21 Novembro 2020 - 18:21

Venda de reservas externas é decisão do BC, diz secretário especial

A venda de reservas internacionais para reduzir o endividamento público está no cardápio do governo, mas a decisão cabe ao Banco Central (BC), disse hoje (20) o secretário especial de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues. Em entrevista à imprensa, ele lembrou que o procedimento foi executado no ano passado e poderá ser repetido em 2021, caso haja intenção.

Rodrigues comentou declarações dadas ontem (19) pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, em evento fechado à imprensa de que seria possível ao governo queimar “um pouco” das reservas externas do país para diminuir a dívida bruta, que deve crescer para 96% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2020.

“A fala do ministro entrou no contexto de uma gestão macroeconômica mais integrada [entre o Ministério da Economia e do BC] e mais bem feita, mais bem desenhada”, disse Rodrigues. “Sim, a posteriori, uma vez que o Banco Central decida tomar suas ações, há um impacto positivo [na venda de reservas], inclusive sobre o montante da dívida bruta”, acrescentou.

Rodrigues lembrou que, no ano passado, o BC vendeu cerca de US$ 40 bilhões das reservas, ajudando a diminuir a dívida bruta sobre o PIB em quase 2 pontos percentuais. As devoluções antecipadas de recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para o Tesouro ajudaram com mais 1,2 ponto no recuo.

“Lançamos mão desses mecanismos em 2019 e podemos fazê-lo, dadas as intenções, em 2021. Esses são itens que entram no nosso cardápio de ações”, explicou o secretário. Ele, no entanto, lembrou que quem se expressa sobre a venda de reservas externas é o Banco Central.

por Agência Brasil

Comentários comentar agora ❯