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Instituto de Química e Biotecnologia incentiva pesquisas e coleciona descobertas

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Instituto de Química e Biotecnologia incentiva pesquisas e coleciona descobertas

Criado no início da década de 70, o Departamento de Química da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) passou, ao longo dos anos, por importantes transformações que permitiram a ampliação da oferta de vagas e de cursos voltados para a área. Nos 24 laboratórios de pesquisa existentes atualmente, vários estudos são desenvolvidos e novas descobertas são feitas com frequência nas mais diversas áreas.Chamado hoje de Instituto de Química e Biotecnologia (IQB), o antigo Departamento de Química da Ufal possui laboratórios bem equipados, que não deixam nada a desejar se comparados a outros laboratórios existentes no país.

As pesquisas na área de química começaram na Ufal em 1975, voltadas para a química orgânica, em uma vertente chamada de produtos naturais. Os trabalhos foram se desenvolvendo e hoje os estudos abrangem áreas como química inorgânica, química analítica – onde são desenvolvidas pesquisas sobre o meio ambiente -, eletroquímica, cristalografia de raio x, ressonância magnética nuclear – com um enfoque químico ou físico -, bioquímica e ecologia química.

O instituto oferta atualmente 190 vagas para três cursos de graduação: Bacharelado em Química, Licenciatura em Química e Química Tecnológica e Industrial. Além disso, também são oferecidas vagas para os cursos do Programa de Pós-Graduação em Química e Biotecnologia (PPGQB), que possui mestrado e doutorado. Há também vagas para doutorado da Rede Nordeste de Biotecnologia (Renorbio). Os professores pesquisadores estão envolvidos também na formação de alunos em cursos de Pós-Graduação de outras unidades: Materiais (doutorado), Ensino de Ciência e Matemática (mestrado) e Engenharia Química (mestrado).

“Aqui nós formamos professores, químicos para as indústrias e setores do serviço público e novos pesquisadores, pois além da formação básica, existe também a formação prática”, destacou o professor doutor e diretor do IQB, Edson Bento.

O mestrando Adilson Rodrigues é um exemplo disso. Aluno do Instituto desde a graduação, ele atualmente vem trabalhando no desenvolvimento de um método analítico que seja mais viável para determinar a existência de pesticidas no meio ambiente.

“Estou desenvolvendo uma técnica para detectar as substâncias e saber se elas estão prejudicando o meio ambiente”, destaca.

Coordenadora do Grupo de Catálise e Reatividade Química (GCaR), a professora doutora Simoni Plentz Meneghetti destaca a qualidade dos equipamentos disponíveis para o desenvolvimento das pesquisas. Segundo ela, somente nos últimos dois anos, nos laboratórios do grupo, foram investidos cerca de R$ 3 milhões em equipamentos.

“Esse laboratório, apesar de recentemente montado, pode ser comparado a qualquer outro laboratório de ponta na área”, enfatiza a professora, confessando que o maior problema existente hoje é a necessidade de maior espaço físico. “Esse problema ocorre devido ao vertiginoso crescimento da universidade e todos os esforços estão sendo feitos pela atual gestão da Ufal para sua resolução” acrescenta a professora.

No Grupo de Catálise e Reatividade Química, são desenvolvidas pesquisas nas áreas de catálise, com foco no desenvolvimento de catalisadores e materiais, com aplicação em polímeros, petroquímica, biocombustíveis, desenvolvimento de novos fármacos e nanotecnologia. Algumas das pesquisas, inclusive, já chegaram a ser patenteadas.

“Existem trabalhos patenteados na área de novos catalisadores com aplicação na indústria de tintas e de novos catalisadores para a obtenção do biodiesel. Aqui cada aluno faz a sua parte, dá sua contribuição. É uma cadeia de construção do conhecimento”, afirma a professora, que coordena, junto com o professor Mario Meneghetti, um grupo formado por mais de 60 pessoas, entre professores, pesquisadores e pós-doutores, e alunos de mestrado, doutorado e da graduação. Além disso, um aspecto importante são as colaborações existentes entre os pesquisadores e outros grupos de pesquisa na Ufal, no restante do país e no exterior, o que permite aliar experiências complementares na geração de resultados inovadores.

Outra área bastante procurada e onde as pesquisas estão a todo vapor é a de Recursos Naturais, coordenada pelo professor doutor Antônio Eusébio. No laboratório da área, são desenvolvidas pesquisas voltadas principalmente para a busca de substâncias para o controle de pragas. “Nós fazemos a identificação das substâncias, a síntese, formulação e os testes de campo. Trabalhamos com cerca de 10 pragas”, detalha.

As pesquisas do professor Antônio Eusébio já resultaram, inclusive, no desenvolvimento de um produto usado para o controle da praga do coqueiro. O Rincoforol é um feromônio utilizado para atrair o macho e capturá-lo em uma armadilha. O produto já vem sendo comercializado e, segundo o professor, vem tendo uma boa aceitação no mercado.

Com o laboratório de Recursos Naturais cheio de alunos-pesquisadores, o professor Antônio Eusébio destaca que a área é bastante promissora, considerando que o Brasil é um grande produtor agrícola.

Uma parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (Fapeal), vinculada à Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), e outras instituições, por meio do Projeto de ecologia das pragas das principais culturas do Estado de Alagoas, garantiu ao IQB o recebimento de novos equipamentos para que pesquisas voltadas para o controle de pragas possam ser desenvolvidas. Somente da Fapeal, o IQB recebeu em torno de R$ 1,6 milhão em equipamentos chamados de cromatógrafos.

Em um outro laboratório, o de Eletroquímica, pesquisas voltadas para as áreas de bioeletroquímica com polímeros condutores/células solares e a formulação de fármacos com encapsulação de substâncias ativas são realizadas.

A professora doutora Marília Goulart, que coordena o laboratório, conta que lá são desenvolvidos estudos sobre uma série de substâncias ativas contra o câncer e algumas doenças tropicais, como a doença de Chagas e a leishmaniose.

“O mecanismo de ação desses fármacos envolve a transferência de elétrons e aqui no laboratório, essa transferência é estudada”, afirma.

Uma série de fármacos que são ativos contra essas doenças já foram divulgados pelos pesquisadores do IQB e outros foram formulados para ensaios em vivos.

Os trabalhos no laboratório de Eletroquímica também já resultaram em um produto patenteado. É o sensor de artemisinina, que é um produto natural antimalárico de grande utilidade. O sensor, que é capaz de avaliar a quantidade de artemisinina presente em várias substâncias, ainda não está sendo utilizado.

Atualmente, existe um trabalho em andamento contra o câncer de mama.

Existe também o Laboratório de Ressonância Magnética Nuclear, coordenado pelo professor doutor Edson Bento, que dá apoio estratégico aos trabalhos desenvolvidos por vários grupos de pesquisa.

O IQB conta também com uma Central Analítica com equipamentos modernos, que garantem suporte às mais variadas linhas de pesquisa.
E é assim, familiarizados desde a graduação com um ambiente que reúne ensino e pesquisa, que os alunos de química têm feito importantes descobertas e contribuído para o desenvolvimento da área em Alagoas, transformando o IQB em um núcleo de excelência.

“Existe a necessidade de investimentos constantes em pesquisa, porque a mesma vai gerando conhecimento, até chegar a um ponto em que o conhecimento possa se transformar em tecnologia e inovação”, conta a professora Simoni Meneghetti.

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