26 Outubro 2021 - 08:21

Montagens de dança do Rio de Janeiro são lançadas em festival voltado à acessibilidade

Madu Oliveira / Divulgação
Montagens cariocas são lançadas no Festival Acessibilidança

AFunarte lança nesta semana, nos dias 27 e 29 de outubro, mais dois espetáculos cariocas premiados pelo Festival Acessibilidança. Diversidade na dança através da singularidade de cada bailarino e Elementos disponíveis para outras composições serão disponibilizados no canal da Fundação no YouTube, em vídeos com audiodescrição e Libras. A etapa final contempla projetos da Região Sudeste. Logo após o lançamento, as apresentações ficam acessíveis em bit.ly/FunarteYouTubeFestivalAcessibiliDanca. Na plataforma on-line, o público já pode conferir os espetáculos das demais regiões do país.

Na quarta-feira, dia 27, às 20h, a Funarte exibe Diversidade na dança através da singularidade de cada bailarino, da Cia. Carioca sobre Rodas. O trabalho foi criado a partir do projeto Carioca sobre Rodas, mesmo nome da atual companhia. O objetivo principal era ensinar dança de salão para cadeirantes, além de promover a diversidade na dança, inserir os dançarinos na sociedade e trabalhar os benefícios que a modalidade proporciona ao corpo e à mente. O vídeo apresenta as singularidades da dança de salão adaptada aos bailarinos cadeirantes e andantes, ressaltando a diversidade com a inclusão de dançarinas idosas e plus sizes.

“Por todo esse tempo, crianças e adolescentes cadeirantes tiveram a oportunidade de experimentar os benefícios que a dança traz para suas vidas, por meio da inclusão social com os andantes, além dos benefícios físicos e psicológicos. É notável que a linguagem corporal na coreografia e o desempenho corporal de cada dançarino proporciona a mesma emoção pela dança e a beleza dos movimentos, sem fugir da linguagem da dança de salão”, conta o grupo.

Segundo a diretora, Viviane Macedo, realizar o espetáculo durante a pandemia foi um desafio para cada bailarino. A paixão pela dança, contudo, superou as dificuldades. “A montagem envolve vários ritmos de dança como: bolero, zouk, samba, tango, sertanejo, entre outros, em corpos diferentes do que é visto nas produções teatrais”, ressalta a bailarina. “O intuito é, justamente, promover uma discussão sobre o que um corpo ‘perfeito’ pode apresentar num espetáculo de dança e o que é perfeito para cada pessoa. Acredito que vale a pena a reflexão para identificar cada ser humano, valorizar suas qualidades e lidar com cada um”, reforça a diretora.

O projeto Carioca sobre Rodas foi idealizado pela pentacampeã brasileira de dança esportiva em cadeira de rodas, Viviane Macedo, em 2012. Por meio do fortalecimento físico e emocional, a dança capacita as pessoas com deficiência, fortalece sua forma de pensar e de transformar o meio social onde vivem. O projeto também atende pessoas que moram em áreas carentes.

Elementos disponíveis para outras composições, também do Rio de Janeiro, será lançada no dia 29 de outubro, às 20h. A Cia. Gente compilou três obras do criador da companhia, Paulo Emílio Azevedo: Procedimentos de 1 Pseudópodo (2009); Procedimento II Urbano (2008), e Gudubik (2011). Para a criação, novas cenas foram incluídas, para produzir um redimensionamento do olhar sobre a diferença e rearranjos estéticos pautados na diversidade corporal.

Segundo o grupo, a intenção é fomentar o diálogo com o público sobre a diferença. “Sugerem-se interações a partir de outras representações possíveis e positivas do corpo com deficiência, avançando, artística e epistemologicamente, sobre a categoria inclusão, a fim de nascer a ideia de protagonismo. Limitações passam a ser consideradas como possibilidades estéticas”.

Gravada no palco do Teatro Cacilda Becker, na Zona Sul do Rio, a performance teve como base de pesquisa uma série de experimentos: “o lúdico, o jogo e as representações”. “O trabalho é pautado no reconhecimento e no protagonismo de outros corpos em cena, sem fazer deles uma prática de superação de uma dada anomalia. Pretende-se potencializar uma nova relação, permeada pelo olhar, na qual a ‘limitação’ seja apreendida como possibilidade estética ímpar, única”, ressalta o grupo.

A programação do Acessibilidança segue com a apresentação de mais dois premiados de São Paulo: Annata, no dia 3; e Só se fechar os olhos, no dia 5 de novembro. As montagens Coisa de Anjo e Olhares Ímpares, do Rio de Janeiro; Conexões, de São Paulo, e Húmus, de Minas Gerais, já podem ser apreciadas no canal da Funarte no YouTube.

Sobre o Festival

A primeira edição do Festival Funarte Acessibilidança foi criado a partir das ações do Prêmio Festival Funarte Acessibilidança Virtual 2020. No concurso público, foram premiados 25 projetos de vídeos de espetáculos, que promovem o acesso de todas as pessoas à arte. O objetivo do processo seletivo é valorizar e fortalecer a expressão da dança brasileira, bem como fomentar a democratização, a inclusão e a acessibilidade.

