Uma reunião entre jogadores e o técnico Andrade, antes do treinamento da última terça-feira, no CT Ninho do Urubu, talvez tenha sido a última cartada para o técnico continuar no comando do Flamengo.

Bastante desgastado por conta dos resultados na Libertadores, a perca do Estadual e sem contar com o apoio de outrora, Andrade convocou uma reunião com os jogadores no centro do gramado e pediu para que cada um falasse o que pensava sobre a situação do Rubro-Negro. O detalhe é que o questionado Petkovic não esteve presente. Pet chegou atrasado ao treino por ter viajado a Brasília para receber uma homenagem.

Os jogadorters Bruno, Léo Moura, Kleberson, Willians, Toró, Angelim, Juan e Maldonado foram os que mais falaram no encontro. A ideia foi a de “bola pra frente”, com os jogadores cientes da necessidade em derrotar o Caracas por dois gols de diferença, nesta quarta-feira, no Maracanã. A conversa resultou em uma espécie de pacto pela vitória. Apesar do clima tenso e complicado, os atletas querem evitar críticas pessoais e a pressão da torcida. Chegou-se ao senso comum de que apenas a classificação na Copa Libertadores será capaz de amenizar pelo menos por instantes a pressão no efervescente caldeirão rubro-negro.

Essa foi apenas a primeira reunião do dia. À noite, na concentração do Flamengo, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro, um grupo de 10 torcedores de facções organizadas se reuniu com alguns jogadores para garantir apoio pelo momento delicado, mas sem descartar uma cobrança mais forte em caso de resultado negativo nesta quarta-feira. O goleiro Bruno e o atacante Adriano foram os mais cobrados pelos torcedores. Também participaram da reunião, Vagner Love, Juan, Kleberson, Willians e Léo Moura.

Apesar das conversas, nos bastidores a demissão de Andrade é tratada como uma questão de tempo. Há quem aposte que mesmo com uma vitória sobre o Caracas o treinador será demitido. Os nomes de Murici Ramalho e Zico começam a ser ventilados na Gávea. O treinador pode fazer a despedida do clube em que conquistou o Brasileiro. Ganhando ou perdendo, a diretoria estuda modificar o comando. Nem tanto culpa dos resultados. O problema é que a personalidade de Andrade de evitar o embate com os jogadores causou problemas comportamentais graves nesse ano. E a presidente Patrícia Amorim determinou uma mudança radical de filosofia.