09 Dezembro 2009 - 15:14

ONU esclarece que "Texto dinamarquês" é informal

Um texto elaborado pelos representantes da Dinamarca, Estados Unidos e Grã-Bretanha, e que vazou para o jornal inglês The Guardian na terça-feira, 8 de dezembro, causou um verdadeiro rebuliço nos corredores da 15ª Conferência das Partes das Nações Unidas sobre o Clima (COP-15). O conteúdo do material seria, supostamente, a proposta desses países para um possível novo acordo climático.

A princípio, o texto foi considerado um documento, no qual os principais pontos estabelecidos propunham a redução do papel da ONU sobre o tratado climático internacional, o aumento do poder das nações mais ricas e o abandono do Protocolo de Kyoto, acordo firmado com peso de lei em nível mundial em 1997, no Japão, e que vai expirar em 2012.

Os jornalistas que estão em Copenhague se esforçaram para ter acesso ao papel, enquanto algumas autoridades se mostraram insatisfeitas com os rumores das propostas do chamado “texto dinamarquês”. O conselheiro de política climática da Oxfam International, Antonio Hill, afirmou que a proposta de criação de um conselho executado pelo Banco Mundial, em vez de ser pela ONU, seria “um grande risco” e um “passo para trás”.

Esfriou

Mas passadas algumas horas, a ONU decidiu emitir uma nota de esclarecimento, cujo principal objetivo foi esfriar os ânimos daqueles que já consideravam a COP-15 condenada ao fracasso logo no segundo dia de convenção. “Este foi um papel informal de antes da conferência, dado a um número de pessoas com o propósito de fazer consultas”, explicou o secretário-executivo sobre Mudanças Climáticas da entidade, Yvo de Boer. O diplomata holandês destacou ainda que “os únicos textos formais no processo da ONU são aqueles colocados na mesa” de negociações.

Já o embaixador brasileiro Sérgio Guerra, do Ministério das Relações Exteriores, informou que o rascunho da proposta dinamarquesa já havia sido apresentado a alguns países na última semana, mas acabou reprovado e recolhido pelos diplomatas de Copenhague. “Foi considerado que ele atropelava as negociações”, afirmou Guerra ao portal G1.

Tranquilidade

Esta quarta-feira, 9, promete ser um dia mais tranquilo em Copenhague. Reuniões plenárias com pequenos grupos de negociadores marcam o terceiro dia da COP-15. Até o momento, já discursaram no Bella Center o presidente da China, Hu Jintao, e o de Omã, Ahmed Macki.

por Ecodesenvolvimento.org

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