10 Agosto 2017 - 16:10

Clima Econômico da América Latina fica abaixo da média dos últimos 10 anos

O Clima Econômico da América Latina (ICE) recuou 5,5 pontos entre abril e julho, atingindo 72 pontos e ficando 17 pontos abaixo da média histórica dos últimos dez anos. A constatação é do Indicador Ifo/FGV de Clima Econômico da América Latina, elaborado numa parceria pelo Instituto alemão Ifo e a Fundação Getúlio Vargas.

Os dados divulgados hoje (10), no Rio de Janeiro, indicam que a queda entre abril e julho é explicada “tanto pela situação corrente que se encontra a América Latina quanto pelas perspectivas de curto prazo: o Indicador da Situação Atual (ISA) caiu 2,2 pontos indo para 37,4 pontos; e o Indicador das Expectativas (IE) recuou 10,3, ficando em 116,5 pontos.

A queda mais acentuada do indicador se deu no Brasil, onde o ICE, ao variar 20 pontos, foi de 79 para 59 pontos entre abril e julho. Segundo a divulgação, apesar de se manter na zona favorável de 134,6 pontos em julho, o Indicador das Expectativas foi o que mais contribuiu negativamente para queda da ICE ao cair 54,7 pontos em relação a abril. Já o Indicador da Situação Atual, mesmo recuando 3 pontos, se manteve na zona desfavorável (7,7 pontos) em relação a abril.

Ao analisar a publicação, a pesquisadora da FGV/Ibre, Lia Valls Pereira, disse que o indicador do clima econômico do mundo ficou estável na zona favorável, com o ICE até melhorando nos países/regiões das economias de renda alta.

“Mas, em algumas regiões de economias emergentes/em desenvolvimento, como na América Latina, o ICE piorou”, afirmou. Ela ressaltou que essa piora ocorre num cenário externo favorável com preços das commodities em alta e crescimento do comércio mundial. “Na América Latina, questões domésticas de cunho econômico e/ou político explicam o recuo do ICE”, acentuou.

“Incertezas quanto aos resultados de eleições (Chile e Argentina); piora na avaliação de riscos por agências de rating (Chile e Brasil); temas de corrupção (Peru e Brasil, por exemplo), baixo crescimento econômico generalizado na região e questões fiscais envolvendo vários países” são fatores que dominam o cenário da região, explica Lia.

Segundo ela, “chama a atenção”, porém, o fato de que “se tiramos o Brasil, os países do Mercosul apresentaram resultados mais favoráveis de clima econômico que os da Aliança do Pacifico”.

por Agência Brasil

Comentários comentar agora ❯