07 Setembro 2009 - 07:24

Piaçabuçu apresenta queda no índice de mortalidade infantil

Ilustração

Piaçabuçu, Chã Preta, Belém, Jaramataia, Jundiá, Minador do Negrão, Olho d’Água Grande, Ouro Branco, Paulo Jacinto, Porto de Pedras, Santa Luzia do Norte, Satuba, Roteiro e Santana do Mundaú. Todas essas cidades alagoanas não registraram nenhum óbito de crianças menores de cinco anos, no primeiro semestre deste ano, de acordo com a Secretaria de Estado da Saúde.

Embora ainda lidere o ranking nacional, em comparação aos demais estados, a taxa da mortalidade infantil em Alagoas caiu em 2008 de 21 para 18 mortes a cada grupo de mil nascidos vivos.

Essa realidade se deve ao empenho dos profissionais de Saúde, que atuam diretamente com as gestantes e mães, levando informação, conscientização e orientação sobre a gestação e cuidados especiais nos seis primeiros meses de vida.

“A mortalidade infantil já está caindo em Alagoas e vai cair ainda mais. É necessário fazer mais e mostrar o nosso sentimento de indignação. Os investimentos estaduais na atenção básica, na ordem de R$ 10 milhões, vêm para fortalecer as ações do Programa Saúde da Família (PSF) e garantir que as pessoas tenham acesso à prevenção e promoção da saúde”, informou o secretário de Saúde, Herbert Motta.

A dona de casa Maria José Gomes da Silva, mãe de Lucas Gomes da Silva e Luan Gomes da Silva, gêmeos com cinco meses de vida, que reside no Povoado Santa Fé, em Chã Preta, foi convencida pelos profissionais do Programa Saúde da Família (PSF) a continuar a amamentação dos seus filhos.

“Eles são os anjos que chegam aqui em casa, todas as semanas, para acompanhar meus filhos, com a pesagem, e ver se eles têm alguma doença, e se estão se desenvolvendo bem. Pensei em deixar de dar o peito, mas eles me ensinaram que para evitar doenças e garantir o desenvolvimento, o leite do peito é a alimentação mais completa”.

O PSF atua como posto avançado das políticas públicas de Saúde adotadas pelo governo de Alagoas, com relação ao combate à mortalidade infantil. Eles são, em grande parte, responsáveis pela registro de “zero” óbito nos 13 municípios.

Por meio de fóruns microrregionais, o governador Teotonio Vilela Filho e o secretário da Saúde, Herbert Motta, estão se reunindo com o pessoal do PSF, médicos, enfermeiros e agentes comunitários de saúde, para sensibilizá-los sobre o papel que eles já desempenham no tocante à redução da mortalidade infantil e a assistência na atenção básica.

A prevenção e promoção da Saúde já foram incorporadas pela gestão municipal de Chã Preta, que encontrou nos profissionais do PSF os parceiros ideais conseguir o êxito de não notificar nenhuma morte de criança no primeiro semestre deste ano.

Para isso, a gestão municipal de Saúde, em parceria com a Sesau, vem orientando médicos, enfermeiros e agentes comunitários a percorrerem toda a zona urbana e rural, visando acompanhar, sistematicamente, as gestantes e mães de crianças com idade entre zero e cinco anos.

“Entendemos que para combatermos a mortalidade infantil em nosso município, tínhamos que contar com aliados que estivessem em contato direto com as gestantes e mães. Por isso, trabalhamos em parceria com os profissionais do PSF e nos esforçamos para que eles visitem as gestantes e as orientem sobre a importância do pré-natal, além de garantirmos que as crianças sejam acompanhadas periodicamente”, informou a coordenadora de Vigilância Epidemiológica de Chã Preta, Bianca Vasconcelos.

Ela disse que a comunidade recebe informações sobre os programas de suplementação de Vitamina A e ferro, além de cuidados básicos sobre o uso de hipoclorito de sódio na água para consumo humano.

