08 Agosto 2019 - 14:15

Ensino integral amplia aprendizado de estudantes com projetos e disciplinas eletivas

Divulgação
Disciplinas eletivas, como a de experimentos químicos, permitem maior apropriação de um conhecimento específico

O fomento ao ensino integral é uma das principais políticas do Governo de Alagoas para a educação nos últimos quatro anos. A modalidade, presente em 53 escolas, é uma proposta inovadora: mais do que uma jornada de ensino ampliada, onde o aluno permanece na escola por cerca de nove horas, ela possibilita que o jovem tenha uma aprendizagem mais ampla e diversificada por meio de projetos.

As ações incluem disciplinas eletivas, projetos integradores, estudos orientados e clubes juvenis. “No ensino integral temos diversas atividades complementares que enriquecem o conhecimento e a formação do aluno e são experiências máximas de protagonismo juvenil. Por exemplo, enquanto os projetos integradores são uma proposta de intervenção dos estudantes para um problema ou demanda do território e comunidade, as disciplinas eletivas permitem maior apropriação de um conhecimento específico”, explica o supervisor de Ensino Médio da Secretaria de Estado da Educação (Seduc), Daniel Macedo.

Na Escola Estadual Princesa Isabel, localizada no Cepa, em Maceió, são 16 ofertas eletivas e oito projetos integradores distribuídos entre turmas da 1a a 3a série do ensino médio. Duas vezes ao ano, cada turma apresenta as ações desenvolvidas no semestre. “Também temos os clubes juvenis, onde os alunos desenvolvem atividades de seu interesse, e os estudos orientados, onde podem esclarecer dúvidas e sanar deficiências em determinadas disciplinas. Todas estas ações, juntas, propiciam uma forma diferenciada de aprendizagem, que prende a atenção e foge da rotina”, avalia a articuladora de ensino Jane Rouse Mendes.

Eletivas – Robótica, conversação em inglês, experimentos químicos, produção de texto, astronomia, teatro, experimentos matemáticos, dança, eletricidade e artesanato são algumas das disciplinas eletivas oferecidas na Escola Estadual Princesa Isabel.

Para Victória Aracy, aluna da 1a série do ensino médio matriculada na disciplina de conversação em inglês, as eletivas propiciam uma aprendizagem mais ampla. Ela também elogia a estrutura da escola e do ensino integral. “A estrutura e o ensino são excelentes, tudo muito organizado. É a melhor escola onde já estudei”, assegura a estudante.

Já as estudantes Gislaine Francine, da 2a série do ensino médio, Anne Priscila Gomes e Gabriele Alves enxergam na eletiva de experimentos químicos a abertura de portas para o futuro profissional. Gislaine almeja ser perita criminal, enquanto Gabriele quer ser médica. Elas também apontam os benefícios do sistema integral: “Aqui, os professores vão muito além dos livros, temos mais conteúdo e mais oportunidade de nos expressarmos”, observa Gabriele, vinda de escola particular. “Existe uma união muito forte, somos uma família”, complementa Gislaine.

As eletivas também permitem aos professores abordarem seus conteúdos sob uma nova perspectiva. É o caso de Juliane Indiane e Humberto Rodas, professores de matemática e física e titulares, respectivamente, das disciplinas de experimentos matemáticos e eletricidade. “Por meio da oferta eletiva, mostramos uma matemática mais lúdica, trabalhando habilidades como raciocínio lógico”, pontua Juliane. “Na disciplina de eletricidade, por exemplo, o aluno pode aprofundar e adiantar assuntos que só verá adiante na grade curricular convencional”, revela Humberto.

Integração com a comunidade – Já os projetos integradores permitem que os alunos reflitam sobre seus territórios e comunidades e apresentem propostas para o atendimento a demandas existentes no entorno.

Aluna da 3ª série do ensino médio, Clécia Maria da Silva encenou uma peça teatral com seus colegas para chamar atenção para a necessidade de se respeitar os direitos dos idosos. “Muitas pessoas, principalmente jovens, ainda desrespeitam os mais velhos, por exemplo, ocupando o assento preferencial nos ônibus. Nossa peça foi justamente para promover essa conscientização”, afirma Clécia. Para ela, a principal vantagem do projeto integrador é se ter uma vivência prática da aprendizagem.

Raynara Kawane, estudante da 2ª série do ensino médio, faz parte do projeto sobre os direitos da mulher. Por meio de uma poesia de sua autoria, falou como a mulher deve proceder para combater a violência doméstica e o preconceito. Para ela, o ensino integral propicia um tempo de estudo mais produtivo para o estudante. “Esse modelo nos estimula a sermos mais participativos e a contribuirmos mais com a sociedade”, opina.

O projeto integrador também ajuda a mudar hábitos. É o caso do estudante Pedro Henrique Moreira, da 1ª série, participante do projeto de alimentação saudável, que tem atividades práticas na horta da escola. Ele aprimorou sua capacidade de trabalhar em equipe e mudou seus hábitos alimentares. “A alimentação saudável previne muitas doenças. Graças ao projeto e ao trabalho na horta, aprendi a comer coisas que eu não gostava antes, como couve, milho e acerola”, conta o garoto.

por Agência Brasil

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