16 Janeiro 2010 - 10:15

Candidatos à Presidência do Chile acirram discursos

A um dia das eleições no Chile, os dois candidatos à Presidência da República trocam provocações e tentam marcar suas diferenças. O governista e ex-presidente Eduardo Frei-Ruiz (Concertación), que é de centro-esquerda, abandonou o estilo fleumático e reagiu às críticas de seu adversário, o oposicionista Miguel Sebastián Piñeira (Alianza), de centro-direita.

Piñeira apelou para que os correligionários de Frei tentem viver uma vida normal e aceitar a derrota. “Os amigos da Concertación fariam muito bem se depois de 20 anos [tempo que a coligação governista está no poder] vivessem uma uma vida normal e comum, como milhares de chilenos.”

Ao reagir, Frei sugeriu que o adversário tivesse mais humildade e aproveitasse para tomar um tranquilizante. “Recomendo ao candidato da direita um Armonyl [medicamento tranquilizante] que não saia insultando. Muita prepotência e arrogância não são bons”, afirmou.

Ambos reconhecem que as eleições de domingo (17) serão bastante disputadas, e cada voto fará diferença. “A diferença vai ser muito estreita e cada voto conta”, disse Frei. “Vamos ganhar de forma clara e categórica.”

Às vésperas das eleições, Piñeira e Frei trabalham para evitar que o desânimo e a descrença do eleitorado se concretizem em votos em branco ou nulo. O esforço se deve ao fato de ambos manterem uma diferencial percentual mínima, segundo pesquisas recentes de intenções de voto. Pelos últimos dados, Piñeira teria 50,9% dos votos e Frei ficaria com 49,1%.

O objetivo dos dois candidatos é mostrar que são diferentes na essência e na prática. Para o embaixador do Brasil no Chile, Mario Vilalva, os chilenos ultrapassaram o debate sobre esquerda e direita. Na opinião dele, isso ocorreu porque houve um “deslocamento” das forças políticas numa mesma direção – o centro.

“Nos últimos 20 anos [desde a redemocratização do país] o voto tanto da esquerda como da direita se deslocou mais para o centro. Este tem sido o perfil dos políticos. Agora há dois candidatos, um apontado como de direita e outro de esquerda que são mais de centro”, afirmou.

Amanhã , de 7h às 16h, cerca de 9 milhões de chilenos, com mais de 18 anos, irão às urnas em em nove regiões políticas distintas do país. No Chile homens e mulheres votam em zonas eleitorais separadas. É uma tradição no país, segundo os especialistas. Os eleitores votam em cédula de papel e geralmente utilizando lápis e não caneta.

A expectativa é que, já no começo da noite de domingo, seja revelado o resultado das eleições. No primeiro turno, realizado em 13 de dezembro, por volta das 20h as primeiros apurações foram divulgadas. Os principais veículos de comunicação realizam uma espécie de apuração paralela.

por Agência Brasil

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