13 Julho 2019 - 15:19

Governador indica Cacá Diegues para receber a Medalha Jorge de Lima

Divulgação
Anúncio foi feito pelo chefe do Executivo estadual durante sarau promovido no Museu Palácio Floriano Peixoto

O governador Renan Filho vai fazer indicação ao Conselho Estadual de Cultura (CEC) para que outorgue ao cineasta e imortal da Academia Brasileira de Letras, Cacá Diegues, a Medalha Jorge de Lima. O anúncio foi feito pelo chefe do Executivo estadual durante sarau promovido no Museu Palácio Floriano Peixoto (Mupa), na noite de quinta-feira (11), para homenagear a Academia Alagoana de Letras (AAL), que completa, em novembro próximo, 100 anos de fundação.

“Cacá já recebeu de Alagoas todas as medalhas mais importantes, mas eu queria dizer que lhe falta uma, mas não por muito tempo: a medalha que homenageia todos aqueles que engrandecem a nossa cultura e que leva o nome de Medalha Jorge de Lima. Cacá Diegues certamente é hoje o maior expoente da cultura alagoana”, disse Renan Filho, durante o sarau, que contou com a participação do cineasta e dos membros da AAL.


Renan Filho aproveitou a ocasião para pedir ao alagoano Cacá Diegues que interceda junto à Academia Brasileira de Letras no sentido de a entidade corrigir uma injustiça contra o poeta, romancista e ensaísta alagoano Jorge de Lima, que por três vezes tentou ocupar uma cadeira entre os imortais, mas foi preterido em todas elas.

“O que eu queria pedir a Cacá Diegues é que nós resgatássemos essa história de Jorge de Lima e concedêssemos a ele, se não uma cadeira in memoriam, mas pelo menos a maior homenagem que a Academia Brasileira de Letras pode oferecer neste momento a um brilhante poeta daqui das redondezas da Serra da Barriga, como ele próprio descreveu como ninguém; para que a gente possa resgatar a história desse alagoano, negro, brilhante, que foi injustiçado, mas que merece ser reconhecido”, conclamou o governador.


Para Renan Filho, Jorge de Lima, alagoano de União dos Palmares, foi o mais brilhante poeta em língua portuguesa. “Tem gente que diz que Camões talvez tenha sido um pouquinho mais, mas eu discordo, me permitam o bairrismo. Jorge foi desse tamanho: gigantesco”, atesta Renan Filho, tendo a concordância de Cacá Diegues, que assumiu o desafio lançado pelo governador de pleitear junto à Academia Brasileira de Letras a justa homenagem ao autor de O Acendedor de Lampiões (1932) e Essa Negra Fulô (1928).

“Acho que ele (Renan Filho) tem toda a razão. É incrível que isso não tenha me ocorrido antes. Eu sou louco por Jorge de Lima. Como eu disse: eu o considero o maior poeta da Língua Portuguesa, então pra mim será um prazer muito grande cumprir essa tarefa”, disse Cacá Diegues, em entrevista à Agência Alagoas.


Cacá afirmou que Jorge de Lima está na vida dele de maneira intrínseca e que suas produções audiovisuais foram influenciadas pelas obras do poeta alagoano, a exemplo dos filmes Ganga Zumba (1964), Quilombo (1984) e mais recentemente O Grande Circo Místico (2018).

“Filmei Joana Francesa (1973) em União dos Palmares e me mostraram a casa onde Jorge de Lima morou, um sobrado, que funcionava como museu. Eu entrei ali e fiquei fascinado. O Museu Jorge de Lima não era museu coisa nenhuma, era uma coisa muito precária, no entanto, eu passei 30 dias indo ali diariamente para ver se eu me impregnava do talento de Jorge de Lima e finalmente fiz o Circo Místico baseado no poema dele. Foi um prazer muito grande, uma espécie de epifania de tudo o que fiz na minha vida. Então, não tem como me separar de Jorge de Lima”, revelou.

Título

O cineasta foi agraciado pela AAL com a entrega do título de sócio benemérito entregue pelo presidente da instituição, Alberto Rostand Lanverly.

“Receber um título como esse que a Academia acabou de me conceder é muito importante mesmo, tão importante quanto a minha eleição para a Academia Brasileira de Letras. E olhe que na Academia Brasileira de Letras eu estou representando o cinema e um pouco de Alagoas, mas esse título que a Academia Alagoana de Letras acaba de me entregar, não só me dignifica como também me dá a certeza de que sou alagoano e isso é muito importante para mim”, confessou.

Participaram, ainda, da solenidade o secretário-chefe do Gabinete Civil, Fábio Farias; da Comunicação, Enio Lins; da Cultura, Mellina Freitas; a primeira-dama, Renata Calheiros; o presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas, Jayme de Altavila; o diretor-presidente da Imprensa Oficial Graciliano Ramos, Dagoberto Omena; e o ator Chico de Assis, que recitou poemas de Jorge de Lima durante o sarau.

por Agência Alagoas

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