31 Julho 2021 - 08:20

Confira discurso do Secretário Especial da Cultura Mario Frias na Reunião de Ministros da Cultura do G-20

Marcelo Casal Jr. / Agência Brasil
Secretário especial de Cultura, Mário Frias

Antes de qualquer coisa, gostaria de agradecer a todos os presentes, pela dedicação e compromisso de estarmos reunidos aqui. Esta reunião é um marco simbólico para o esforço conjunto internacional de resgate à normalidade da vida comum. Afinal, não há cultura sem relação humana, sem a interação humana viva e fraterna que só é possível brotar nessa coisa extraordinária que convencionamos chamar de vida comum. Esta reunião é um sinal claro para o mundo, é um recado vívido de que já somos capazes de relacionar-nos para além da frieza e do distanciamento digital.

Como responsável pelas políticas públicas culturais, no Brasil, tenho como convicção de que o papel primordial do Estado, no que refere-se à cultura, seja garantir e tutelar esse caldo de valores atemporais que fundamentam e enriquecem nossa civilização. Nossos hábitos e tradições milenares constituem patrimônio cultural de primeira grandeza, e nosso governo tem como compromisso preservar de todas as formas esse conjunto de direitos culturais que permeiam a vida cotidiana.

Foi com muito pesar que vimos o mundo recolher-se, mas é com muita alegria e entusiasmo que vemos esse mesmo mundo voltar a sua vida comum, essa mesma vida que esteve presente durante milênios de civilização humana. Hoje, podemos anunciar que um horizonte de esperança apresenta-se. Uma nova aurora, em que possamos desfrutar de todos os velhos e sagrados sabores da nossa cultura.

É com isto em mente que nosso país está comprometido com um grande ideal: o de tirar a cultura do palanque político/ideológico a devolvê-la ao homem comum. Retirá-la dos grandes salões e devolvê-la para as praças, para as escolas, para as pequenas e encantadoras cidades nos rincões do Brasil, cheias desses dignos e nobres senhores, esses simples homens comuns, que elevam e dignificam nossa cultura.

É neste ideal simples que entendemos o papel do meio ambiente e da cultura como patrimônios do nosso povo, não como o palanque ideológico de uma pequena elite política e seus grandiloquentes discursos. Nosso país é referência mundial em preservação do seu meio ambiente, pois tem, na sua cultura, o olhar do homem comum, que vê seu cosmo como seu lar sagrado. Creio que, neste sentido, podemos contribuir bastante para o mundo, e mostrar a perspectiva cultural da nossa vida comum e corriqueira, tão recheada de milagres extraordinários e extravagantes de Deus.

Afinal, meus caros ouvintes, a cultura de um povo é sua alma. A cultura é um insight espiritual de primeira grandeza, é o evento teofânico em que o culto (cultura) brota em uma sociedade e define todos os demais aspectos da existência humana. É o elo intersubjetivo em que a substância comum da comunidade desenvolve-se. Sem ela, não há os materiais civilizacionais necessários para um povo produzir nem mesmo um prego, melhor! Sem cultura, não há sequer a ideia de povo ou de homens, há apenas um punhado de animais bípedes. E é justamente por isso que devemos cultivá-la e enriquecê-la, incessantemente, na trindade litúrgica da nossa civilização: arte, música e literatura.

A cultura de um povo não depende de gordas verbas públicas, mas sim de uma profunda conexão espiritual entre o culto (cultura) e as suas tradições atemporais. Os milênios da cultura humana não foram erguidos com dinheiro público, mas sim com uma paixão ardente e fervilhante pelo belo e o bom. Deixem os homens livres, e eles criarão toda uma rica cultura humana, mesmo sem verba pública. A destruição geral do nosso guarda-roupa da imaginação moral, por meio do rebaixamento cultural, que durante décadas foi voltado para a construção de uma propaganda ideológica hostil às tradições e crenças do homem comum, eliminou do imaginário público toda a extensão do terror e horror de um povo sem liberdade. Resgatar os alicerces da liberdade humana é um empreendimento cultural fundamental, que, no que depender de mim e do presidente Bolsonaro, será devidamente priorizado, trazendo para luz os projetos que divulguem os grandes clássicos da nossa cultura. Nada de apoiar a problematização artificial criada por narrativas ideológicas. Traremos de volta Dostóievski, George Orwell, Huxley, Eliot, Shakespeare, Chesterton, Cervantes, Rafael, Michelangelo, Bach, Camões e todos os demais guardiões sagrados da nossa cultura. Deus abençoe a todos.

por Ministério do Turismo

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