09 Setembro 2019 - 18:01

Alunas da rede estadual levam seu hip hop para evento da Secretaria da Mulher e são bastante elogiadas

Alunas da Escola Estadual Salete de Gusmão foram destaque no projeto “Juventudes Negras: Vidas Importam”, promovido pela Secretaria de Estado da Mulher e Direitos Humanos (Semudh) nesse fim de semana, no Jatiúca Hotel e Resort, em Maceió. O evento contou com uma roda de conversa com o rapper GOG, do Distrito Federal.

Apresentadas por Fernando Rozendo, o MC Tribo que introduziu as meninas ao hip hop por meio de oficinas do programa Na Base da Cultura, da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), as garotas apresentaram a música “Toda mina é uma rainha e não precisa de um rei” e foram ovacionadas pelo público.

“Não sei se, futuramente, as meninas seguirão uma carreira na música, mas posso afirmar que o hip hop já transformou a vida delas e a de todos os jovens que participaram das oficinas”, afirmou MC Tribo.

A secretária de Estado da Mulher e dos Direitos Humanos, Maria Silva, elogiou a iniciativa. “Achamos fundamental a integração entre os projetos desenvolvidos pelas secretarias de Estado. Esse trabalho, coordenado pelo educador Nando Rosendo, é fruto da parceria entre as pastas da Educação e da Cultura. Seu conteúdo dialoga com a nossa secretaria. Vamos ampliar essa integração também nos diversos eventos que teremos este ano”, disse Maria Silva.

Como tudo começou – Yngrid Taynar, Shiberlen Noberto, Naahliel Cristine e Izabella Vitória integram “As Senhoritas”, grupo de hip hop feminino que nasceu como uma extensão do Grupo da Periferia (GDP), o qual é consequência das oficinas ministradas pelo programa Na Base da Cultura e que contaram com a parceria da Escola Estadual Salete de Gusmão e da Secretaria de Estado da Educação (Seduc).

Hoje, as meninas, e mais nove amigos, integram o clube juvenil de hip hop da escola, que é de ensino integral. Nesses clubes juvenis são os alunos que escolhem e organizam as atividades que mais gostam e com as quais se identificam.

Felizes com a repercussão do vídeo, as garotas comemoram o sucesso e ressaltam a importância de estimular o protagonismo feminino entre as estudantes da rede estadual alagoana.

“A gente coloca nas letras, não só a nossa vivência, mas das nossas amigas e de outras mulheres. Queremos mostrar que, unidas, podemos ir muito além”, destacou Yngrid Taynar. “Queremos conscientizar outras meninas para que percebam, por exemplo, que não devem permanecer em relacionamentos abusivos e cheios de ciúme”, complementou Shiberlen. Ambas são as integrantes mais antigas do grupo

Izabella Vitória se juntou ao grupo após entrar para o clube juvenil. Ela diz que o hip hop mudou sua forma de pensar. “Hoje vejo o mundo de outra maneira. Nas letras, falamos para as meninas não aceitarem o assédio e outras situações que, infelizmente, ainda são comuns”, falou.

Naahliel Cristine diz que as letras buscam elevar a autoestima das adolescentes e comemora o fato de mais alunas da escola estarem se interessando pelo hip hop. “É importante falar para as meninas que elas devem ter voz ativa e autoestima elevada. A mudança tem que começar e partir de cada uma de nós”, frisou.

A diretora da Escola Estadual Salete de Gusmão,Betânia Alves aponta os benefícios que o projeto trouxe para os alunos da unidade de ensino. “No hip hop, eles têm a oportunidade de expressar seus sentimentos por meio das composições de temas atuais, que despertam a vontade de externar seus pontos de vista. No caso das meninas, é bonito ver esse avanço”, declarou a gestora.

Afroempreendorismo – Quem também esteve presente ao evento foi a turma do curso técnico de Marketing da Escola Estadual Geraldo Melo, localizada no Conjunto Graciliano. Acompanhando os alunos estava o professor Jonathan Silva, que ainda é da Rede Cenafro, a qual busca promove a cultura afro-brasileira, valorizando o potencial e a criatividade das iniciativas afro criativas.

“Trabalhamos com vertentes de economia criativa no curso de Marketing e uma delas é o afro empreendedorismo, onde estimulamos as ideias e a pro atividade desses jovens. Por meio da educação, combatemos o preconceito e transformamos vidas”, ressaltou o professor.

por Agência Alagoas

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