Com a iniciativa, a Funarte busca realizar novas ações a partir do uso das mais recentes tecnologias, estendendo, desse modo, um novo modelo para todo o Brasil. Assim, a Fundação reforça seu compromisso de promover e incentivar a produção, a prática, o desenvolvimento e a difusão das artes no país; e de atuar para que a população possa cada vez mais usufruir das manifestações artísticas. Criada em 1975, a Funarte segue, portanto, empenhada em acompanhar as transformações no cenário artístico e social.

O coordenador de Dança, Fabiano Carneiro, destaca a importância do projeto e já adianta uma série de desdobramentos e conexões que estão sendo estabelecidas a partir do lançamento do programa inédito na instituição. “O Festival Funarte Acessibilidança tem um papel de extrema relevância para a classe artística e para a sociedade, ao contemplar a participação de artistas com e sem deficiência em sua programação. O festival proporciona, ao público espectador, uma agenda diversificada e totalmente acessível por meio dos canais digitais da Funarte. Estamos planejando a segunda edição do Festival e, em breve, vamos realizar encontros virtuais entre os artistas das diferentes regiões do Brasil”, ressalta o coordenador.

Festival Funarte Acessibilidança

Acesso gratuito, no canal: bit.ly/FunarteYouTubeFestivalAcessibiliDanca

Com audiodescrição e Libras


Espetáculo ‘Diversidade na dança através da singularidade de cada bailarino’, da Cia. Carioca sobre Rodas (RJ)
Dia 27 de outubro, quarta-feira, às 20h

Ficha técnica:
Direção geral: Viviane Macedo | Criação coreográfica: Marcelo Martins, Nathalia Riera, Letícia Oliveira e Fernando Perroti | Editor de vídeo: Carlos Eduardo Rodrigues | Elaboração do roteiro: Taís Vieira | Narrador e intérprete de Libras: Jhonata Narciso | Trilha sonora: Karina Batista (DJ KAKA) | Audiodescrição: Tagarela Produções | Produção e realização: Projeto Carioca sobre Rodas


Montagem ‘Elementos disponíveis para outras composições’, da Cia. Gente (RJ)
Dia 29 de outubro, sexta-feira, às 20h

Duração: 50 minutos
Classificação indicativa: livre

Ficha técnica:
Criação e direção: Paulo Emílio Azevedo | Assistente de direção: Amanda Gouveia |Intérpretes: Barbara da Silva dos Santos, Bruno Martins dos Santos, Everton Teófilo, Viana Jéssica Felipe Tavares, Maurício Pereira de Muros, Neylla Carvalho, Patrick Nunes de Castro e Rafael da Mata | Produção executiva: Maxwel Soares Medeiros da Silva | Local de gravação: Teatro Cacilda Becker (RJ)


Agenda dos contemplados da Região Sudeste

Espetáculo Annata, do Núcleo Quimera de Criações (SP)
Dia 3 de novembro, quarta-feira, às 20h

Montagem Só se fechar os olhos, do Coletivo Desvio Padrão (SP)
Dia 5 de novembro, sexta-feira, às 20h


Espetáculos disponíveis no canal da Funarte no YouTube

Região Norte: Lua de Mel, da Cia. Lamira Artes Cênicas (TO); Maculelê: Reconstruindo o Quilombo, do Grupo de Dança Reconstruindo o Quilombo (RO); e Solatium, do Corpo de Dança do Amazonas (AM)

Região Sul: Flamenco Imaginário, da Cia. Del Puerto (RS); Convite ao Olhar, da Cia. de Dança Lápis de Seda (SC); e Do Avesso, do Grupo Nó Movimento em Rede (PR)

Região Nordeste: Estado de Apneia, do Grupo Movidos Dança Contemporânea (RN); Ensaio sobre o Silêncio, da coreógrafa Taciana Gomes (PE); Maré - Versão virtual e acessível, do Coletivo CIDA (RN); Rio sem Margem, do bailarino Elísio Pitta (BA); de Plenitude, da Cia. de Dança Eficiente (PI); Ah, se eu fosse Marilyn!, do coreógrafo Edu O. (BA), e Proibido Elefantes, da Cia. Gira Dança (RN)

Região Centro-Oeste: Capão Dançante, da Cia. Theastai de Artes Cênicas (MS); Depois do Silêncio, da Arteviva Produções Artísticas e Universo Criativo (DF); Rodas em Dança: Livre e Lives, da Cia. de Dança Street Cadeirante (DF), e TransBordar, do Grupo de Dança Diversus (GO)

Região Sudeste: Coisa de Anjo, da Cia. ILTDA (RJ); Olhares Ímpares, da Pulsar Cia. de Dança (RJ); Conexões, da Trupe CircoDança (SP) e Húmus, da bailarina Renata Mara (MG)

Realização
Fundação Nacional de Artes – Funarte | Centro de Artes Cênicas | Coordenação de Dança | Secretaria Especial da Cultura | Ministério do Turismo | Governo Federal

por Funarte

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