13 Julho 2018 - 16:48

Divulgada a relação de projetos de produção de longa-metragem que participarão do 9° Brasil CineMundi

Presença de diretoras é destaque na assinatura de longas selecionados. Evento vai apresentar temáticas e tendências que darão o tom da produção audiovisual brasileira, com a presença de profissionais internacionais interessados em coproduzir com o Brasil.

A capital mineira será a sede do Brasil CineMundi – International Coproduction Meeting. O evento de mercado do cinema brasileiro chega à sua 9ª edição, de 28 de agosto e 02 de setembro, consolidado como o principal encontro de coprodução nacional. Reúne anualmente dezenas de profissionais do audiovisual, que vêm exclusivamente ao Brasil para conhecer e fazer negócios com futuros projetos de longa-metragem. A iniciativa está inserida no âmbito da programação da 12ª CineBH – Mostra Internacional de Cinema de Belo Horizonte. As atividades acontecem no Palácio das Artes, que funcionará como a central de contatos, negócios, redes de informação e relacionamento, intercâmbio de ideias, experiências, rodadas de negócios e encontros com os participantes.

Em 2018, desembarcam em Belo Horizonte, para participar do evento, 24 convidados da indústria audiovisual, representando 12 países: Alemanha, Argentina, Brasil, Chile, Cuba, Espanha, EUA, França, Itália, Noruega, Suíça e Uruguai.

Foram selecionados 20 projetos para participação nos encontros no Brasil CineMundi, distribuídos em três categorias: CineMundi (10), DocBrasil Meeting (5) e Foco Minas (5).

Os projetos são oriundos de sete estados brasileiros: Minas Gerais (8), São Paulo (4), Rio de Janeiro (3), Bahia (2), Espírito Santo (1), Goiás (1) e Pernambuco (1). A comissão de seleção foi formada por Paulo de Carvalho (Alemanha), Gudula Meizolt (Alemanha), Séverine Roinssard (França), Pedro Butcher (Brasil) e a Universo Produção, organizadora do evento.

Para Paulo de Carvalho, a julgar pelos projetos inscritos e selecionados, o futuro do cinema brasileiro é predominantemente feminino: 12 dos 20 escolhidos têm a presença de diretoras. Destas, Paulo detecta uma forte presença de mulheres negras. “Sentimos um número significativamente maior de projetos de diretoras afrodescendentes. Exemplos são Cores de Maio, de Juliana Vicente (ficção), e Cais, de Safira Moreira dos Santos (documentário). Em termos de protagonistas negras, podemos incluir os documentários Okaia Dunga – Mulheres Valentes, de Victor Dias Santos, e Toda Noite Estarei Lá, de Tati W. Franklin”, destaca. Paulo de Carvalho ainda chama atenção para temáticas que sobressaem entre os escolhidos: a representação da transexualidade (presentes nos projetos Lar, de Leandro Wenceslau; A Professora de Francês, de Ricardo Alves Jr; e novamente Toda Noite Estarei Lá, de Tati W. Franklin); a ecologia, os riscos e desastres ambientais (Lavra, de Lucas Bambozzi; Tempo de Poder, de Flávia Neves; e Canaã, de Clarissa Knoll); e a reelaboração do passado (Geografia Afetiva, de Mari Moraga; e Meu Avô Fazia Filmes Pornôs, de Julio Adamor Cruz Neto).

Segundo Pedro Butcher, que também integra a comissão de seleção, houve grande quantidade de projetos de cineastas e produtores em início de carreira, com seu primeiro ou segundo filme. “A maior parte das propostas chegou com boa apresentação, conceituação e clareza de ideias, o que está refletido na seleção final. Outro destaque foi a presença forte de bons projetos da Bahia que se inscreveram, algo inédito pra gente e que também aparece na seleção, com uma proposta baiana na categoria CineMundi e outra no DocBrasil Meeting”, completa Butcher.

por Assessoria

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