao fato de, em alguns locais, o nível da água ser raso e pelo alto potencial de contaminação provocada por poços mal construídos, ausência/inadequação de proteção sanitária e carência de saneamento básico.

Além do Amazonas e do Guarani, o Brasil possui inúmeros outros sistema transfronteiriços, todos eles com pouca ou, às vezes, nenhuma informação sobre eles. O mais estudado até o momento é o Aquífero Guarani com uma extensão de mais de um milhão de quilômetros quadrados, que o País divide com a Argentina, Paraguai e Uruguai.

No Brasil, o Guarani abrange os estados de Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Seu volume acumulado de 33 mil quilômetros cúbicos de água é considerado de vital importância para o abastecimento, atividades econômicas e para o lazer.

Segundo informações da gerência de Apoio ao Sistema de Água Subterrânea, a grandeza do aquífero e, principalmente sua localização geográfica, faz do Guarani um importante manancial hídrico, constituindo-se em uma reserva estratégica para o abastecimento de populações e desenvolvimento socioeconômico da região onde está localizado.

Embora ainda carente de conhecimentos técnicos para sua correta gestão, atualmente mais de 500 cidades brasileiras são abastecidas, total ou parcialmente, pelas águas do Guarani, cujas águas são de excelente qualidade para o consumo doméstico, industrial e para irrigação, pois se mantêm em temperaturas superiores a 30 graus centígrados, podendo chegar até 68 graus, ideais para o desenvolvimento de balneários e até mesmo na agroindústria.

Para gerir toda essa riqueza natural, o Brasil criou e vem implementando o Plano Nacional de Recursos Hidricos, que define diretrizes para o uso racional da água e orienta políticas que tenham interação com a gestão de recursos hídricos. O objetivo é melhorar a oferta de água em quantidade e qualidade.
 

por Ascom/MMA

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