Cobertura de 100% do PSF zera mortalidade infantil em Paulo Jacinto

Figurando na relação dos 14 municípios alagoanos que não registraram, no primeiro semestre deste ano, nenhuma morte de criança com idade entre zero e cinco anos de idade, o município de Paulo Jacinto atribui o resultado à cobertura de 100% do Programa Saúde da Família (PSF).

A informação é da secretária municipal de saúde, Elma Canuto, que após estruturar o serviço nas zonas rural e urbana, presenciou o índice de mortalidade infantil despencar, uma vez que no primeiro semestre de 2008 apenas uma criança com esta faixa etária foi a óbito; já no mesmo período deste ano, nenhuma morte foi notificada, de acordo com o Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde (MS).

O trabalho desenvolvido pela equipe de atenção básica do município foi intenso e teve início com a seleção de profissionais comprometidos para integrar o PSF de Paulo Jacinto. Para isso, a Secretaria Municipal de Saúde contratou médicos que realmente cumprem suas cargas horárias e que visitam as gestantes e mães nas suas residências.

“Percebemos que, para enfrentar a mortalidade infantil, precisávamos contar com profissionais comprometidos e motivados. Para isso, selecionamos médicos que já têm algum laço efetivo com o município, que nasceram aqui e têm compromisso com os nossos munícipes”, revelou a secretária de Saúde, Elma Canuto.

A secretária resume em uma frase o sucesso alcançado por Paulo Jacinto. “Na guerra contra a mortalidade infantil não há milagre, há responsabilidade social, aliada à fé”.

Ela também destacou o papel dos agentes comunitários e dos enfermeiros que percorrem as residências e estão em contato direto com as gestantes e mães. “Esses profissionais são imprescindíveis no processo, pois eles repassam informações sobre a importância do pré-natal, aleitamento materno, que são ações fundamentais para garantir a saúde das crianças”, disse, lembrando a parceria com o Conselho Tutelar e as secretarias municipais de Assistência Social e Educação.

Paula Souza, mãe de Cleano Souza, de apenas cinco meses, comprova que a assistência prestada pelos profissionais do PSF faz toda a diferença quanto aos cuidados que são dispensados às crianças.

“As mães são assistidas periodicamente e, assim, é quase impossível vermos alguma criança doente, já que os profissionais do PSF estão sempre vigilantes, pois eles são verdadeiros guardiões do bem-estar e da saúde das mães e das crianças”, salientou Elma Canuto.

Governo faz investimentos para preservar vidas

O governo do Estado vem fazendo investimentos pontuais para que, até 2010, seja reduzido em 10% o índice de mortalidade infantil. Para isso, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) criou o Promater, programa que está estimulando o aleitamento materno e implantando o Programa de Triagem Neonatal.

O programa visa incrementar o atendimento nas unidades de Terapia Intensiva (UTIs) e de Cuidados Intermediários (UCIs) neonatais, ampliar o número de leitos e o atendimento materno e infantil. Para isso, estão sendo investidos R$ 250 mil por mês, beneficiando 17 maternidades. A medida garantiu que, somente no ano passado, a mortalidade infantil fosse reduzida em 10,28%.

Segundo a diretora de Atenção Básica da Sesau, Myrna Pimentel, o Promater tem contribuído, decisivamente, para que o número de mortes de crianças seja minimizado.
“O PSF é um parceiro fundamental para enfrentarmos a guerra contra a mortalidade infantil. Por isso, os gestores devem ser o exemplo bem sucedido de Paulo Jacinto, que conta com 100% de cobertura e no primeiro semestre deste ano não notificou nenhum óbito de criança na faixa etária de zero a cinco anos de vida”, exemplificou. Ela salientou o trabalho do Comitê Estadual de Redução da Mortalidade Materna e Infantil nesse processo.
por Secom

por Ascom/Sesau-AL

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