11 Junho 2019 - 13:21

Além da Serra: museu e memorial destacam turismo cultural em União dos Palmares

Divulgação
Dona Irineia, Patrimônio Vivo de Alagoas e conhecida mundialmente por suas peças de barro

Quem deseja se aventurar por Alagoas pode esperar uma série de atrativos que proporcionam uma experiência incrível. Se na capital Maceió e nos litorais Norte e Sul as praias e lagoas são o cartão postal do turismo de lazer, o interior do Estado é berço de figuras que se destacam na cultura brasileira.

Em União dos Palmares, a 73km da capital o espaço combina a resistência do povo negro em toda sua pluralidade e a cultura local alagoana encontrada na Serra da Barriga, sendo berço de figuras como a professora e ativista Maria Mariá, o político e poeta Jorge de Lima e mestra artesã Irineia, além de locais marcados pela ancestralidade, como a comunidade Quilombola do Muquém.

Conhecida por seu ativismo e atuação como professora, jornalista e historiadora, Maria Mariá é uma das principais figuras palmarinas. Amante da literatura, a mulher que era conhecida como “à frente do seu tempo” é hoje lembrada na Casa Cultural Maria Mariá, que funciona como museu desde 2011. Gerenciado pela prefeitura local, o espaço reúne as memórias e pode ser visitado de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h.

Maior conhecedor do espaço e responsável pela coordenação, Marcos Leite destaca como a trajetória da personagem impacta a cidade. “Maria Mariá foi uma das mulheres mais importantes da história de União, tendo sua força de vontade como a maior contribuição para a cultura alagoana. Uma mulher que fugia dos costumes da época, mostrando que essas poderiam alcançar um status de respeito e independência por onde andava. Foi ela a primeira a usar calça comprida na cidade, uma amante da literatura conhecida por todos como um dicionário ambulante. Era uma mulher à frente de seu tempo”, aponta.

Literatura

Poesia e pintura também têm espaço na história de União, com reconhecimento nacional do talento de Jorge de Lima e sua influência que perdura até os dias de atuais. Seu memorial é visitado principalmente por alunos que desejam conhecer mais sobre a literatura de um alagoano nato, um dos mais influentes do século passado. Na casa onde Lima nasceu são expostas placas em ordem cronológica que contam sua história e atraem apreciadores de suas obras de todas as partes do país.

Artesanato

O papel da ancestralidade negra em União toma forma nas muitas atividades exercidas no Povoado do Muquém, remanescente do Quilombo dos Palmares e que tem uma forte contribuição no artesanato local. De lá veio Dona Irineia, Patrimônio Vivo de Alagoas e conhecida mundialmente por suas peças de barro.

Albertina Nunes, componente da Associação Remanescentes de Quilombos do Sítio Muquém aponta a diversidade da comunidade. “Cada uma trabalha com sua especialidade: esculturas, panelas, miniaturas, eu produzo colares. Aqui também somos organizados em grupos culturais de dança afro e samba de coco. O potencial do Muquém hoje é o artesanato, e para isso contamos com a ajuda do poder público”, ressalta Albertina.

Nesse sentido, o Governo do Estado, por meio da Secretaria do Desenvolvimento Econômico e Turismo (Sedetur), atua potencializando a divulgação do destino em eventos nacionais e internacionais, como o 39º Congresso Brasileiro de Guias de Turismo (CBGTur), realizado entre os dias 22 e 26 de maio voltado para o segmento de turismo étnico-cultural, e através do projeto Alagoas feita à Mão, que tem como objetivo criar ações que promovam o segmento e contribuam para a geração de renda e qualidade de vida dos artistas locais.

por Agência Alagoas

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